Saúde e Prevenção
11.05.2006
Vírus modificado traz perigo a crianças
Por Mariana Granja

 
O aparecimento de uma variação mais forte do vírus Sincicial Respiratório está deixando os médicos em alerta. O Vírus, conhecido como VSR, tem se espalhado pelo país, vindo provavelmente dos Estados Unidos, Alemanha ou Espanha, onde já havia provocado doenças.

Segundo José Nelson Couceiro, professor adjunto de Virologia do Instituto de Microbiologia, esse vírus atinge principalmente crianças com menos de dois anos de idade (a maioria dos casos ocorre entre três e seis meses), bebês prematuros, crianças com asma, displasia broncopulmonar e portadores de cardiopatias congênitas. As crianças atingidas têm grande chance de desenvolver quadros mais graves, como bronquite e pneumonia.

— Para os adultos que contraem o vírus, não há tanto risco de agravamento do caso, eles adquirem apenas um resfriado. Já as crianças têm o calibre, ou seja, o diâmetro das vias respiratórias menor que o dos adultos, o que possibilita ainda a oclusão das vias respiratórias, que se fecham — explica.

Os sintomas de quem contraiu o vírus são febre baixa, tosse seca, peito chiando e respiração acelerada, e o diagnóstico é feito com a análise desses dados. “A diferença com a gripe é grande, pois ela é resultado do vírus Influenza. Somente quando ocorre infecção do trato superior é constatado um resfriado, sendo assim conseqüência do VSR”, esclarece o professor.

— As épocas do ano mais propícias à transmissão do VSR são o inverno e o outono, por serem mais frias — explica o professor. O vírus é passado de pessoa para pessoa, por meio do contato de secreções contaminadas do doente com os olhos, nariz ou boca de pessoas sadias. As pessoas doentes, ao levar sua mão à boca, nariz ou olhos, contaminam suas mãos e, ao tocar em outras pessoas podem espalhar a doença. Também há possibilidade de ser infectado ao respirar num ambiente onde um doente, ao tossir, falar ou espirrar, deixou gotículas contaminada dispersas no ar.

Para se prevenir, diz o médico, é recomendável evitar contato com pessoas que tenham quadro clínico da doença, evitar aglomerações e ambiente fechado, “pois se alguém que espirra ou tosse perto de você possui o vírus, a contaminação se torna mais fácil”.

— O tratamento feito no Brasil é sintomático, ou seja, não procura eliminar o agente, mas apenas melhorar os sintomas com a utilização de antivirais. Não existem vacinas para proteger as pessoas do Vírus, e não sabemos quando esse mutante surgiu, então o ideal é a prevenção — finaliza.

 

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