“Noções
de educação em plena praça pública”
Tem início o VII Festival UFRJmar em Cabo Frio
Por
Mariana Elia
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O
VII festival UFRJmar iniciou oficialmente suas atividades esta manhã,
dia 10, com diversas oficinas e apresentações. A abertura
foi feita pelo organizador-geral do evento, professor Fernando Amorim,
pelo prefeito da Cidade Universitária, Hélio Mattos, com
participações também dos secretários municipais
do Meio Ambiente, de Educação e da Criança e do Adolescente,
Juarez Lopes, Paulo Massa e Eliseu Pombo respectivamente, além
da subsecretária de Educação, Laura Barreto.
O tom foi de bastante alegria, já que, apesar de atrasos o evento
conseguiu aumentar bastante sua estrutura. O prefeito Helio Matos apostou
em uma conquista ainda maior no futuro, dizendo: “espero continuar
a vir aqui permanentemente e em um festival cada vez maior”. Fernando
Amorim colocou UFRJmar como “um marco do aprofundamento das relações
entre a Universidade e a prefeitura de Cabo Frio, pois a atuação
desta foi fundamental para que o evento pudesse tomar essa proporção”
e destacou alguns cursos que permanecerão para além desses
quatro dias, como o projeto de literatura juvenil. Paulo Massa, secretário
municipal de Educação, agradeceu a grande quantidade de
estudantes que vieram participar, não só da produção
como os jovens interessados em aprender e discorreu sobre a dificuldade
de ensino dentro das escolas, concluindo que “felizmente o que vemos
aqui são noções de educação em plena
praça pública”. Ao que parece, o interesse é
geral em investir na instalação de um campus universitário
da UFRJ na região o que, segundo Juarez Lopes, secretário
municipal de Meio Ambiente, “seria um prazer, um privilégio
e é uma vontade nossa, com certeza”.
O atraso na preparação do local das oficinas e do alojamento
dos participantes não impediu que o pólo do Forte ficasse
lotado de crianças e jovens. Durante a manhã, escolas municipais
levaram os alunos mais novos para os cinco pólos do festival. Na
praia do Forte, principal centro de atividades, as oficinas de construção
naval, de reaproveitamento e reciclagem, educação ambiental
e percepção do corpo, entre diversas outras despertaram
o interesse dos alunos do ensino fundamental. Mas não só.
Já no início da tarde, adolescentes permearam os arredores
da oficina a fim de conhecer os princípios e curiosidades apresentados
por alunos da UFRJ.
A Engenharia naval destacou-se pelas três oficinas de construção
de barcos. Strip planking (no evento chamado de “ripas
moldadas”), costure e cola e laminação são
diferentes formas de construção naval, que se diferenciam
em várioss aspectos. Enquanto que a primeira é destinada
ao fabrico de “barcos redondos e com contornos mais suaves”,
como explica o coordenador Miguel Miranda, as outras duas são destinadas
à construção de barcos quinados. André Parente,
responsável pela coordenação do costure e cola, cita
os caiaques utilizados no festival como exemplo da utilização
de sua técnica. E Natan Xavier diz que a vantagem da laminação
é a possibilidade de reprodução de um mesmo projeto
a partir do modelo construído. São, portanto, simuladas
construções navais a fim de demonstrar “a complexidade
de fazer um barco”, explica Natan.
A oficina de móveis em pet e jornal é, juntamente com o
Museu da Química (um dos únicos ministrados por professor),
exemplo de projetos do Instituto de Química. O primeiro é
um projeto que existe desde 2002 por iniciativa da diretora do Instituto,
Cássia Tursi, e da coordenadora de Extensão, Rojane Fitler.
A aluna Carolina Fernandes contabiliza em dois meses quase três
toneladas de material recolhido só no Instituto, com os quais são
possíveis confeccionar bolsas, acessórios de escritório
e bancos, mais conhecidos como "pufes". As oficinas de química
receberam provavelmente os maiores elogios. A estudante do terceiro ano
do ensino médio, Layla Alves, de 17 anos, aprovou como um todo
o festival, mas disse o mais interessante foram os experimentos apresentados
por esta equipe.
A Divisão de Saúde do Trabalhador (DVST) também marcou
presença no evento com o projeto Gente que faz saúde, no
qual foram verificados níveis de pressão arterial e glicose
para, segundo a coordenadora Vânia de Oliveira, “sensibilizar
a população acerca dos problemas de saúde”.
Ela visa no UFRJmar alertar os mais jovens para a importância da
prevenção, através também de palestras ministradas
no pólo colégio Edílson Duarte. A DVST promove ao
longo do ano inclusive no Fundão eventos como esse, tanto para
funcionários como para alunos.
