Fórum Brasil Alemanha – Inovação através da pesquisa: Nanotecnologia e Ciências da Vida
Por Wang Pei Yi

recorte de um chip

O Fórum Brasil – Alemanha: Inovação através de pesquisa – Nanotecnologia e Ciências da Vida ocorreu nos dias 21 e 22 de novembro. No primeiro dia, o evento ficou a cargo da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) que abriu com palestras e mesas-redondas onde se debateu as tendências atuais de pesquisa em Ciências da Vida e os resultados obtidos.

O encontro aconteceu na UFRJ e contou com a participação do Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Wanderley de Souza. O foco de discussões e debates foram às pesquisas em nanotecnologia, seus resultados práticos e as possibilidades de fomento em pesquisa na Alemanha, além das tendências atuais de pesquisa nessa área no Brasil e na Alemanha.

Nas palestras realizadas no Auditório do Instituto de Macromoléculas (IMA) do Centro de Tecnologia (CT) os convidados ressaltaram a importância da pesquisa e do incentivo à produção de estudos científicos sobre nanoestruturas. Stefan Talhammer, professor da Universidade de Munique, foi um dos convidados a participar deste intercâmbio acadêmico promovido em parceria pela FIOCRUZ, UFRJ, o Serviço Alemão de Intercambio Acadêmico (DAAD) e International Careers made in Germany (Hi! Potentials). Para ele, este tipo de intercâmbio acadêmico é necessário e importante porque permite desenvolver e compartilhar conhecimentos e pesquisas cientificas gerados. É uma troca de saberes benéfica à sociedade.

Segundo o cientista formado em Biologia e PhD em Nanotecnologia na Alemanha, a pesquisa nesta área é caracterizada por uma ciência multidisciplinar e interdisciplinar que congrega outras áreas como a Física, a Química, a Medicina dentre outras. Para Talhammer, a nanotecnologia produz inúmeros benefícios, melhorias que não se restringem apenas a área cientifica, e num futuro muito próximo esta tecnologia será tão desenvolvida que possibilitará achar a cura de doenças como o câncer, e eliminá-lo sem que o doente saiba.

Ele afirma ainda, que esta tecnologia já é empregada comercialmente, como por exemplo, nos cosméticos vendidos no Japão que permitem maior durabilidade do produto. Em outro exemplo ele cita as empresas automobilísticas alemãs Mercedes e BMW que estão aperfeiçoando a tinta de seus carros com a nanotecnologia. A nova tinta não permitiria arranhar a lataria do veículo.

Em sua essência, a nanotecnologia consiste na habilidade de manipular a matéria na escala atômica para criar estruturas com uma organização molecular diferenciada. Por permitir o controle da estrutura atômica da matéria, a nanotecnologia tem o potencial de revolucionar o modo em que materiais e produtos são criados, mais resistente, mais barato, mais leve, mais preciso e mais adequado, além de possibilitar novas utilizações nunca antes imaginadas.

“A nanotecnologia não é algo fictício ou criado pela fértil imaginação humana. Todos os organismos possuem nanomáquinas extremamente complexas e especializadas: células que se reproduzem, enzimas que catalisam reações químicas, anticorpos que combatem doenças. E todas essas entidades são coordenadas e detalhadas no DNA. A nanotecnologia é a extensão natural do conhecimento humano que procura dominar as peças fundamentais da matéria e, desta forma, controlar suas características”, disse o professor Talhammer.