Argumento |
23.03.2006
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Governo quer mudar natureza de Hospitais Universitários por Geralda Alves Parte dessa pauta será cumprida nessa sexta-feira, dia 24 de março, quando diretores dos hospitais da UFRJ e representantes do Governo sentarão à mesa para discutir sobre o assunto, que a princípio parece haver uma concordância entre todas as partes envolvidas, incluindo os hospitais federais, o Governo, a ABRAHUE (Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino), de que é importante mudar o regime jurídico, porém ainda não está decidido, inclusive com relação à questão jurídica, qual deve ser esse novo modelo e a UFRJ está analisando e discutindo as opções existentes. Segundo Antônio Ledo, essa mudança no modelo deverá, a princípio, impedir o crescimento da dívida atual dos hospitais, “adquirida ao longo dos anos, principalmente com contratação de pessoal e que teve como objetivo manter o atendimento e sua qualidade, diante da falta de concursos públicos. Além disso, o novo regime deverá possibilitar flexibilização e mais agilidade administrativa e financeira, inclusive contratação de pessoal sem impedimentos legais”, esclarece. — O mais importante, entretanto, independente do regime a ser adotado, — aponta Ledo — é que haja recursos disponíveis para a manutenção dos hospitais de ensino federais. Esses recursos devem contemplar as necessidades atuais e as futuras, em função da necessidade de incorporação de novas tecnologias e da mudança do perfil epidemiológico da população, em especial devido ao envelhecimento. “Nós defendemos que seja mantido o caráter público e que seja preservada a subordinação dos HUs à Universidade, a prioridade e a qualidade do ensino e da pesquisa”. A mudança
da natureza jurídica dos hospitais, segundo Ledo, não
afetaria na qualidade do atendimento e da pesquisa. “Uma vez que
melhore a situação financeira, espera-se que haja uma
melhora na qualidade da assistência. Melhorando a assistência,
poderá haver reflexos no ensino e na pesquisa. Entretanto é
imprescindível garantir que a mudança do regime jurídico
não venha diminuir a prioridade que deve ser dada ao ensino e
a pesquisa. Sem o ensino e a pesquisa os hospitais chamados de ensino
perdem a razão de ser”, afirma o diretor. — O processo
de certificação foi o primeiro passo para os contratos
de gestão. Foram definidos critérios, incluindo a existência
de atividades de pesquisa, ensino e relacionadas à gestão,
usados para avaliar os hospitais. Aqueles que atenderam a esses critérios
pré-definidos foram certificados como Hospitais de Ensino. A
partir da certificação foram pactuados contratos de gestão
entre o gestor pleno do SUS e os hospitais, com a participação
do Ministério da Saúde. Esses contratos, com metas pactuadas
e definidas permitiram aumentar os recursos alocados para os hospitais
e trabalhar com metas de produção e produtividade com
melhoria da qualidade interna — explica o diretor do IPPMG. Hoje nos hospitais
da UFRJ há 15 cursos de graduação em atividade
(medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição,
educação física, biologia, psicologia, serviço
social, educação, comunicação e, externos
à UFRJ, terapia ocupacional e musicoterapia). Além de
estágios, em nível médio, para técnicos
e auxiliares de enfermagem e técnicos de laboratório.
“Há uma distinção entre hospital universitário
e o de ensino. Hospital Universitário é uma expressão
genérica que caracteriza aqueles que fazem parte de uma Universidade.
Hospital de Ensino é uma denominação oficial recente
dada para os hospitais que possuem atividades de ensino e pesquisa e
que receberam esse titulo por terem sido certificados. Há um
grupo de hospitais universitários e de ensino que são
federais como os da UFRJ”, explica o professor.
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