Notícias da Semana
11.05.2006

“Noções de educação em plena praça pública”
Tem início o VII Festival UFRJmar em Cabo Frio
Por Mariana Elia

O VII festival UFRJmar iniciou oficialmente suas atividades esta manhã, dia 10, com diversas oficinas e apresentações. A abertura foi feita pelo organizador-geral do evento, professor Fernando Amorim, pelo prefeito da Cidade Universitária, Hélio Mattos, com participações também dos secretários municipais do Meio Ambiente, de Educação e da Criança e do Adolescente, Juarez Lopes, Paulo Massa e Eliseu Pombo respectivamente, além da subsecretária de Educação, Laura Barreto.

O tom foi de bastante alegria, já que, apesar de atrasos o evento conseguiu aumentar bastante sua estrutura. O prefeito Helio Matos apostou em uma conquista ainda maior no futuro, dizendo: “espero continuar a vir aqui permanentemente e em um festival cada vez maior”. Fernando Amorim colocou UFRJmar como “um marco do aprofundamento das relações entre a Universidade e a prefeitura de Cabo Frio, pois a atuação desta foi fundamental para que o evento pudesse tomar essa proporção” e destacou alguns cursos que permanecerão para além desses quatro dias, como o projeto de literatura juvenil. Paulo Massa, secretário municipal de Educação, agradeceu a grande quantidade de estudantes que vieram participar, não só da produção como os jovens interessados em aprender e discorreu sobre a dificuldade de ensino dentro das escolas, concluindo que “felizmente o que vemos aqui são noções de educação em plena praça pública”. Ao que parece, o interesse é geral em investir na instalação de um campus universitário da UFRJ na região o que, segundo Juarez Lopes, secretário municipal de Meio Ambiente, “seria um prazer, um privilégio e é uma vontade nossa, com certeza”.

O atraso na preparação do local das oficinas e do alojamento dos participantes não impediu que o pólo do Forte ficasse lotado de crianças e jovens. Durante a manhã, escolas municipais levaram os alunos mais novos para os cinco pólos do festival. Na praia do Forte, principal centro de atividades, as oficinas de construção naval, de reaproveitamento e reciclagem, educação ambiental e percepção do corpo, entre diversas outras despertaram o interesse dos alunos do ensino fundamental. Mas não só. Já no início da tarde, adolescentes permearam os arredores da oficina a fim de conhecer os princípios e curiosidades apresentados por alunos da UFRJ.

A Engenharia naval destacou-se pelas três oficinas de construção de barcos. Strip planking (no evento chamado de “ripas moldadas”), costure e cola e laminação são diferentes formas de construção naval, que se diferenciam em várioss aspectos. Enquanto que a primeira é destinada ao fabrico de “barcos redondos e com contornos mais suaves”, como explica o coordenador Miguel Miranda, as outras duas são destinadas à construção de barcos quinados. André Parente, responsável pela coordenação do costure e cola, cita os caiaques utilizados no festival como exemplo da utilização de sua técnica. E Natan Xavier diz que a vantagem da laminação é a possibilidade de reprodução de um mesmo projeto a partir do modelo construído. São, portanto, simuladas construções navais a fim de demonstrar “a complexidade de fazer um barco”, explica Natan.

A oficina de móveis em pet e jornal é, juntamente com o Museu da Química (um dos únicos ministrados por professor), exemplo de projetos do Instituto de Química. O primeiro é um projeto que existe desde 2002 por iniciativa da diretora do Instituto, Cássia Tursi, e da coordenadora de Extensão, Rojane Fitler. A aluna Carolina Fernandes contabiliza em dois meses quase três toneladas de material recolhido só no Instituto, com os quais são possíveis confeccionar bolsas, acessórios de escritório e bancos, mais conhecidos como "pufes". As oficinas de química receberam provavelmente os maiores elogios. A estudante do terceiro ano do ensino médio, Layla Alves, de 17 anos, aprovou como um todo o festival, mas disse o mais interessante foram os experimentos apresentados por esta equipe.

A Divisão de Saúde do Trabalhador (DVST) também marcou presença no evento com o projeto Gente que faz saúde, no qual foram verificados níveis de pressão arterial e glicose para, segundo a coordenadora Vânia de Oliveira, “sensibilizar a população acerca dos problemas de saúde”. Ela visa no UFRJmar alertar os mais jovens para a importância da prevenção, através também de palestras ministradas no pólo colégio Edílson Duarte. A DVST promove ao longo do ano inclusive no Fundão eventos como esse, tanto para funcionários como para alunos.

