Sueli Carneiro
Professora do serviço de dermatologia do HUCFF

As concentrações de formol utilizadas entre 10 e 20 % não são prejudiciais à saúde. Além deste limite, as mulheres podem desenvolver outras doenças. As pessoas que tem asma brônquica podem desenvolver uma crise de "falta de ar" durante ou logo após a aplicação. Também pode ocorrer rinite e laringite. Tem sido observado quadros de leucopenia (diminuição de glóbulos brancos) reversíveis com a suspensão do uso do formol.

O futuro destes produtos é incerto, mas existe uma busca incessante por formulações cada vez mais seguras e efetivas. Todo produto químico implica numa reação local que varia de pessoa para pessoa. Mas toda substância química pode apresentar efeitos tópicos e até sistêmicos variáveis em intensidade e gravidade".

"Claro que não vale tudo pela beleza. Certamente é preciso equilíbrio e bom senso com relação às medidas que podemos tomar para melhorar nosso corpo, mente e espírito. Habitualmente, onde há excessos há também resultados insatisfatórios ou duvidosos, que podem trazer mais descontentamento. Contudo, muito pode ser feito e em diversas regiões do corpo, que podem levar a uma melhoria das queixas da pessoa e da auto-estima.

O conceito de beleza é antes de tudo bem estar físico e mental. Estes conceitos mudam de acordo com o período, moda, estilo de vida e região que se habita. O que é belo para um pode não ser para outro. É certo que a proporcionalidade entre as partes do corpo costuma trazer uma impressão mais agradável, mas, muitas vezes, o charme e capacidade de comunicação e envolvimento de uma pessoa superam qualquer outra impressão e a transformam em bela, desejada e invejada.

Conseqüências físicas irreversíveis na busca incessante por um ideal de beleza é uma situação mais freqüente do que se imagina. Normalmente estas conseqüências não são extensas ou podem ser disfarçadas. Contudo, com a banalização dos procedimentos cirúrgicos estéticos, através de propaganda enganosa e divulgação anti-ética, muitos acabam sendo vítimas de pessoas que realizam procedimentos de risco sem capacitação para tal.

Qualquer procedimento proposto que não tenha embasamento científico para ser realizado, que seja realizado por pessoa não capacitada ou que seja feito em pacientes que não tenham expectativas reais e passíveis de serem atingidas é considerado um absurdo".