Saúde e Prevenção
30.03.2006
A pele após o verão
Por Mariana Granja

Verão é sem dúvida a estação mais animada do ano, vem acompanhada de freqüentes passeios à praia, caminhadas e muito sol. O desejo de ficar mais bonito e finalmente tirar a cor amarelada do inverno faz muitas pessoas se exporem demais aos raios solares, significando um risco para sua saúde.

Mas e quando acaba o verão? Com a pele descamada, ressecada e áspera, muitos procuram o que fazer e o que utilizar para recuperar seu brilho natural. Inventam fórmulas miraculosas, mas sem comprovação cientifica, que podem passar de solução à um grande problema para a saúde, além de utilizarem produtos sem orientação médica adequada.

Alternativas e dicas boas a serem seguidas são as fórmulas enriquecidas com hidratantes, vitamina E e complexos antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce, contribuindo muito para a recuperação da pele. Também é recomendado usar somente sabonete neutro, de preferência líquido e em partes que transpiram muito, como axilas, genitais, mãos e pés, além de evitar tomar banhos muito quentes e fazer esfregações com buchas.

Há outros procedimentos possíveis, como explica a médica Mônica Azulay, professora adjunta e responsável pelo setor de Dermatologia Cosmética da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela fala da existência desses métodos, mais complexos, e atenta para sua evolução nos últimos vinte anos, época em que se formou e iniciou seu trabalho. Explica que são procedimentos extremamente eficazes, pois retardam o envelhecimento causado pela exposição ao sol muito satisfatoriamente. “Além dos tratamentos em que se utilizam medicamentos domiciliares e fórmulas, há as esfoliações químicas e lasers, que atendem muito bem aos seus objetivos”.

Mas adverte quanto às queimaduras solares. “Quando há uma queimadura devido ao sol, o risco de ter câncer de pele no futuro aumenta em 30%, e não há forma de reverter as conseqüências que a queimadura possa causar, apenas é possível aliviar seus sintomas. Por isso, deve-se usar filtro solar sempre e reaplicar a cada duas horas”

Continuando, a professora recomenda a utilização de filtros solares, essencial mesmo nos horários de menor risco para a pele. “Fundamentalmente deve-se respeitar horários de exposição solar, que são em média até as dez horas da manhã e após as três da tarde. Nesse horário há exposição de raios UVA, causadores de foto-envelhecimento, mas há menos incidência de raios cancerígenos (UVB), comuns entre meio dia e três horas da tarde”.

E é nessa hora, a de menor risco para a pele, que crianças e idosos devem se expor ao sol, mas sempre cautelosos. Eles precisam de, em média, vinte minutos diários para contribuir na calcificação dos ossos, e não devem, de forma alguma, ultrapassar quarenta minutos de exposição. Principalmente, porque, de acordo com a professora Mônica, “as crianças com menos de seis meses não devem usar filtro solar, pois sua pele é muito permeável e fina. Já após essa idade, é permitido a utilização de protetores solares, mas apenas do tipo físico, mais difíceis de serem encontrados, e não os químicos, mais comuns”.

Já para quem pensa que as pessoas negras não necessitam de proteção contra o sol, estão cometendo um equívoco. “A pele negra tem mais melanina, o que significa que possui uma proteção natural melhor, só que mesmo assim há risco de câncer de pele, então essas pessoas também devem se proteger do sol tomando as atitudes adequadas”, finaliza a professora.


 

Notícias anteriores:

• 23/03/2006 - Como vencer o fantasma da acne
• 16/03/2006 - Ministério da Saúde vacina crianças contra o rotavirus
• 09/03/2006 - Males que mais afligem as mulheres