Notícias da Semana
20.04.2006

UFRJ na Academia Brasileira de Ciências
Por Mariana Elia

A professora Rosália Mendez Otero do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro é a mais nova integrante como membro titular da Academia Brasileira de Ciências, juntamente com o professor Hermann Gonçalves Schatzmayr, do Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes - departamento de Virologia, ambos na área de Ciências Biomédicas. A posse, que será dia 6 de junho, é resultado de uma eleição e de intenso trabalho dos professores e pesquisadores, que foram inicialmente indicados por membros da Academia. A primeira votação é feita em duas etapas e cada área da ciência ganha novos membros na Academia.

A professora Rosália diz que a entrada na Academia “é sem dúvida um sinal de reconhecimento do trabalho científico ao longo dos anos”. E se sente gratificada, não só pelo seu próprio trabalho, mas como de seus alunos e colaboradores.

Entre as pesquisas de Hermann, destacam-se a discussão da erradicação dos exemplares ainda existentes do vírus da varíola e o estudo sobre a epidemiologia molecular do dengue. O professor trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz até 1992 e é grande nome no estudo de vírus desencadeadores de febre amarela e dengue.

Rosália atualmente trabalha em uma pesquisa sobre células-tronco no combate ao AVC (acidente vascular cerebral), com o objetivo de minimizar as seqüelas do paciente. Sobre sua pesquisa, a professora acrescenta que é sempre importante poder divulgar o trabalho que está realizando principalmente por se tratar de um assunto que ainda gera polêmica não só entre os colegas cientistas como também para o público leigo. “A divulgação permitirá o maior debate e aumentará o número de pesquisas sobre o assunto, o que é importante para Medicina.”.

Ainda que acredite que o fato de ser mulher não afetará sua entrada na Academia, a professora vê sua inserção no segmento como uma forma de desmistificação da carreira, já que o número de mulheres diminui consideravelmente nos altos cargos do meio científico. Segundo ela, o número de estudantes do sexo feminino na graduação é expressivo, porém quando observada a quantidade de bolsas de doutorado e pós-doutorado, a cena muda, já que a grande maioria das bolsas pertence a homens.

Sem preconceitos para lidar com diversidade sexual na escola
Vanessa Sol/ Fotos: Arquivo Coordenação de Extensão do CCS

Apesar das visíveis mudanças no comportamento social, a escola ainda hoje é um ambiente tradicional e conservador, que, em certos casos, reproduz práticas preconceituosas e discriminatórias contra alunos homossexuais.

Para tentar sensibilizar educadores sobre a questão da orientação e da diversidade sexual, a Coordenação de Extensão do Centro de Ciências da Saúde (CCS), desenvolveu o projeto de oficina sobre Diversidade sexual na Escola para tentar minimizar o ambiente de hostilidade e, muitas vezes de violência, existente nestes locais. O objetivo das oficinas é fazer com que diretores, professores, coordenadores pedagógicos e outros funcionários da instituição reflitam sobre seus atos em casos de homossexualismo e transexualismo dentro do ambiente escolar.

A oficina faz parte do projeto URFJ nas Escolas, que engloba a produção da Revista Saúde e Educação para Cidadania, o Conhecendo a UFRJ, que é realizado em parceria com a Pró-reitoria de Extensão. Todas essas ações estão ligadas à idéia de integração da Universidade com as escolas através de programas de extensão. Para o coordenador do projeto, Alexandre Bortolini “nas escolas, hoje, há a idéia de um ambiente pretensamente pacífico, onde não existe preconceito nem discriminação por parte dos diretores, professores, e funcionários. Os educadores diminuem a importância da discriminação, principalmente, àquela ligada a orientação sexual”.

A formação dos educadores ainda hoje não dá conta desta questão. “Eles têm muito pouca intimidade com a questão da diversidade sexual, além disso, carregam seus preconceitos próprios, por isso a escola não está preparada para encarar a diversidade sexual. Não existe uma posição institucional para tratar do assunto. Então, essas questões ficam a mercê do pensamento, dos contextos, dos preconceitos próprios de diretores, educadores, funcionários e dos alunos”, afirma Bortolini.

O objetivo do projeto é levar essa discussão para dentro da escola e desmascarar essa visão de um ambiente pacífico. Segundo a pesquisa realizada na última parada GLBT do Rio, a escola apareceu como terceiro contexto de maior violência. Ela só perde para a família e para os amigos. Na pesquisa da Unesco, 25% dos meninos disseram que não gostariam de ter um colega homossexual, 40% dos pais e responsáveis disseram que não gostariam que seus filhos estudassem com colegas homossexuais, 16% dos professores ainda acham que homossexualismo é doença. E esse índice aumenta quando se trata de pais e amigos.

A oficina de Diversidade Sexual na Escola foi lançada durante o Fórum Mundial de Educação, em Nova Iguaçu. Ela é gratuita e tem duração de quatro horas e a escola tem que viabilizar o espaço físico para o encontro. As escolas interessadas em participar do projeto devem agendar a visita com a Coordenação de Extensão do CCS pelo telefone 2562-6704 ou pelo e-mail: extensão@ccsdecania.ufrj.br


Notícias anteriores:

• 13/04/2006 - Ciência respira aliviada / Epidemiologia na saúde mental
• 06/04/2006 - HU inaugura laboratório
• 30/03/2006 - A volta do "bandejão" / Inauguração do biotério de Farmacologia – desafio vencido