• Edição 087
  • 28 de junho de 2007

Cidade Universitária

Audiência pública para avaliar o sistema de transporte interno na UFRJ


Kareen Arnhold – Agência UFRJ de Notícias – Centro de Tecnologia

Em atitude inédita, a Universidade Federal do Rio de Janeiro – por meio da Prefeitura Universitária, responsável pelo planejamento e fiscalização do transporte público –, ouvirá, em audiência pública, reclamações e sugestões de usuários dos ônibus internos antes de realizar novo processo de licitação, que deverá acontecer em agosto ou setembro.

Que estudante, professor ou funcionário da UFRJ nunca utilizou ônibus cujos nomes são “Reitoria”, “Alojamento” e “Especial”? Estes veículos de circulação interna – cuja empresa tem contrato com a universidade, por via de licitação - transportam 75% das pessoas que se deslocam pelos mais de quatro milhões de metros quadrados do Fundão, além de atender aos alunos carentes que viajam para o campus da Praia Vermelha e do Centro da cidade no período de aulas.

- Acredito que a UFRJ seja a única universidade que oferece este tipo de transporte até pelas características da Ilha do Fundão, sendo a distância entre uma ponta e outra muito grande. Pela necessidade, gastamos aproximadamente três milhões e meio de reais por ano com a linha - , ressalta Hélio de Mattos Alves, prefeito da cidade universitária.

Além de atender às 65 milhões de pessoas da comunidade universitária da Ilha, os ônibus internos ainda são rotina para os trabalhadores da Petrobras (CENPES), para os funcionários da Universidade, moradores da Vila Residencial, pescadores e pessoas que vivem no entorno.

Exemplo de usuário freqüente, Eliane Correia, auxiliar administrativa da UFRJ, que vive na Vila Residencial dos funcionários há vinte anos, depende desse transporte não apenas para trabalhar, se deslocando internamente, como também para sair do campus. Já habituada, ela afirma não ter reclamações, visto que a circulação dos veículos segue uma organização de horários e trajetos: “eu não tenho queixas. Sei as horas certas e evito passear nos fins de semana à noite. É só o povo se adaptar”.

Porém, o que não dá é para se adaptar à superlotação com que estes transportes coletivos circulam, conforme explica José Carlos Pereira, chefe do setor de Compras da Decania do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ), que sofre com o desconforto diariamente: “a política de transportes da universidade deveria dar condições às pessoas de irem e virem do trabalho ou das aulas com tranqüilidade. A demanda está muito grande, principalmente nos horários de saída”.

Para ele, a solução seria ou aumentar o número de ônibus internos ou criar mecanismos para que os ônibus da cidade do Rio de Janeiro circulassem dentro do campus com maior freqüência, o que dependeria – mais dos esforços da universidade – de uma ação conjunta e planejada com os governos municipal, estadual e federal.

Se haverá ou não uma discriminação de passageiros dos ônibus de circulação interna, com prioridade para a comunidade acadêmica, é uma questão que será discutida na audiência pública, a ser realizada no dia 6 de julho, de 10 às 12 horas, no Auditório da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), no Centro de Tecnologia, na Ilha do Fundão.