UFRJ abre seu primeiro campus fora do Rio
Por Paulo Roberto Araújo

RIO - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugura em Macaé, nesta sexta-feira, seu primeiro campus de graduação fora da capital, com modernos laboratórios, salas de aula, biblioteca e alojamento para pesquisadores e estudantes. Com isso, passa a ser oferecido o curso de ciências biológicas, que abriu 50 vagas no vestibular 2006. Ele funcionará como um novo centro voltado para a ecologia com a missão de pesquisar ecossistemas castigados pelo crescimento urbano dos municípios petrolíferos do Norte Fluminense, que produzem 85% do petróleo nacional.

Diretor do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem/UFRJ), que funciona desde 1994, o professor Francisco Esteves afirma que o mais preocupante é que o densamento populacional nos municípios ocorre através da ocupação de áreas de restingas, mata atlântica, manguezais e margens de rios e lagoas.

- A maior parte dos problemas ambientais na região está muito acima da média brasileira. Como exemplo, podemos citar o lançamento de esgotos nas lagoas, córregos, canais e rios; o desmatamento das cabeceiras, que causa erosão e assoreamento de córregos e rios, que ficam mais rasos e mais facilmente transbordam, causando inundação de residências e de empresas - alerta.

A nova unidade da UFRJ foi instalada num prédio construído pela Prefeitura de Macaé ao lado do Centro de Exposições, próximo ao Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que abrange os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã e é uma das últimas áreas de restinga ainda intactas do litoral brasileiro. A região, considerada pela Unesco área de reserva da Biosfera, já propiciou o desenvolvimento de 50 teses de pós-graduação.

Além das pesquisas que resultaram na criação do parque pelo Ibama, o Nupem ofereceu cursos de ecologia para 1.200 professores de 15 municípios e levou mais de dez mil estudantes para conhecer o Parque de Jurubatiba, que aguarda a aprovação do seu Plano de Manejo.

Fonte: Globo Online, 10/03/06