Argumento
13.10.2005
Financiamento dá novo fôlego à pesquisa de tuberculose
por Taisa Gamboa


Alguns programas realizados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em conjunto com outras instituições ajudam na consolidação da liderança da Universidade na área das doenças respiratórias infecciosas. Eventualmente, a UFRJ participa de concursos e estabelece parcerias, através das quais consegue alguns financiamentos para seus projetos.

As verbas auxiliam no desenvolvimento de importantes programas de treinamento em pesquisa em vários níveis. Inicialmente os estudos são voltados para os trabalhadores da rede pública de saúde, visando formar pessoas nos fundamentos da pesquisa científica que possam participar de projetos e que tenham um olhar crítico sobre a sua prática assistencial. Existem também as pesquisas que levam a um título formal de pós-graduação, como mestrado, doutorado e mesmo pós-doutorado, complementando assim os recursos aplicados pelo CNPq e CAPES.

Um bom exemplo disso é o Programa Acadêmico de Tuberculose do IDT/UFRJ, que há poucas semanas atrás conseguiu três grandes financiamentos para programas de pesquisa e treinamento. Através de uma das mais competitivas disputas realizadas no país, o Instituto do Milênio REDE-TB (Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose), liderado pelo professor Célio Lopes Silva (USP-RP) e com ampla participação de docentes da UFRJ, conseguiu verbas que facilitaram a sua renovação. O que comprova a qualidade do trabalho desta rede de pesquisa de âmbito nacional.

O Instituto do Milênio REDE-TB é uma rede de pesquisa de âmbito nacional, que congrega mais de 40 instituições acadêmicas e mais de 170 pesquisadores de diversas áreas, desde pesquisa básica até pesquisas operacionais sobre os programas de controle da tuberculose na rede de saúde.

A REDE-TB é reconhecida pelo excelente trabalho desenvolvido por essa rede de pesquisa no desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose, novos métodos diagnósticos, medicamentos e meios de implementá-los na rede pública de saúde. O projeto foi recentemente contemplado pelo CNPq com R$ 2,5 milhões por três anos.

Outro financiamento conquistado pelo Instituto de Doenças do Tórax (IDT) foi o ICOHRTA AIDS/TB (International Clinical, Operational, and HealthServices Research Training Award Program for AIDS and Tuberculosis), um dos mais prestigiados programas de treinamento em pesquisa financiados pelo Fogarty International Center do NIH (National Institute of Health) norte-americano. A finalidade é treinar um quadro de profissionais de saúde em pesquisa aplicada, que possa contribuir para implantar uma rede de assistência nestas duas áreas tão importante em nosso país, a AIDS e a tuberculose.

O programa envolve a UFRJ, FIOCRUZ, UFES, Instituto ADOLPHO LUTZ e USP-Ribeirão Preto, no Brasil, e as universidades Johns Hopkins, Califórnia-Berkeley e Cornell nos Estados Unidos. Aqui ele é liderado pelos professores Lapa e Silva e Kritski, e recebeu financiamento de U$ 3 milhões, com duração prevista para cinco anos. A cada ano os recursos são liberados mediante a avaliação do desempenho no ano que se encerra.

O inovador Framework Programs for Global Health, também do Fogarty Center/NIH, e liderado pelo professor Lapa e Silva, tem por finalidade constituir redes interativas internacionais para o desenvolvimento da infra-estrutura acadêmica, basicamente currículos de formação em graduação e pós-graduação no conceito de saúde global, que parte do princípio de que a saúde não tem fronteiras - geográficas, nem de saberes.

O projeto abrange os programas de Pós-graduação em Clínica Médica e em Doenças Infecciosas e Parasitárias, grupos de pesquisa do CCS, da COPPE e FIOCRUZ, além de universidades norte-americanas. Segundo o professor Lapa, o projeto, lançado em 2005, é um “Planning Grant”, que visa fornecer recursos por um período de dois anos. A partir daí, deverá ser submetido ao NIH para financiamento, em um processo muito competitivo. Para a primeira etapa, foram financiados um total de U$ 54 mil.

Todos esses projetos são indispensáveis para o desenvolvimento de novas pesquisas nas áreas mencionadas. A possibilidade de se conseguir verbas, que colaborem com os estudos, é um estímulo extra. Entretanto, o próprio professor Lapa afirma que os financiamentos nunca disponibilizam dinheiro suficiente para a realização de todos os objetivos dos programas.

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