Argumento |
13.04.2006
|
Chocomania Resultado da mistura entre o cacau (pelo menos 32% da composição), o açúcar e, outros ingredientes que variam segundo o tipo de doce que se deseja obter, o chocolate é um alimento com alta densidade energética, em razão do seu elevado teor de gordura e açúcar. Em 100g de chocolate ao leite encontramos 6% de proteína, 34% de gordura e 56% de glicídeos. De acordo com a professora adjunta do Departamento de Nutrição Básica e Experimental do Instituto de Nutrição (INJC) da UFRJ, Cristina Freitas, o alto poder excitante do chocolate é decorrente da presença, em sua composição, de teobromina (0,8% a 2,2%), estimulante do sistema neuromuscular, que ativa as funções do coração, além de beneficiar o sistema nervoso e aliviar o cansaço mental. Essa função ativadora também é reconhecida em função do triptofano e do magnésio, que agem diretamente na produção de serotonina, neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e felicidade. Malefícios Segundo ela, o chocolate apresenta um alto teor de ácidos graxos saturados, que não são benéficos à saúde. Eles atuam como fator de risco às doenças cardiovasculares e aumentam o nível de colesterol sérico (LDL - colesterol “ruim”). Em função disso, é desaconselhada a sua ingestão por pessoas com sobrepeso e obesas, diabéticos, pacientes com transtornos renais, gástricos (úlcera gastrointestinal e colites), e constipação intestinal, em virtude da riqueza em tanino (em particular do chocolate escuro), substância que ativa a mucosa gástrica. Cristina Freitas lembra que, durante a páscoa, bombons, ovos
e barras de chocolate são apreciados em excesso. E é aí
que reside o maior problema. Quando ingerido de forma intensa, o chocolate
pode estimular o trato intestinal através de substâncias
químicas e pela presença de açúcar simples
em elevado percentual, o que pode levar à diarréia osmótica.
A serotonina, mencionada
anteriormente, pode ainda estar contribuindo para a sensação
de dependência, atuando no músculo liso de forma direta.
Através do AMP-cíclico produzido, este neurotransmissor
acelera a atividade das enzimas (adenilciclase) envolvidas na velocidade
da via glicolítica em vários órgãos. Segundo
a professora Vera Mathias, todo este processo leva às sensações
hedônicas, que facilitam a ingestão continuada. Ou seja,
comer chocolate, é um ciclo vicioso. |
|
Notícias
anteriores: • 06/04/2006 - Desinteria: O Zinco é a solução • 30/03/2006 - Os lentos danos da comida rápida • 23/03/2006 - Governo quer mudar natureza de Hospitais Universitários |