UFRJ
enfrenta dificuldade na busca de voluntários para testar vacina
contra AIDS
Aline Beckestein
Rio - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) iniciou, nesta semana,
testes com voluntários para a busca de uma vacina contra a aids.
O projeto faz parte de uma pesquisa que está sendo feita simultaneamente
em 17 países, integrantes da Rede Internacional de Pesquisas de
Vacinas anti-HIV (HVTN, na sigla em inglês). A rede, que busca uma
vacina contra o vírus HIV há mais de 10 anos, conta com
recursos de instituições nacionais de saúde norte-americanas.
De acordo com a coordenadora de assuntos comunitários do projeto
na UFRJ, Mônica Barbosa, até agora, apenas cinco voluntários
foram aprovados para o início dos testes. Segundo Mônica,
a universidade está tendo dificuldades de encontrar mais 15 voluntários,
que devem ter de 18 a 25 anos e não serem portadores do vírus
HIV e de doenças crônicas.
"Muitos dos que nos procuram têm mais de 25 anos, portanto,
devem ter sido vacinados contra varíola, já que essa doença
ainda não tinha sido erradicada no Brasil. E, como uma das quatro
vacinas que estão sendo testadas para o HIV, utiliza partículas
da varíola em sua composição, isso poderia provocar
uma resposta alterada", explicou.
Mônica Barbosa enfatizou que, como as vacinas em teste não
contêm o vírus HIV, não há possibilidade de
contágio. "Todas as vacinas são de produtos sintéticos,
fabricados em laboratório. Elas têm a função
de fazer com que o organismo reconheça essas substâncias
como se fossem o HIV e produza uma resposta imunológica, mas sem
a presença do vírus".
A assessoria do programa de DST/ AIDS do Ministério da Saúde
informou que a Escola Paulista de Medicina, em parceria com o Programa
Estadual de DST/Aids e a Universidade Federal de Pernambuco, também
vêm desenvolvendo testes para encontrar uma solução
preventiva contra o vírus HIV. As duas instituições
também estariam enfrentando dificuldade para encontrar voluntários
para os testes.
Segundo a assessoria, a legislação brasileira, diferentemente
da de outros países, como os Estados Unidos, não permite
que os voluntários sejam remunerados em pesquisas científicas,
podendo apenas receber uma ajuda de custo.
Agência Brasil-DF
Editoria: Brasil Agora
Online
28/03/06
|