As unidades do Centro de Ciência da Saúde também não
deixaram a desejar. As oficinas de Educação Ambiental, do
laboratório Integrado de Macromoléculas e do Núcleo
de Ciências Ambientais, além da corporeidade e capoeira despertaram
em diversas crianças a curiosidade sobre o funcionamento do meio
ambiente, de seres normalmente pouco conhecidos e da percepção
do corpo humano. Ainda que em abordagens bastante diferentes, os estudantes
de biologia conseguiram, através de jogos e pequenas amostras,
apresentar diversidade do ecossistema, as conseqüências da
poluição e o funcionamento da cadeia alimentar de forma
simples e dinâmica. Já a educação física
utilizou exercícios simulatórios de equilíbrio, desequilíbrio
e deslize para sensibilizar o jovem sobre percepção do próprio
corpo. A capoeira deu aulas de ritmo e dança, incluindo um pouco
de história e cultura brasileira.
A Escola de Música também se apresentou com um grupo de
dez violonistas com números de baião, frevo, samba e outros
estilos brasileiros, integrando no repertório composições
dos próprios graduandos, como Márcio Camacho e André
Trindade. Apesar da incontrolável movimentação do
público, jovem e pouco acostumado com tal tipo de apresentação,
todos ficaram satisfeitos e o teatro municipal ficou praticamente lotado.
Assim como todo o primeiro dia do festival. As crianças gostaram,
as oficinas encheram e a produção fez o que pôde para
ajustar os pequenos danos dos atrasos. Até sábado outras
apresentações ocorrerão e muitas oficinas dividirão
com o público da região dos Lagos conhecimentos e experiências.
Fotos
por: Raquel de Lima
Conselho
discute problemas do CCS
Por
Mariana Granja
Para
tratar de importantes temas, o Conselho de Coordenação do
Centro de Ciências da Saúde (CCS) se reuniu na última
segunda-feira, 8 de maio, no auditório Hélio Fraga, e contou
com a participação de vários diretores de unidades
do Centro, além do próprio decano professor João
Ferreira.
A
eleição para decano foi um item polêmico, tratado
antes de haver a homologação dos candidatos inscritos, professor
João Ferreira e professor Almir Fraga. Alguns professores desejavam
saber as propostas de gestão dos candidatos a decano antes da aprovação
da candidatura. A questão foi resolvida pelo professor Francisco
Strauss, que leu os projetos apresentados no ato da inscrição.
O professor Strauss, a secretária Ana Maria e o técnico
administrativo Francisco de Assis, pediram exoneração dos
cargos que tinham na Comissão Eleitoral, devido a questões
éticas e pessoais, e todos serão substituídos brevemente
para dar continuidade ao processo eleitoral.
O
projeto do professor João Ferreira à Decania consiste em
enumerar suas ações como decano, os muitos problemas que
resolveu quando entrou para a decania do Centro e mostrar que esse trabalho
pode continuar havendo uma reeleição. O professor Almir,
em seu projeto, explica não ter soluções para todos
os problemas do CCS, mas depois de debates e troca de idéias, espera
fazer um bom trabalho no Centro, com seriedade, honestidade e empenho,
como tem feito nos 36 anos de atividades acadêmicas na Universidade.
O primeiro debate está marcado para dia 15 de maio.
Outro
assunto de vital importância foi a redução de verba
que o Ministério da Educação planeja fazer nas Universidades
Federais, diminuindo em 25% o valor limite de despesas com diárias
de hotéis e passagens, além das despesas de programas de
pós-graduação como Proap e Proex.. A notícia
do corte de verbas foi recebida com indignação e preocupação
pelos professores, pois prejudica convites para banca de teses, idas a
congressos e vinda de importantes professores para palestras e eventos
na UFRJ, o que pode diminuir a qualidade de ensino e avaliação
da Universidade.
Para
finalizar, o decano comunicou a vitória da professora Elizabeth
Accioly para a direção do Instituto de Nutrição
Josué de Castro, que concorreu pela chapa 1 na última semana.
Também entrou em pauta, através do professor Thomas Langenbach,
o problema do incêndio ocorrido no último mês no laboratório
de Vertebrados, causado devido à falhas na instalação
elétrica. O professor, membro da Comissão de Biossegurança,
explicitou a necessidade de desativar o serviço de manutenção
da UFRJ e contratar uma empresa terceirizada para o trabalho, como faz
o Centro de Tecnologia, a fim de evitar outros problemas. O assunto será
discutido posteriormente, após o envio do laudo sobre o incêndio
ao professor João Ferreira.
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