• Edição 087
  • 28 de junho de 2007

Notícias da Semana

Dança, poesia e imagem se encontram no CCS

Mariana Mello

O Centro de Ciências da Saúde foi palco, na tarde de ontem, dia 26, para o Seminário Corpos Telúricos, uma iniciativa transdisciplinar que reuniu, além de grande público, aspectos da dança, poesia, filosofia e imagem, retratados em palestras, em uma performance sensorial e na exibição da vídeodança “Passo a Passo”. Fruto das atividades do Programa Interdisciplinar de Iniciação e Profissionalização Artística da Companhia de Dança Contemporânea Helenita Sá Earp, o seminário, em sua segunda edição, ainda trouxe para o auditório Leopoldo de Meis, no campus do Fundão, poetas estrangeiros e estudiosos brasileiros renomados.

Os professores do bacharelado em Dança da UFRJ, André Meyer e Ana Célia Sá Earp, se reuniram na coordenação do projeto Corpos Telúricos e na produção do média-metragem exibido no evento. A vídeodança, inteiramente filmada no Parque Nacional de Itatiaia e que já foi exibida em diversos festivais e mostras, como o Ano do Brasil na França e o Congresso Nacional de Filosofia, em Salvador, foi lançada ontem, como continuação de uma trilogia que começou com o vídeo “Água das Origens”, arrancando longos aplausos da platéia. Para André, a proposta do filme é “desenvolver cada vez mais produções que levem o nome da UFRJ a eventos de visibilidade, sejam eles nacionais e internacionais”.

Uma mesa de abertura inaugurou o evento, que contou também com palestras. Ainda houve uma performance sensorial, no Centro de Convivência do CCS, realizada por alunas da Cia. de Dança, seguida de um coquetel para o lançamento de livros. A professora Ana Célia Sá Earp, comemorou o sucesso do seminário e a “maciça presença de vários setores da universidade, desde alunos e funcionários a diretores”:

– Aconteceu exatamente aquilo que queríamos: um momento de transformação, de arte, de encontro entre as pessoas e o ambiente. Estamos no projeto há três anos, mas o trabalho de dança ligado à natureza já acontece há muito tempo, com a professora Helenita Earp, cuja teoria de dança é fundamentada na relação dança–natureza. Nossa idéia é alcançar vários setores da universidade, mostrando a todos a produção de nosso departamento – explicou a professora.

Waldyr Ramos, diretor da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ, também presente no evento, afirmou que o departamento de arte corporal, do qual o bacharelado em dança faz parte, “é, sem sombra de dúvida, o que mais produz dentro da EEFD e o que tem a programação mais intensa”. Assim como a superintendente-geral da Pró-reitoria de Extensão da UFRJ, Isabel Cristina Azevedo, e Débora Foguel, diretora do Instituto de Bioquímica Médica, que compuseram a mesa de abertura do seminário, ele parabenizou a iniciativa. Isabel, que espera ver o projeto Corpos Telúricos amplamente difundido, considera o trabalho da companhia “uma produção de qualidade da universidade” e único, “pois une diferentes culturas e linguagens, e tem uma proposição absolutamente nova”.

Ângela Âncora da Luz, diretora da Escola de Belas Artes da UFRJ, que também compôs a mesa inaugural do seminário, foi além: para ela, “em um evento como Corpos Telúricos, os saberes se complementam e o sentido universal da instituição universitária se faz presente”. A professora fez questão de enfatizar a importância da arte como “estatuto da humanidade” e ressaltou que, assim como o seminário, a arte contemporânea é multifacetada, pois “suas fronteiras são tênues e não existem mais as categorias rígidas do passado”

Para a mesa de palestras, foram convidados os poetas indiano Makarand Paranjape e o francês Jean-Luc Poliquen – que declama os poemas, de sua autoria, em Passo a Passo – além da pós-doutora em Filosofia pela UFRJ Marly Bulcão, que presta consultoria filosófica à equipe que produziu a vídeodança, e o mestrando em Filosofia pela UERJ Marcelo de Carvalho. O estudioso brasileiro e Poliquen trataram da obra do poeta Gaston Bachelard, para eles um excluído do mundo acadêmico e em cuja obra, segundo Marcelo, “se percebe a filosofia dos elementos cósmicos: fogo, terra, ar e água, imagens literárias ambíguas”. Já Jean-Luc, que mergulhou na vida de Bachelard através do contato com suas correspondências e com a filha do poeta, também fez algumas considerações sobre a crítica literária. Para ele, a poesia é um mistério que, em vão, a crítica literária, subordinada às leis de mercado, tenta elucidar. Assim, o próprio poeta se posiciona como crítico, fazendo e refletindo sua obra – assim como o próprio Jean-Luc fez, pois é poeta e crítico ao mesmo tempo.

Makarand centrou sua palestra na persistência do sagrado na poesia contemporânea indiana e explicou aos presentes o sentido de sua obra, “Confluências”. De acordo com ele, acredita-se na Índia que a confluência entre dois ou mais rios é sagrada, pois simboliza o instante em que duas partes se tornam somente uma e se transformam. A metáfora da água, para Paranjape, não é proposital: afinal, “a vida emerge da água e seu ciclo sugere a mudança do próprio ser humano”. Já Marly Bulcão discorreu sobre a poesia considerada por ela “energética, nervosa, primitiva e transgressora” do poeta Lautreamónt. Para ela, seus versos dinâmicos e vigorosos são a metáfora de um tempo estilhaçado e compõem um modelo de imaginação e de poesia muito presente no vídeo Passo a Passo – um paradigma corporal e livre e produtor.


