• Edição 082
  • 24 de maio de 2007

Argumento

Casa de Vegetação procura novos habitantes

Stéphanie Garcia Pires

Com o objetivo sediar experimentos com vegetais que possam trazer algum tipo de serviço, como os trabalhos com plantas medicinais ou projetos ligados à agricultura, o Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Vegetal (PBV) acaba de instalar todo o sistema de irrigação da Casa de Vegetação Apparecida Esquibel localizada no bloco K do Centro de Ciências da Saúde.

Esta etapa contou com a colaboração de Ida Carolina Neves Direito, doutoranda em Biotecnologia Vegetal, que trabalhou sob a coordenação de Andrew Macrae, professor do Instituto de Microbiologia Professor Paulo de Góes da UFRJ. Ela escolheu uma irrigação por gotejamento, mais prática e precisa. Esse sistema é pontual, ou seja, cada vaso recebe água individualmente e pela raiz. “Escolhemos este método porque as irrigações por via aérea tornam as plantações mais propensas ao surgimento de pragas e outras doenças”, esclarece Ida. A Casa de Vegetação comporta mais de 600 vasos para experimentação, e é composta por três bancadas, cada uma podendo ser programada para receber uma determinada quantidade de água, em dias e horários de irrigação específicos e diferenciados.

Andrew Macrae observa que o projeto foi possível com o apoio de João Ferreira e Helio Mattos - então decano e superintendente do CCS. O espaço para as instalações da casa foi cedido pela Prefeitura Universitária. Apesar de inaugurada em 2005, sob a coordenação de Fernanda Reinert, do Departamento de Botânica, do Instituto de Biologia, a Casa de Vegetação ficou pronta para o uso apenas em dezembro de 2006, depois de finalizadas as partes de irrigação e eletricidade, mas só agora está sendo aberta para a utilização pública.

Andrew Macrae pretende usar o espaço para estudos a respeito da bioremediação do solo. “As plantas puxam energia do solo e passam isso para os outros organismos. Queremos checar a possibilidade de usar essa propriedade no melhoramento de produção agrícola e do meio ambiente” – argumenta.

O Programa de Pós-graduação em Biotecnologia Vegetal (PBV) surgiu em 1993 a partir de uma iniciativa interdisciplinar de professores que perceberam a necessidade de tratar o meio ambiente baseando-se na interação dos estudos específicos de cada subunidade da Biologia. Com a contribuição de outras instituições, como a FIOCRUZ e a EMBRAPA, o programa apresentou sucesso em diversas linhas de pesquisa.

Os organizadores não impõem muitas restrições ao uso do espaço. Ida explica que a casa dá prioridade para participantes do PBV, e que também serão aceitos pedidos provenientes de todos os institutos. Andrew esclarece que neste momento, a casa ainda está vazia, mas está pronta para receber projetos. Os interessados serão treinados para se familiarizarem com o sistema de regras da casa e devem especificar qual o experimento pretendido, o tempo necessário de uso e a situação ideal de irrigação.

Aqueles que quiserem usar a Casa de Vegetação Apparecida Esquibel, devem entrar em contato com o professor Andrew Macrae, através do e-mail amacrae@biologia.ufrj.br ou pelo telefone 2562-6739.