Por uma boa causa
01.12.2005

Doenças de pele: Radiação e proteção
por Beatriz Padrão

Para fechar a última edição sobre as doenças de pele no verão, o Olhar Vital informará sobre a radiação solar, seus perigos além de trazer dados sobre os diferentes tipos de filtros e sua eficácia.

A radiação Ultravioleta UV penetra profundamente e desencadeia reações imediatas como as queimaduras solares, as fotoalergias e o bronzeamento. Sua ação profunda provoca reações tardias, devido ao efeito acumulativo da radiação durante a vida, causando o envelhecimento cutâneo e câncer da pele.

A UV que atinge a Terra se divide em radiação UVA e UVB. A UVA é quantitativamente maior e possui intensidade constante durante todos o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou o verão. Também não varia muito ao longo do dia, sendo pouco maior entre 10 e 16 horas que nos outros horários. Penetra profundamente na pele, sendo a principal responsável pelo fotoenvelhecimento. Tem importante participação nas fotoalergias e também predispõe a pele ao surgimento do câncer tipo melanoma. A UVA também está presente nas câmaras de bronzeamento artificial, em doses até 10 vezes mais altas do que na radiação proveniente do sol.

A dra. Beatriz Trope, dos erviço de dermatologia da UFRJ, explicou que a incidência do UVB aumenta muito durante o verão, especialmente nos horários entre 10 e 16 horas quando a intensidade dos raios atinge seu máximo. Os raios deste tipo penetram superficialmente e causam as queimaduras solares. São os principais responsáveis pelo risco do câncer basocelular e ao espinocelular.

“Como somente os raios UVB causam as queimaduras solares o fato de não ter ficado vermelha, não significa que a pele não tenha sofrido a ação danosa da radiação UV, porque o UVA não causa queimaduras, mas danifica a pele. Aquele sol de inverno que parece não causar problemas, na verdade também está prejudicando a pele e favorecendo, principalmente, o seu envelhecimento, da mesma forma que as câmaras de bronzeamento artificiais”, alertou Beatriz.

Todo filtro solar tem um número que determina o seu Fator de Proteção Solar, que pode variar de 2 a 60. O FPS mede a proteção contra os raios UVB, mas não contra os raios UVA. Este valor numérico indica que quantidade de tempo a pele quantas vezes mais tempo a pele irá levar para ficar queimada, como o FPS 15, a pele demora 15 vezes mais para ficar vermelha.

Todos acreditam que após o FPS 15, os filtros são iguais, entretanto isto é um mito. A professora Beatriz esclareceu que o aumento do FPS, a partir do 15, acrescenta pouco o bloqueio destes raios. No entanto, o tempo em que o filtro solar continuará a absorver os raios UV será maior quanto maior for o FPS, diminuindo a freqüência da reaplicação. O que deve ser avaliado também é o custo benefício, pois o preço se eleva muito mais que a proteção.

Vale ressaltar que o fator mínimo para uma proteção adequada é o FPS 15, devendo aplicar o filtro generosamente sempre 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol e reaplicá-lo a cada 2 horas
.

* Entenda os tipos de filtro solar *

A linguagem dos rótulos dos filtros podem deixar o consumidor confuso na hora da escolha. Aprenda abaixo o que significam os termos mais freqüentes e escolha aqueles mais indicados para seu tipo de pele:

Anti UVA e UVB: filtros que protegem contra os raios ultravioleta A e ultravioleta B.
Hipoalergênico: utiliza substâncias que geralmente não provocam alergias.
Livre de PABA ou PABA Free: filtros que não contém a substância PABA, que tem alto poder alergênico.
Livre de óleo ou oil free: filtros cujos veículos não contém substâncias oleosas. São os mais indicados para pessoas de pele oleosa ou com tendência à formação de cravos e espinhas.
Não comedogênico: filtros que não obstruem os poros, evitando assim a formação de cravos. São também indicados para pessoas de pele oleosa e com tendência à formação de cravos e espinhas.


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