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“A indústria
do armamento é responsável por negócios que
movimentam trilhões de dólares. Os dados no Brasil
mostram que existem 17 milhões de armas, entre as legalizadas
e a estimativa das clandestinas. Destas, 15 milhões estão
nas mãos de civis. Pesquisa recentemente divulgada pela
Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio
de Janeiro demonstrou que a grande maioria das armas de fogo utilizada
em crimes entre os anos de 1999 e 2005 pertencia a cidadãos
comuns, que não são considerados criminosos. Estas
armas foram desviadas para finalidades delituosas. O argumento
de que os bandidos continuarão armados é um engano.
Menos comércio de armas, menos possibilidade de obtê-las.
As estatísticas comprovam que uma vítima desarmada
tem mais chances de sobreviver do que aquela que porta uma arma.
O controle rígido de armas de fogo no Brasil é indispensável
para enfrentar o problema da violência. Porém, o
governo brasileiro não tinha os meios legais e institucionais
adequados para lidar com essa questão”. A nova lei
determina que o interessado em manter uma arma de fogo em seu
domicílio deverá declarar sua efetiva necessidade,
apresentar certidões de antecedentes criminais, não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal,
apresentar documento que comprove sua ocupação lícita
e residência certa e comprovar sua capacidade técnica
e aptidão psicológica para manuseio de arma. Tais
medidas visam restringir a emissão de registro de arma
apenas àqueles que apresentam todas as condições
para manter uma arma sob sua responsabilidade em sua residência.
A melhoria das condições de segurança pública,
nos seus diversos desafios exige, ao lado do desarmamento, um
conjunto de políticas públicas de médio e
longo prazo que envolve medidas que vão desde o melhor
aparelhamento e treinamento das polícias até ações
na área social. É necessária, também,
a criação de um ambiente em que haja igualdade de
oportunidades no país, justiça social e que, sobretudo,
o jovem tenha acesso à educação e ao emprego”.
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“ Os argumentos
que vêm sendo utilizados para o plebiscito são cheios
de maniqueísmos, dominado por dois princípios opostos
e inconciliáveis, o do bem e o do mal, como o pobre coitado
do fazendeiro rural, do lado do não, ou pesquisas realizadas
que marcam o número crescente de mortes estúpidas
por PAF (projéteis de armas de fogo). Não se trata
de um, nem de outro argumento, mas da base do problema e da causa
do evento. Repressão não resolve, precisamos de
educação. Mais da metade da população
vive com salários aviltantes, sem oportunidades de educação
escolar, profissional, cidadã. Esses e nós também
vemos o valor altíssimo recebido por um político
ou por um lobista, para não fazer nada. São recursos
que saem dos cofres públicos e vão para mãos
privadas sem nenhuma desfaçatez. Em suma, o aumento da
criminalidade, do uso de armas de fogo para assaltar e matar evidencia
o resultado de 500 anos de descaso com toda a população
brasileira. Este plebiscito, para mim, é mais um gasto
de recursos Públicos que poderiam ser utilizados melhor
na afiliação de toda a população,
até porque fica restrito a um SIM ou NÃO, manipulados
por ambos os lados, sem consciência do ato de apertar o
botão. O mais importante é que a população
comece a pensar e discutir o assunto, propor soluções
efetivas. Por que é preciso pensar em nossos atos e nas
conseqüências deles. Pois, ao votar pelo desarmamento,
pode-se estar aumentando a criminalidade. Com uma nova zona de
tráfico - o de armas - dá um bom dinheiro”. |