O Ministério
da Saúde divulgou ontem uma boa notícia para os pequenos
brasileiros: até janeiro do ano que vem, a vacina contra o rotavírus
será incluída no calendário do Programa Nacional
de Imunizações. O vírus, que é responsável
por 50% das diarréias graves em crianças de até 5
anos no rio, mata 4 mil delas por ano no Brasil.
- A vacinação vai diminuir bruscamente nossos índices
de mortalidade infantil, principalmente nas periferias das grandes cidades
e nas zonas rurais, onde as pessoas não têm acesso ao saneamento
básico - disse o secretário de Vigilância em Saúde
do ministério, Jarbas Barbosa.
Um dos maiores defensores da inclusão da vacina contra o rotavírus
no calendário oficial, o infectologista e pediatra Edmilson Migowski
comemorou a compra do produto pelo governo.
- É a melhor notícia que recebi nos últimos tempos.
No Hospital do Fundão, 100% das crianças que ficam internadas
com diarréia estão infectadas pelo rotavírus –
diz Migowski, professor de Infectologia Pediátrica da UFRJ.
Crianças de até um ano
A vacina, em forma de gotinhas, estará disponível gratuitamente
para crianças de até um ano nos postos de saúde.
A princípio, o ministério estabeleceu que ela deve ser tomada
aos 2 e aos 4 meses de idade.
Segundo os especialistas, testes feitos com mais de 70 mil crianças
provaram que vacina não causa reações e só
não pode ser tomada por crianças que estejam com febre ou
que tenham doenças imunodepressoras, como a AIDS.
Grave Desidratação
O rotavírus é um tipo de vírus que diminui a absorção
de água e sais minerais no organismo e aumenta o ritmo do intestino,
causando uma grave desidratação que pode levar à
morte. As crianças pequenas são mais vulneráveis.
Os sintomas mais comuns são febre, vômitos e diarréia.
Essa última dura cerca de uma semana, mas a criança continua
transmitindo o vírus por mais de 20 dias.
Em todo mundo, a vacina só é produzida pelo laboratório
GlaxoSmithKline. O ministério da saúde comprou
8 milhões de doses, cada uma por US$ 7 (R$ 16). Na rede particular,
a vacina pode sair a até R$200. A compra do ministério é
suficiente para abastecer os postos por um ano.
|