III Simpósio de Extensão do CCS/UFRJ
Por
Vanessa Souza
“Não se faz reforma da universidade sem mudança do
saber que ela vai transmitir”.
Anísio Teixeira, 05/68.
A Universidade precisa
acompanhar e acrescentar um novo saber experimental e tecnológico
à sociedade. Porém, não pode relegar a segundo plano,
o dever de conservação e disseminação da cultura
nacional atual. Partindo deste pressuposto, o Centro de Ciências
da Saúde, da UFRJ, organizou o III Simpósio de Extensão
do Centro de Ciências da Saúde.
Realizado na última
terça-feira, 8 de novembro, o Simpósio trouxe como tema
central a Reforma do Ensino Superior e Extensão Universitária.
Durante o evento, ocorreram exposições orais sobre Novas
Tecnologias Educacionais no Ensino Superior e Técnicas em Assuntos
Educacionais da Coordenação de Extensão.
A
Abertura do Simpósio foi marcada pela presença da Vice-Reitora
da UFRJ, prof. Sylvia Vargas; da Pró-Reitora de Extensão
da UFRJ, prof. Laura Tavares Ribeiro Soares; e do Decano do Centro de
Ciências da Saúde - CCS, prof. João Ferreira da Silva
Filho.
Um breve desenvolvimento do tema, Reforma do Ensino Superior e Extensão
Universitária foi apresentado pela Coordenadora de Projetos Sociais
/ Extensão Universitária – UNIFESP, Linda Bernardes.
A Coordenadoria
de Projetos Sociais da UNIFESP tem como objetivo dar suporte administrativo
e educacional às atividades de extensão desenvolvidas
no campus, participando do planejamento e da elaboração
de projetos, programas, cursos de extensão e eventos, documentos
e publicações, prestações de serviços,
bem como da análise, divulgação e avaliação
das ações extensionistas da universidade.
De acordo com Linda
Bernardes, “a missão da Extensão se distancia de
um projeto social devido a sua responsabilidade de produzir conhecimentos
relevantes à sociedade”. Ou seja, a Extensão proporciona
impacto social, mas não pode deixar de lado o impacto acadêmico.
É através da aplicação dos conceitos produzidos
e reproduzidos em sala de aula, que a Extensão constrói
novos espaços de formação.
O primeiro Painel
exposto no Simpósio abordou as Novas Tecnologias Educacionais
no Ensino Superior. Teve a participação da Coordenadora
de Educação à Distância do CCS, prof. Masako
Oya Masuda; da Diretora de Tecnologia Educacional para Saúde
– NUTES / UFRJ, prof. Mirian Struchiner; e de uma representante
do Departamento de Saúde Pública da EEAN, prof. Elizabete
Pimenta Araújo Paz.
A prof. Masako Oya Masuda apresentou um apanhado geral sobre a Experiência
da Educação à Distância no Curso de Licenciatura
em Ciências Biológicas e concluiu dizendo que embora
a tecnologia seja uma parte fundamental da educação à
distância, qualquer programa de sucesso deve focalizar mais as
necessidades instrucionais dos alunos que a própria tecnologia.
Para isso, devem ser considerados, por exemplo, idade, base cultural
e sócio-econômica, interesses e experiências, níveis
de educação, e familiaridade com métodos de educação
à distância, dos alunos.
Na busca de uma solução eficaz aos desafios propostos
pela atual sociedade às organizações educacionais,
houve a revalorização das modalidades de educação
à distância, desenvolvida em sua terceira geração,
onde os recursos das mídias tradicionais são potencializados
a partir de sua fusão na internet. Este processo aperfeiçoa
e barateia a distribuição de informação
áudio-visual e textual. Mas apesar disso, os programas de educação
à distância sofrem numerosos questionamentos. Baseando-se
nesses questionamentos, a prof. Mirian Struchiner focou sua palestra
nos Desafios da Educação à Distância.
Segundo ela, as críticas direcionadas ao método de Educação
à Distância são motivadas, principalmente, pela
crença de que um curso à distância se faz transformando
uma aula presencial em um módulo escrito acompanhado de exercícios.
Quando, no entanto, a produção de um bom curso à
distância deve ter em conta as necessidades do público
a quem vai estar direcionado, e a partir destas, a produção
de metodologias pedagógicas, estratégias e recursos didáticos,
mídias e softwares, realizados por uma equipe interdiciplinar,
formada por pedagogos, comunicadores e especialistas em informática.
O Internato Extensionista da Escola de Enfermagem Anna Nery
foi apresentado pela Prof. Elizabete Pimenta Araújo Paz. O programa
tem por objetivo desenvolver atividades de ensino, extensão e
pesquisa em municípios do interior do Estado do Rio de Janeiro.
Alunos que estão no último ano da graduação
de seus cursos complementam seus currículos escolares com atividades
voltadas para o benefício e a reflexão social, bem como
a organização das farmácias municipais e o Programa
de Saúde da Família, trabalhando juntamente com as equipes
de médicos das unidades do governo local.
O segundo e último painel do evento abordou as Técnicas
em Assuntos Educacionais da Coordenação de Extensão
do CCS. A prof. Victoria Brant, do NUTES, discursou sobre “Educação
em Saúde: Teorias e Práticas”. A importância
da pesquisa em Extensão foi exposta pela prof. Do Departamento
de Ecologia do CCS, Laísa Maria Freire do Santos.
O final da programação do Simpósio teve a participação
da Coordenadora de Graduação da Faculdade de Medicina
do CCS, professora Ana Borralho, que falou sobre a formação
dos profissionais de saúde. De acordo com a professora, ser um
profissional da saúde significa entender o indivíduo como
um todo, no lugar onde ele vive.
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