Microscópio
13.10.2005
Reinauguração de fé
Por Patricia Feitosa

Após quase cinco anos em processo de restauração, a capela do Hospital Escola São Francisco (HESFA) foi reinaugurada no dia 4 de outubro com uma missa em ação de graças ao dia de São Francisco de Assis. A conclusão da obra está prevista para o final de dezembro.

A arquiteta Dalva de Castro, responsável pela restauração da capela, disse que é preciso ter fé e acreditar. Classificou a reinauguração o primeiro milagre, que pode abrir caminho para outros, como a restauração de todo o hospital. Ela contou que enfrentou vários obstáculos para reformar o espaço, desde provar que a capela não poderia ser derrubada, já que faz parte do patrimônio tombado da UFRJ, até conseguir a verba para a reforma.

A diretora geral do HESFA, professora Cristina Maria Loyola, ressaltou a importância da capela. “Esse é um momento especial na vida de todos nós. Nós conseguimos juntar dentro de uma universidade várias práticas de conhecimento científico e de assistência e agora temos esse lugar de refúgio, de fé, de bondade e de sabedoria de vida”.

A continuidade de funcionamento da capela conta com a “Toca de Assis”, que, segundo Dalva, é uma forte candidata a assumir e dar prosseguimento ao projeto. A “Toca de Assis” se afastou do HESFA devido a um acidente ocorrido durante um projeto que visava dar assistência a mendigos. Porém, devido à reinauguração, a parceria entre as duas instituições já está voltando a se solidificar.

Um dos trabalhos realizados no hospital é o Projeto de Assistência Integral à Pessoa Idosa (PAIPI). A terceira idade é responsável, dentre outras atividades, pela organização dos eventos de cunho religioso que acontecem no HESFA.

A Capela do Hospital está ainda em processo de finalização, os vitrais serão confeccionados por alunos da EBA sob a coordenação de um artista plástico da Escola.

Antes de a capela ser inaugurada, esses eventos aconteciam em diversos lugares como a entrada principal do hospital e a UCB (Unidade de Clientes Básicos). A partir do próximo ano, o padre Honofre, pároco da Igreja de Santana, celebrará mensalmente as missas da Capela .

O prédio onde funciona o HESFA foi fundado em 1876 para ser um asilo de mendigos e até hoje continua a exercer sua função principal, que é dar assistência aos excluídos e necessitados. O asilo recebia as pessoas que, de alguma forma, eram afastadas do convívio social, como loucos, órfãos, idosos, deficientes, crianças abandonadas, portadores de doenças infecciosas, entre outros. Ao longo dos anos, o abrigo virou hospital, se modernizou e hoje assiste aos portadores de HIV, dependentes químicos, meninos de rua e outras pessoas à margem da sociedade atual.

“Nós somos uma unidade de Cuidado Diferenciado, aqui os alunos do curso de enfermagem entram em contato com o elemento mais importante de sua formação, a compaixão ao sofrimento do próximo”, diz a diretora do Hospital Escola São Francisco de Assis.

O que diferencia o HESFA é o tipo de clientela atendida por ele. São pacientes crônicos, ou em recuperação de cirurgias, aqueles que não representam grande interesse pra as pesquisas e que necessitam de cuidados especiais para a recuperação como, curativos, medicamentos com controle rígido de horário e dosagem, com um tratamento humanizado, o hospital Escola acolhe aos pacientes que não podem mais ocupar os leitos de hospitais convencionais, mas que também não estão prontos para ir para casa.

Professora Cristina Loyola iniciou, em parceria com a EBA, através do professor Gerônimo e quatro estagiários, a confecção de um Book que apresentará, em partes distintas, as necessidades de recuperação do prédio. Ela acredita que com esse trabalho poderá mais facilmente conseguir captar recursos para as obras.

ONG – Amigos de Francisco

Quem estiver interessado pode participar do movimento de reconstrução e reestruturação do HESFA. A próxima reunião será no dia 4 de novembro, às 14h. A ONG tem o objetivo de organizar voluntariado.

Se quiser saber mais sobre a “Toca de Assis” acesse o site www.tocadeassis.org.br


O HESFA tem a intenção de abrir oitenta leitos para pacientes de cuidado continuado (prolongado) do SUS, a diretora acredita na capacidade do hospital em receber esses pacientes e o processo para a realização desse ideal está em andamento.

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