Saúde em Foco
25.05.2006

Gripe aviária já estaria se disseminando entre humanos

Sete pessoas da mesma família morreram, mas não há evidências de que o vírus tenha sofrido mutações

GENEBRA – A gripe aviária já estaria se disseminando entre os humanos, num dos desdobramentos mais temíveis da doença. A possibilidade foi aventada pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS) em razão da morte de sete pessoas de uma mesma família na Indonésia, todas elas contaminadas pelo vírus H5N1. Mas não há, até agora, qualquer evidência que o vírus tenha sofrido alguma mutação que tornasse sua transmissão mais fácil. As sete mortes registradas no norte da Sumatra – o maior conjunto de infecções humana já registrado na Indonésia – fez aumentar os temores que o vírus H5N1 esteja se disseminando entre pessoas. Um oitavo membro da família está internado com suspeita de ter contraído a doença.Até agora, a grande maioria dos casos da enfermidade era resultado de contato com animais contaminados. Segundo um relatório da OMS, no entanto, não existe na região afetada qualquer registro de ave doente. Ou seja, é possível que o vírus tenha chegado à família por intermédio de uma pessoa.

Em todo o mundo 120 pessoas já morreram

Ainda assim, especialistas da OMS seguiram para a região e buscam fontes alternativas para explicar a contaminação.

- Existe, definitivamente, uma possibilidade de que o vírus tenha saltado mais de uma vez dentro da mesma família – sustentou Maria Cheng, porta-voz da OMS.

Mas, sustentou a porta-voz, embora um segundo salto soe alarmante, isto não significa que tenha ocorrido uma mutação no vírus, o que faria aumentar bastante o risco de uma pandemia.

- Não parece ter havido qualquer mudança. Cada um dos doentes esteve em contato muito próximo e prolongado com os outros infectados.

A doença teria se espalhado na família a partir de uma única mulher contaminada que recebeu várias pessoas para churrasco em sua casa. Outras 33 pessoas da região que estiveram no churrasco ou tiveram contato com a família foram postas em quarentena e estão tomando antiviral preventivamente. Até agora, entretanto, não há qualquer indício de que a doença esteja se espalhando na comunidade.

Mais de 120 pessoas já morreram no mundo desde que a doença ressurgiu em 2003.

Jornal O Globo
25/05/2006
O Mundo/Ciência e Vida
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