Inauguração do Anfiteatro Márcia Curvello
Por
Mariana Elia
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Na
última terça-feira, dia 7 de março, foi inaugurado
o anfiteatro Márcia Curvello no Hospital Universitário Clementino
Fraga Filho. Em cerimônia bastante emocionada, professores e colegas
fizeram discursos e homenagearam a professora, que morreu em 26 de dezembro
de 2004.
Por volta de meio dia, a professora Vera Halfoun, da Faculdade de Medicina,
deu início à cerimônia. Em seguida, o professor Ângelo
Papi, também da Faculdade de Medicina, que se emocionou muito ao
final de seu discurso, lembrou da importância da professora no meio
acadêmico e como companheira de trabalho.
O decano do Centro de Ciências da Saúde, professor João
Ferreira da Silva Filho, presidiu a mesa durante o evento e falou sobre
a trajetória da professora. Márcia Curvello foi uma mulher
muito respeitada e persistente, produziu muito ao longo de sua vida entre
artigos e programas como o PEP (Programa de Educação Permanente,
do Estado), da qual foi propulsora, como também foi um grande incentivo
para tantos e, segundo o professor Almir Fraga Valladares, diretor da
faculdade de medicina, é “permanente na história da
faculdade de medicina”.
Para finalizar, o professor Alexandre Pinto Cardoso, diretor do Hospital
Universitário, disse que “Márcia Curvello significa
o norte, o referencial que devemos seguir”. Ainda de acordo com
o professor Almir, a homenageada conseguia fazer o papel do tripé
de toda faculdade, preocupando-se com o ensino, a pesquisa e a extensão
e, enfim, o professor Godofredo de Oliveira Neto, representando o SESu/MEC
encerrou a cerimônia.
As referências à professora Márcia foram sempre relacionadas
a sua perseverança nas lutas políticas na medicina, seu
trabalho clínico consciente e sua sensibilidade. Características
difíceis de conciliar, mas que foram a marca deixada por ela em
seus amigos, colegas e adversários (por vezes até os três
juntos).
Finalmente, o decano convidou todos a presenciar a inauguração
da placa do anfiteatro em nome de Márcia Curvello, descerrada pelo
pai da professora, muito emocionado junto ao resto da família.
Recepção
de calouros lota auditório do CCS
Por
Mariana Granja
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Pelo
sétimo semestre consecutivo, a Decania do Centro de Ciências
da Saúde (CCS) promoveu, nesta terça-feira, dia 7 de março,
a solenidade de recepção integrada aos calouros.
O evento contou com as presenças dos professores José Roberto
Meyer, Pró-Reitor de Graduação e Corpo Discente da
UFRJ, João Ferreira, Decano do CCS/UFRJ, Francisco Strauss, Coordenador
de Ensino de Graduação do CCS/UFRJ e do estudante Gabriel
Marques, do Diretório Central dos Estudantes (DCE Mário
Prata) que saudaram os novos alunos.
O professor Roberto iniciou sua fala saudando os novos alunos e diretores,
e explicitando as qualidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Mostrou que nos antigos provões, 80% dos cursos obtinham nota máxima,
mesmo com a UFRJ tendo menores investimentos que outras universidades,
como a USP, com seis vezes mais verba.
Enumerou a tecnologia existente no Hospital Universitário, mas
frisou que o mais importante não é o recurso tecnológico
disponível na universidade, e sim os recursos humanos, ou seja,
os alunos e professores que compõem a Universidade e seu hospital.
A seguir, o estudante Gabriel Marques tomou a palavra, e convidou os novos
estudantes a participarem ativamente da vida acadêmica, a lutar
por melhorias nos alojamentos que estão em estado precário,
e a participar da luta pelo “Bandejão Já”, retirado
pelo ex reitor, professor Nelson Macullan. Gabriel criticou a forma como
está sendo feita a reforma universitária e a existência
do pro-uni, programa no qual, segundo ele, “em vez de investir em
uma universidade pública, o governo isenta universidades particulares”.
Antes de terminar e passar a palavra para o Decano professor João
Ferreira, o aluno fez um apelo: que os estudantes pensem no coletivo,
e lutem pela Universidade.
Explicando que as grandes unidades de ensino vivem em função
da entrada semestral “dos mais brilhantes alunos do país”,
o Decano professor João Ferreira iniciou seu pronunciamento. Falou
da importância do hospital universitário, detentor de assistência
médica de qualidade, acessível à população
pobre, e que possui uma das características mais complexas de se
trabalhar no campo da saúde: cuidar bem das pessoas, com generosidade
e atenção.
O Decano acrescentou ainda que os novos estudantes poderão aprender
a fazer a melhor pesquisa do país, pois a Universidade tem condições
para isso, e que a UFRJ se coloca na posição de ser escolhida
por esses alunos, que poderão fazer dela sua segunda casa.
Coube ao Professor Francisco Strauss fazer a apresentação
do Centro, o maior de toda a UFRJ, salientando sua história de
ensino de qualidade, excelência na pesquisa e referência na
assistência à saúde. O Coordenador destacou que, o
Centro de Ciências da Saúde foi aquele que mais ampliou o
número de vagas oferecidas no vestibular 2006, alcançando
80% delas. Para tal, contribuiu a criação de três
novos cursos: Bacharelado em Ciências Biológicas –
Biofísica (trinta vagas); Bacharelado em Educação
Física – diurno (trinta vagas) e Licenciatura em Ciências
Biológicas – Macaé-RJ (cinquenta vagas). Além
disso, quatro outros cursos aumentaram a oferta de vagas: Licenciatura
em Ciências Biológicas, do Instituto de Biologia, (mais oito
vagas); Ciências Biológicas – Modalidade Médica
(mais cinco vagas); Nutrição (mais quatro vagas) e Bacharelado
em Ciências Biológicas/Microbiologia e Imunologia (mais cinco
vagas), perfazendo um total de 182 novas vagas.
Strauss fez um apelo aos estudantes, depois de anunciar que, como “órfãos
do neo-liberalismo”, talvez fossem mais conservadores que seus pais:
pediu que fossem rebeldes, pois só assim será possível
mudar o status quo e transformar a sociedade. Assim se despediu, dizendo
“Parabéns, muito sucesso, e sejam rebeldes!”
Para finalizar, falou a professora Cristina Loyola, diretora do Hospital-Escola
São Francisco de Assis (HESFA), que foi apresentado como um espaço
para a realização da assistência, da pesquisa clínica
e do processo ensino-aprendizagem em treinamento em serviço, na
área da saúde. Cristina Loyola contestou a vida dos hospitais
universitários e apontou outros caminhos para sua utilização.
Afirmou que tais hospitais gastam cerca de 12% mais que hospitais comuns,
e que hoje em dia está em vigor a des(h)ospitalização,
ou seja, cada vez mais há o tratamento em casa, sem a necessidade
de internação e sem os riscos de infecções
hospitalares, destacando que os hospitais universitários tendem
a ser conservadores.
A diretora do HESFA ainda falou sobre a eficiência dos hospitais
universitários e do SUS (Sistema Único de Saúde),
que cobrem quase 100% de gestações, acidentes, e controle
de muitas doenças, como a hanseníase, por exemplo. E por
fim, antes de se despedir terminando a recepção de calouros,
questionou o que significa “alta complexidade” existente nos
hospitais, se pode ser considerada a existência de alta tecnologia
instrumental, utilizada em CTI´s, ou “tecnologia humana”,
para tratamentos psiquiátricos, por exemplo.
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