Você é o que você come

Amanda Wanderley – Agência UFRJ de Notícias – Praia Vermelha

Você é o que você come foi a discussão da última palestra do ciclo Química e Esporte para poetas promovido, durante os meses de maio e junho, pela Casa da Ciência da UFRJ, o Instituto de Química (IQ) e a Escola de Educação Física (EEFD). Na última terça-feira (26), Josely Koury, professora do Instituto de Nutrição; Alexandre Guedes e Fernando Pompeu, professores do IQ e da EEFD, respectivamente, debateram a melhor alimentação cotidiana e ressaltaram a importância do equilíbrio entre necessidade nutricional e ingestão de alimentos no desempenho esportivo.

Segundo Alexandre Guedes, a alimentação habitual afeta o estado nutricional, a disponibilidade de proteínas em todas as células e tecidos para que esses exerçam suas funções. Tal relação ressalta a importância de se manter um equilíbrio entre a necessidade nutricional e a ingestão de alimentos. “O equilíbrio é importante para que o organismo funcione, mas é fundamental que a ingestão seja um pouco superior, gerando uma reserva para o caso de um dispêndio de energia inesperado”, alertou o professor do IQ. Josely Koury acalmou os gulosos de plantão que se sentem culpados quando escapam da dieta por pouco, “a composição corporal é um reflexo da qualidade e da quantidade de alimentos consumidos, mas não é o bombom que comemos fora da dieta que vai nos engordar”, revelou, reiterando que o que conta nesse caso é a rotina alimentar de cada um.

Fernando Pompeu avaliou o dispêndio de energia diário. Para ele saber contar calorias é uma questão de saúde pública. “O lanche completo em uma rede de fast-food, com direito a refrigerante, batata frita, sanduíche e torta tem a mesma quantidade de calorias de 15 quilos de alface”, comentou, levando o público à surpresa.

Química e esporte para as escolas

O sucesso do Química e esporte para poetas foi comprovado pela lotação máxima do auditório da Casa da Ciência nas oito palestras realizadas. Temas como doping, estresse e atividade física, respiração e alimentação atraíram estudantes de Educação Física, Química, professores e a comunidade em geral. O bom resultado gerou a realização de um ciclo como esse voltado para as escolas de ensinos médio e fundamental.

- O ciclo foi muito positivo, pois reuni duas unidades distintas da universidade, o IQ e a EEFD, falando sobre o mesmo tema, esporte. No final, todos aprendemos, tanto o público, como os palestrantes -, avaliou Adriana Vicente, coordenadora pedagógica do Centro Cultural da Casa da Ciência.


Decanos e diretores da UFRJ discutem REUNI

Fernanda de Carvalho - Agência UFRJ de Notícias - Centro de Tecnologia

A última plenária de decanos e diretores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aconteceu nessa segunda-feira, dia 25, no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). A mesa, composta pelo reitor Aloísio Teixeira e pelas professoras Sylvia Vargas, vice-reitora e Angela Rocha, decana do CCMN, colocou em pauta o projeto Fronteiras do diagnóstico e das terapias das doenças prevalentes no século XXI - que propõe a expansão do prédio do Centro de Ciências da Saúde (CCS) - e a Maratona REUNI.

A UFRJ vem discutindo a implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído pelo decreto n° 6.096, que faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). O Projeto Fronteiras foi apresentado aos presentes pelas professoras Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ (IbqM), e Patrícia Lassance, da Escola de Belas Artes, responsável pela Arquitetura do projeto. Para conhecer melhor o projeto, clique aqui.

REUNI

A professora Angela Rocha, decana do CCMN, apresentou o relatório parcial do PDE na UFRJ. Segundo ela, a definição de metas para a Universidade no qüinqüênio 2008-2012 está em andamento, a fim de cumprir o REUNI.

As metas que a UFRJ vem tentando definir incluem medidas para o aumento da relação aluno/professor, estimativa para ampliação do índice de conclusão dos cursos de Graduação, programas de interiorização da UFRJ, assistência estudantil e aumento de vagas diurnas e noturnas. "Estamos discutindo estratégias para alcançar essas metas. A idéia é priorizar as obras para uso comum, como salas de aula, restaurante universitário (bandejão) e alojamento", declarou Angela.

Na avaliação da chamada Maratona REUNI, a decana destacou o fato de que quase todas as unidades interpretaram as metas do decreto como determinações fixas do governo, principalmente no que diz respeito à relação aluno/professor.

Segundo Angela, todos estão muito atados à proporção 18/1, mas essa determinação não é imutável. Para a decana, é preciso calcular essa relação entre alunos e professores, adaptando-a de forma a atender plenamente a UFRJ, de acordo com as demandas e particularidades de cada centro.

A tendência à interiorização da Universidade também foi tema de discussão na plenária. "O campus (pólo) de Macaé cada vez mais se consolida - os cursos de Química e Farmácia já foram aprovados para 2008 pelo Conselho de Ensino de Graduação (CEG) da UFRJ", informou Angela. Há a possibilidade de criação de outros pólos, como o de Xerém, com cursos de Graduação em Ciências, Bioinformática, Biotecnologia, Nanotecnologia, Polímeros e Gestão Ambiental.

Uma necessidade importante, ressaltada pela decana, é a realização de uma pesquisa sistemática sobre as causas de evasão da Universidade. "Na Faculdade de Letras, por exemplo, há uma taxa considerável de evasão ocasionada por dificuldades financeiras dos estudantes, que não conseguem se manter na Universidade", declarou Angela.