Argumento
22.09.2005
Vai um cafezinho?
por
Beatriz Padrão


Se você não viu o seriado A Diarista desta última terça-feira, que abordou o efeito estimulante do café, certamente já ouviu alguém dizer que ia tomar uma xícara para se manter acordado. Na verdade, a substância responsável pelo aumento do metabolismo é a cafeína que também se encontra em chá, chocolate, chimarrão, guaraná em pó, soda, refrigerantes (principalmente do tipo cola), bebidas isotônicas e algumas medicações.

Atualmente mais de 80 % das pessoas consomem cafeína, que é a droga psicoativa mais consumida do mundo. Como tal pode induzir hábitos, mas se consumida com moderação oferece até alguns benefícios. Ao contrário de algumas drogas como a cocaína, quem consome cafeína tende a manter um padrão de consumo diário, ao invés de buscar uma quantidade cada vez maior da droga. Sendo assim, quem bebe café diariamente pode ser capaz de se privar do hábito sem entrar em crises de abstinência.

Segundo a mestranda em nutrição da UFRJ, Mirza Adriana de Assis, a substância pode acelerar o metabolismo por ser termogênica, ou seja, é capaz de oxidar as gorduras, auxiliando na queima de calorias e dessa forma promover a perda de peso por aumentar o gasto energético.

Ainda existem outros benefícios possíveis do famoso hábito do cafezinho. Mirza afirmou que um pouco de cafeína (referente a uma quantidade de uma xícara de café) funciona para o organismo como um despertador, dando a sensação de maior atenção. Entretanto, com uma dose considerável (cerca de três a quatro xícaras consecutivas), pode causar ansiedade, nervosismo e insônia. Os efeitos e a intensidade vão depender das quantidades que cada um estiver acostumado, uma vez que é possível desenvolver tolerância.

Para quem tem dor de cabeça, a cafeína só é benéfica quando ingerida em pequenas quantidades. Isto se deve ao fato de que a substância faz parte de alguns analgésicos, sendo capaz de tornar-los 40% mais efetivos contra a dor. Além disso, também auxilia o organismo a absorver mais rapidamente esse tipo de medicação, oferecendo uma sensação de alívio.

A última boa notícia é para aqueles que têm diabetes mellitus do tipo dois, que é caracterizada pela resistência à insulina e que está fortemente associada à ocorrência de doenças cardiovasculares. Mirza explicou que a cafeína tem sido apontada em vários estudos conduzidos tanto em ratos quanto em humanos, como uma substância capaz de reduzir a sensibilidade à insulina e captação de glicose no músculo.
Por outro lado, o consumo de café também tem sido associado com um menor risco de diabetes. “Deve, portanto, ser considerado o tipo de café (convencional ou descafeinado) empregado, uma vez que a bebida não é apenas fonte de cafeína, mas de outras substâncias bioativas, com ação antioxidante a exemplo do ácido clorogênico, que tem exibido efeitos antidiabéticos por melhorar a ação da insulina no organismo”, concluiu Mirza.


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