Por uma boa causa
09.03.2006

Dê o seu sangue por alguém
por Wang Pei Yi

O sangue é composto de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, tendo cada um deles uma função definida. Os glóbulos vermelhos levam oxigênio. Os brancos combatem infecções, ou seja, vírus e bactérias que atacam o corpo e nos deixam doentes. E as plaquetas ajudam na coagulação do sangue. Os três estão misturados numa substância líquida chamada plasma. Um homem tem em média 5 milhões de glóbulos vermelhos por milímetro cúbico de sangue. E mais do que a sua função defensiva, combativa e transportadora, o sangue tem também a função solidária.

O doador participa da vida da comunidade doando o sangue, composto que se renova constantemente, e que o corpo humano possui uma grande reserva biológica. O sangue doado é separado em vários componentes (células vermelhas, plasmas e plaquetas), assim uma única doação pode ajudar a atender mais de um paciente, salvar e recuperar funções orgânicas. O sangue é insubstituível. Pessoas que sofrem acidentes de trânsito, pacientes sofrendo de doenças graves (câncer, leucemia), pessoas precisando de transplantes, pacientes em tratamento médico ou cirúrgico e os hemofílicos, precisam de sangue e de seus derivados.

Doar sangue é um grande ato de generosidade, um ato espontâneo, de solidariedade, que salva vidas. Porém é preciso doar sempre uma vez que o sangue não pode ser preservado por muito tempo. Segundo Carmen Martins Nogueia, chefe do departamento de Hematologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho(HUCFF), se cada aluno/servidor da UFRJ Campus do Fundão, apto a doar sangue, fizesse UMA doação ao ano não faltaria sangue para os pacientes cuidados nos dois hospitais da UFRJ do Campus e ainda seria possível colaborar com outras unidades da rede pública do Rio de Janeiro.

O Hospital Clementino Fraga Filho realiza mil cirurgias e 30 mil atendimentos em média, por mês, representando cerca de 1.200 consultas diárias. O HU precisa receber pelo menos 80 doadores por dia para que não haja interrupção de cirurgias ou quaisquer procedimentos de alta complexidade, em que o sangue ou seus derivados desempenhem papel vital, mas coleta menos de 25% do total ideal necessário por dia.

O total de coletas chegou a níveis críticos, por isso iniciativas de universitários da faculdade de Medicina e Engenharia da UFRJ como o trote solidário em que calouros doam sangue, uma atividade em parceria com o HEMORIO, são tão importantes. Toda pessoa saudável, com idade entre 18 até 60 anos e com peso superior a 50 quilos, é habilitada a doar sangue. Não faz mal doar sangue. Existem inclusive estudos que mostram menor ocorrência de infarto do miocárdio entre doadores regulares de sangue.

O doador passa por uma entrevista confidencial com um médico ou enfermeiro em que deve responder questões precisas sobre seu estado de saúde ou seu modo de vida. A franqueza das respostas é o único meio de detectar possíveis riscos. É necessário apresentar um documento de identidade com validade no território nacional. Não é preciso jejum, apenas evitar alimentos gordurosos nas horas que antecedem a doação.

Pessoas com gripes e resfriados ativos, submetidas a cirurgias recentes e com tatuagens feitas nos últimos doze meses estão temporariamente impedidas de doar. As pessoas que tiveram hepatite após dez anos de idade; problemas renais, cardíacos, pulmonares e hematológicos; portadores de diabetes, câncer, doenças infecciosas; pressão alta; doença de Chagas, malária ou sífilis; recebeu transfusão de sangue ou derivados nos últimos dez anos; os usuários de drogas ilícitas não podem doar sangue.


Aqueles que quiserem fazer doações de sangue para os pacientes do HUCFF e do IPPMG podem realizar a doação no 3º andar do Serviço de hemoterapia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, de segunda à sexta-feira de 8 às 13h 30 min. Ou ligar para os telefones 2562-2305 ou 2562-2706

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