Microscópio
04.05.2006
UFRJ contra a Dengue
Por Mariana Granja


O perigo de contrair Dengue na UFRJ está com os dias contados. A Prefeitura da Cidade Universitária, devido à incidência de casos de dengue na região da Ilha do Fundão e em várias localidades do Estado do Rio de Janeiro onde se encontram unidades da UFRJ, além da alta ocorrência de chuvas, expediu uma portaria no dia 6 de abril, na qual forma um grupo de trabalho empenhado em evitar a propagação dos mosquitos transmissores da dengue na Universidade.

O grupo, formado pelos professores Roberto Andrade Medronho, Maulori Curié Cabral, pelo técnico administrativo Lenir Gomes e pelo graduando Jonatas Lucialdo Peixoto de Almeida, irá desenvolver ações com a colaboração de representantes de várias unidades da Universidade, para aturarem em prol do beneficio de todos.

— A UFRJ já tinha realizado uma campanha contra a dengue, desativada devido à ausência de casos, mas que agora vai recomeçar com a ajuda e apoio do prefeito universitário Hélio Mattos, um empreendedor — fala com entusiasmo o professor Maulori Cabral, do depatamento de Virologia do Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes da UFRJ.

A campanha, batizada de A UFRJ contra a dengue, pretende atingir resultados intra e extra institucionais. “Dentro da universidade, há ações de limpeza das áreas com maior risco”, fala o professor. Isso porque, como disse o prefeito Hélio Mattos, há grande quantidade de entulho em prédios como o Centro de Tecnologia, o de Letras e o próprio CCS, o que constitui um perigo para a saúde por serem possíveis moradias para os mosquitos transmissores em sua fase larvar. Os mosquitos fêmea, ao encontrarem um bom local para o nascimento de seus filhotes, colocam seus ovos nas bordas de recipientes onde há água parada armazenada. Na escolha desse local, elas verificam se há micróbios suficientes para alimentar sua prole, potenciais propagadores do vírus da dengue.

Além disso, ainda há dentro da Universidade campanhas de conscientização, nas quais a dengue é mostrada como uma doença educacional. “Ela só ocorre porque as pessoas criam os mosquitos como mascotes. Nossa campanha externa tem como lema Faça seu vizinho feliz, não deixe que ele pegue dengue”, explica Maulori.

Esse lema, segundo o professor, surte um bom efeito, pois se um vizinho cumpre a parte que lhe cabe, retira os focos de dengue, não deixa água parada, e avisa aos demais que seguiu as recomendações, os outros seguirão o exemplo. “Se conseguir criar esse estilo de convivência acaba a dengue, pois para toda ação existe uma reação de igual intensidade e sentido contrário”.

A campanha, na parte extra institucional, continua ativa com o projeto A UFRJ vai às escolas, uma forma de levar à comunidade escolar de ensino fundamental ou médio “a maneira de interligar os saberes para a instalação de um senso comum com mudanças de atitude nas novas gerações”, explica o professor. Segundo ele, as escolas solicitam as visitas da “trupe”, que apresentam teatros de fantoches, encenações com adolescentes, mostram a mosquitoeira, armadilha letal para os insetos, desenvolvida e patenteada pela UFRJ, passam vídeos e fazem brincadeiras, tudo para conscientizá-los a evitar a proliferação do mosquito.

A “trupe”, sob a responsabilidade da professora Isabel Maria Liberto, também do departamento de Virologia, vai às escolas as quintas e sábados, e os interessados em obter uma visita devem telefonar para o Disque-Dengue da UFRJ, 2562-6698, assim como para informações e esclarecimentos sobre a doença. Também podem mandar e-mails para isabel.liberto@gmail.com ou maulori@micro.ufrj.br.

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