As unidades do Centro de Ciência da Saúde também não deixaram a desejar. As oficinas de Educação Ambiental, do laboratório Integrado de Macromoléculas e do Núcleo de Ciências Ambientais, além da corporeidade e capoeira despertaram em diversas crianças a curiosidade sobre o funcionamento do meio ambiente, de seres normalmente pouco conhecidos e da percepção do corpo humano. Ainda que em abordagens bastante diferentes, os estudantes de biologia conseguiram, através de jogos e pequenas amostras, apresentar diversidade do ecossistema, as conseqüências da poluição e o funcionamento da cadeia alimentar de forma simples e dinâmica. Já a educação física utilizou exercícios simulatórios de equilíbrio, desequilíbrio e deslize para sensibilizar o jovem sobre percepção do próprio corpo. A capoeira deu aulas de ritmo e dança, incluindo um pouco de história e cultura brasileira.

A Escola de Música também se apresentou com um grupo de dez violonistas com números de baião, frevo, samba e outros estilos brasileiros, integrando no repertório composições dos próprios graduandos, como Márcio Camacho e André Trindade. Apesar da incontrolável movimentação do público, jovem e pouco acostumado com tal tipo de apresentação, todos ficaram satisfeitos e o teatro municipal ficou praticamente lotado.

Assim como todo o primeiro dia do festival. As crianças gostaram, as oficinas encheram e a produção fez o que pôde para ajustar os pequenos danos dos atrasos. Até sábado outras apresentações ocorrerão e muitas oficinas dividirão com o público da região dos Lagos conhecimentos e experiências.

Fotos por: Raquel de Lima

Conselho discute problemas do CCS
Por Mariana Granja

Para tratar de importantes temas, o Conselho de Coordenação do Centro de Ciências da Saúde (CCS) se reuniu na última segunda-feira, 8 de maio, no auditório Hélio Fraga, e contou com a participação de vários diretores de unidades do Centro, além do próprio decano professor João Ferreira.

A eleição para decano foi um item polêmico, tratado antes de haver a homologação dos candidatos inscritos, professor João Ferreira e professor Almir Fraga. Alguns professores desejavam saber as propostas de gestão dos candidatos a decano antes da aprovação da candidatura. A questão foi resolvida pelo professor Francisco Strauss, que leu os projetos apresentados no ato da inscrição. O professor Strauss, a secretária Ana Maria e o técnico administrativo Francisco de Assis, pediram exoneração dos cargos que tinham na Comissão Eleitoral, devido a questões éticas e pessoais, e todos serão substituídos brevemente para dar continuidade ao processo eleitoral.

O projeto do professor João Ferreira à Decania consiste em enumerar suas ações como decano, os muitos problemas que resolveu quando entrou para a decania do Centro e mostrar que esse trabalho pode continuar havendo uma reeleição. O professor Almir, em seu projeto, explica não ter soluções para todos os problemas do CCS, mas depois de debates e troca de idéias, espera fazer um bom trabalho no Centro, com seriedade, honestidade e empenho, como tem feito nos 36 anos de atividades acadêmicas na Universidade. O primeiro debate está marcado para dia 15 de maio.

Outro assunto de vital importância foi a redução de verba que o Ministério da Educação planeja fazer nas Universidades Federais, diminuindo em 25% o valor limite de despesas com diárias de hotéis e passagens, além das despesas de programas de pós-graduação como Proap e Proex.. A notícia do corte de verbas foi recebida com indignação e preocupação pelos professores, pois prejudica convites para banca de teses, idas a congressos e vinda de importantes professores para palestras e eventos na UFRJ, o que pode diminuir a qualidade de ensino e avaliação da Universidade.

Para finalizar, o decano comunicou a vitória da professora Elizabeth Accioly para a direção do Instituto de Nutrição Josué de Castro, que concorreu pela chapa 1 na última semana. Também entrou em pauta, através do professor Thomas Langenbach, o problema do incêndio ocorrido no último mês no laboratório de Vertebrados, causado devido à falhas na instalação elétrica. O professor, membro da Comissão de Biossegurança, explicitou a necessidade de desativar o serviço de manutenção da UFRJ e contratar uma empresa terceirizada para o trabalho, como faz o Centro de Tecnologia, a fim de evitar outros problemas. O assunto será discutido posteriormente, após o envio do laudo sobre o incêndio ao professor João Ferreira.


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