• Edição 083
  • 31 de maio de 2007

Por uma boa causa

Fique atento: A meningite não saiu de cena

Tainá Saramago

Para fechar o ciclo de reportagens sobre doenças de notificação compulsória focadas durante o mês de maio, o Olhar Vital discute nesta última edição a meningite. Uma doença grave que pode ser fatal em apenas 12 horas, ou deixar seqüelas.

Segundo a professora Regina Moreira, Chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ, a meningite causa a inflamação das membranas que cobrem o cérebro e a espinha. Acomete pessoas das mais variadas idades, principalmente, as crianças.

- Se as pessoas tiverem febre, dor de cabeça, confusão mental, vômitos, manchas vermelhas pelo corpo, dor na nuca e abaulamento da fontanela, conhecida como “moleira”, nos bebês, o quadro poderá ser de meningite. O diagnóstico deve ser confirmado através de exame laboratorial pela punção lombar, um exame que retira líquido da espinha (líquor). Se o líquor apresentar alguma alteração deverá ser indicada, imediatamente, a internação – explica a especialista.

O que a professora fez questão de lembrar é que dentre todas as meningites, a mais freqüente é a meningocócica, causada por uma bactéria que a torna contagiosa. “Pessoas que dormem no mesmo quarto; crianças da mesma creche; casais; indivíduos que compartilharam na mesma refeição, com os mesmos talheres, correm o risco de contrair a doença. A meningite meningocócica é transmitida através de gotículas de saliva expelidas pelo paciente, mas existem antibióticos que conseguem frear a enfermidade antes dela aparecer. As pessoas que tiveram contato mais próximo com o doente devem, de acordo com a indicação médica, fazer o uso de certos antibióticos”, explica Regina.

Existem também aqueles que são apenas portadores da bactéria na garganta e não adoecem. Essas pessoas acabam transmitindo a meningite meningocócica para as outras, mesmo sem apresentarem qualquer sintoma. E um problema citado pela professora, é que poucos tipos de meningite têm vacina. “É muito importante que se notifique cada caso de meningite, para que assim, se possa determinar se o número de casos está dentro do que se considera a faixa esperada, ou se estamos vivendo um surto ou uma epidemia da doença. É através desses dados que se indicam as medidas de controle, tais como as campanhas de vacinação, por isso a Notificação Compulsória é tão importante”, lembra Regina.

Em alguns casos a doença não é diagnosticada corretamente, gerando muitos problemas para determinar condutas preventivas adequadas. Segundo dados contidos no site do Centro de Informações em Saúde para Viajantes (CIVES) da UFRJ, a região Sudeste é a região mais afetada pela meningite meningocócica. O site oferece informações sobre diversas doenças, é muito útil para quem vai viajar e precisa se prevenir. ( www.cives.ufrj.br )