Ciência e Vida
01.12.2005

UFRJ também na luta contra a Aids
Por Beatriz Padrão

O Dia Internacional de Luta contra a Aids, 1 de dezembro, é um ótimo momento para divulgar o Projeto Praça Onze da UFRJ, que pesquisa vacinas preventivas contra o HIV e estuda tratamentos para a Aids.

A iniciativa tem o objetivo de encontrar uma vacina estritamente para prevenção, que possibilite que a pessoa depois de vacinada, ao entrar em contato com o vírus, não desenvolva a doença. Entretanto o maior desafio para atingir esta meta é o fato do agente causador da doença ser mutante. Os pesquisadores estão tentando desenvolver uma vacina que possa estimular a resposta do organismo contra a única estrutura básica do HIV que se mantém.

O Projeto Praça Onze testa também algumas vacinas desenvolvidas numa rede mundial patrocinada pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA. O terceiro estudo de vacinas preventivas contra o HIV começará em meados de dezembro. Os testes serão realizados com produtos intramusculares, em pessoas saudáveis, sem HIV, e que tenham entre 18 e 25 anos.

A coordenadora do recrutamento do Projeto, Mônica Barbosa, explicou que no novo estudo serão testados quatro produtos que utilizam outros vírus modificados: o da vaccínia (vacina contra a varíola) e o "fowlpox" que causa doenças em aves. Existem, atualmente, 30 produtos em teste no mundo, mas os mais promissores são os que combinam vacinas que estimulam a produção de anticorpos e que induzem a produção de células que podem destruir outras já infectadas pelo HIV.


Os testes são realizados em três fases: avaliação de segurança do produto; avaliação de resposta do sistema imunológico da pessoas vacinada e avaliação da eficácia preventiva da vacina.

A participação de voluntários é fundamental para a realização dos testes. Essa é terceira vacina que o Praça Onze testará em humanos. A pesquisa deve durar cerca de um ano e meio. Para admitir um voluntário, se realizam entrevistas e exames de saúde completos nos candidatos.

O voluntário deve ser saudável psicologicamente também. Durante toda a pesquisa, fará exames de sangue regulares e receberá todo o atendimento, caso tenha algum problema de saúde, mesmo que não tenha relação com a vacina.
Os interessados em participar da pesquisa do Projeto Praça Onze podem agendar uma entrevista pelo telefone 2273-9073, das 8h às 16h.

O HESFA possui também um Centro de Teste e Aconselhamento que realiza gratuitamente testes de sífilis, hepatite B e C e HIV. Neste último caso, quando o resultado indica soro positivo, o paciente é encaminhado para um posto de saúde ou hospital mais próximo de sua residência.

A vice-diretora do HESFA, Carla Luiza, informa que a instituição oferece acompanhamento para portadores do HIV, distribui os remédios necessários para o tratamento e organiza palestras esclarecedoras sobre a doença. Atualmente 600 pacientes estão sendo monitorados, incluindo adultos e crianças.

Outro importante serviço do hospital é o Disk Aids que funciona segunda, quarta e sexta-feira, entre 13h às 18h. Através do número 2293-2255 é possível tirar dúvidas, aprender sobre aspectos jurídicos relacionados à doença, receber informações sobre os testes e resultados. A psicóloga e coordenadora do CTA, Sônia Batista, informou que a média de atendimento mensal é de 350 pessoas, mas se sua equipe fosse maior este número cresceria.


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