“O
Grupo de Oração Universitário surgiu em 1997,
aqui no Brasil, em Viçosa, mas hoje já existe no
Chile, nos Estados Unidos e no Canadá também, e
nós temos um aqui no CCS, onde há reuniões
semanais. Onde podem participar estudantes não só
do CCS como também de outras unidades.
Os jovens de hoje em dia têm muito medo de se expor,
alguns tem sua fé bem discernida, mas tem medo de mostrar
sua cara de católico. Não querem dizer que são
católicos por acharem que serão rejeitados, que
é careta, ou beatos. O jovem tem ‘espírito
de rebanho’, não quer ser diferente dos amigos.
Nós já fizemos uma vez cartazes chamando para
o grupo que diziam:‘Católico:mostra sua cara!’,
exatamente por causa disso. Muitos da universidade, são
católicos, mas só na teoria, não praticam.
Para se ter uma idéia disso, nós fizemos a missa
de recepção de calouros, e só compareceu
um calouro. Nós passamos em todas as turmas novas dos
cursos, e mesmo assim não obtivemos sucesso. Fizemos
reuniões no teatro de arena, uma via sacra pelos corredores,
mas não dá “ibope”. Por quê?
Quando perguntamos aos alunos a razão disso, eles respondem
que a prioridade deles na universidade é estudar, e não
participar de atividades religiosas.
Os valores hoje em dia, não só aqui na universidade,
mas na sociedade em geral, são outros, são os
valores do mundo. E os apelos do mundo são muito mais
atraentes. Reuniões religiosas não chamam muitas
pessoas, mas em compensação, ‘choppadas’,
festas, ficar e namorar sempre são atividades importantes.
E não foi a igreja que mudou, ela continua proclamando
a verdade, com as pessoas achando as idéias antiquadas
ou não, foi a própria sociedade, com o aumento
de ateístas ou agnósticos e maior indiferença,
que mudou.
É
claro que alguns alunos gostariam de vir ao Grupo, só
que devido à incompatibilidade de horários não
podem vir, o que é uma pena, pois o nosso objetivo é
ter uma experiência forte da presença de Deus na
vida, mostrar que Ele é ativo, existe, e quer fazer coisas
boas na vida das pessoas. Só que nós, católicos,
somos muito tímidos, mas não podemos continuar
assim, temos que ser felizes para louvar a Deus, exaltar suas
qualidades. È só olhar o sucesso que o Padre Marcelo
Rossi faz e se inspirar nele, ele é alegre e eloqüente
e por isso consegue chamar mais fiéis”.
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“Antes de falar
qualquer coisa sobre a religião na nossa sociedade, acho
muito importante diferenciar religião de Deus. Há
muita gente religiosa, mas poucos conhecem realmente Deus. E
isso acontece por comodismo. Não é simples seguir
a Deus, dá trabalho, tempo, força de vontade,
e as pessoas não querem isso hoje.
Não são
só os jovens que estão longe de Deus, a sociedade
inteira se encontra nesse estado, só que os jovens, principalmente
os universitários, estão no auge de suas vidas.
Tem força física, estão no topo da sociedade,
já que estão ingressando no Ensino Superior, e
por isso acham que devem aproveitar. Assim, acabam bebendo muito,
usando drogas, vão a festas e ficam com muitas garotas
ou garotos, e isso só os distancia cada vez mais de Deus.
Algumas das outras
religiões têm se difundido muito nos últimos
tempos, mas isso não significa que estejam mais corretas,
podem ser apenas mais fáceis. Os evangélicos também
têm crescido claro, mas os que crescem desse modo desproporcional
e exagerado não são os verdadeiros. Esses têm
atrativos que nem sempre mostram a verdade, pois oferecem alívio
e resolução imediata dos problemas.
Se olharmos,
são raríssimas as pessoas que dobram o joelho
e falam com Deus. A maioria procura em livros escritos pelos
homens as respostas que querem, as mais fáceis. E mesmo
olhando para um tempo atrás, quando se fala que a religião
era mais forte que atualmente, acho que em parte: antigamente
as pessoas eram mais religiosas, o que não é de
forma alguma ruim, porque a religião traz lições
morais, mas as pessoas não conheciam Deus realmente,
pois conhecê-Lo produz não só um ensinamento
de moral, mas uma transformação genuína,
verdadeira, as pessoas não farão o mal por causa
da sociedade, mas porque isso não agrada a Deus e conseqüentemente
não agrada a elas.
O nosso grupo não tem muita gente, é natural,
a maioria dos jovens não tem religião como prioridade
dentro da universidade, mas colocamos sempre cartazes e faixas,
trazemos às vezes grupos musicais, participamos da recepção
de calouros. Sabemos que não somos nós que podemos
de verdade atrair esses jovens, e sim Deus, somos apenas a boca
que serve de canal."
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