Saúde e Prevenção
09.03.2006
Males que mais afligem as mulheres
Por Geralda Alves

Muitos dos males que afligem as mulheres, são males gerais da sociedade. Um desses principais males se manifesta pela falta de respeito pelo próximo. As mulheres muitas das vezes ainda são tratadas como seres inferiores aos homens, sofrendo preconceitos e discriminações. Mas desde que começou a ser comemorado o Dia Internacional da Mulher, em 1910, que muita coisa mudou.

Hoje, a qualidade de vida e a feminização são fenômenos de preocupação que chamam a atenção de médicos ginecologistas e geriatras que recomendam um cuidado maior com a saúde, principalmente quando se vai iniciar uma vida sexual. Da mesma forma, há que se reforçar a idéia de que se faça um exame rotineiro, anual, ginecológico e das mamas, ou que se busque ajuda médica nas dúvidas e dificuldades.

- O câncer de mama é hoje um grande desafio para todos os médicos que vêm a mulher, ginecologistas ou não. Há que se examinar as mamas, se ensinar o auto-exame, se informar sobre as possibilidade grandes de tratamento quando do diagnóstico precoce das lesões. Lembrar que o diagnóstico de um câncer não é mais " o fim" de tudo. Na verdade, será " o início" de outra história, de um novo caminho a ser percorrido, onde a mulher precisará, junto com seus familiares, ter novamente segurança e informação, junto aos tratamentos a serem instituídos, afirma Maria do Carmo Borges, médica ginecologista do Instituto de Ginecologia da UFRJ.

Segundo ela a principal queixa que leva a mulher ao ginecologista é “o corrimento", do ponto de vista bem estrito. “Entretanto, o que a mulher espera na verdade é ter o direito de falar de sua vida, ouvir de prevenção e assistência para uma vida plena. Isso inclui o direito de ser informada para planejar quando e como ter sua família, a assistência ao seu pré-natal, o parto, os cuidados com o recém-nascido. Deveria estar incluído, também, como lidar com dificuldades de atingir estes objetivos e o tratamento adequado para tanto”.

Nos anos 60 / 70 a maior preocupação da mulher era ter uma gravidez indesejada. Hoje, apesar de toda a forma de prevenção essa ainda é uma preocupação, conforme afirma a professora, o número de abortamentos provocados mostra que estamos longe de atingir sequer uma anticoncepção desejável. Da mesma forma, este abandono de crianças recém-nascidas, a cada dia estampado nos jornais, é reforço do mesmo fato. Assim, continua prioritária a idéia da medicina preventiva, da necessidade da informação (e da educação).

A menopausa é outra preocupação da classe feminina e de especialistas. “À medida que vivemos mais, mais mulheres passarão um bom período de vida sem menstruação. Costumo lembrar às minhas clientes que se hoje a expectativa de vida para uma mulher numa área urbana como a do Rio de Janeiro é de cerca de 75 anos, há que se fazer um planejamento adequado para viver este período. E viver bem, com saúde. Isto implica em cuidados alimentares, atividade física, planejamento para uma " terceira" idade consciente e adequada. Quanto mais se vive, mais estamos expostos a problemas. Por isto, se a base do indivíduo é de uma boa saúde, e o acesso ao médico é fácil, mais rapidamente qualquer problema será detectado e corrigido”, adverte a Maria do Carmo.
A mulher moderna, se preocupa em ser independente, em poder escolher seus caminhos e ainda ter um tempo para buscar um companheiro e dividir responsabilidades. Mas quando isso acontece, geralmente se vira contra ela. A mulher fica sobrecarregada de tarefas e encontra maior dificuldade no chamado " terceiro turno", isto é, quando chega em casa do trabalho (ou o marido e filhos chegam), ela também está cansada e ainda se espera dela toda atenção, carinho e disponibilidade. “As pessoas estão submetidas ao meio em que vivem. Assim, as preocupações são gerais. Hoje, em qualquer lugar do planeta, como condições de vida, habitação, segurança para si própria e seus familiares diretos, acesso à saúde e educação”. Conclui a professora.


Os homens e as mulheres são obviamente diferentes e obviamente iguais. É neste paradoxo que deve residir o respeito pelos direitos de uns e outros, sabendo-se, isso sim, que as mulheres têm levado a pior parte.


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