Saúde em Foco
20.10.2005

Governo já prepara plano emergencial contra gripe

A pedido do presidente Lula, hoje haverá uma reunião interministerial; Agricultura e Saúde traçam estratégias para o eventual surgimento de foco da gripe aviária no país.

Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em visita oficial à Rússia, representantes dos Ministérios da Agricultura, da Saúde e da Casa Civil discutirão hoje em Brasília o início de um esforço concentrado para evitar que a gripe aviária chegue ao Brasil.

As medidas de prevenção fazem parte da estratégia do governo brasileiro de ampliar as exportações de frango, aproveitando a proliferação da doença por países como Turquia, Romênia e Grécia. "O Brasil é um grande exportador de frango e temos interesse de continuar exportando cada vez mais. Aqui na Rússia tem gente que não está comendo mais frango por medo. Vamos apresentar o franguinho brasileiro, bem-criado, sadio, saudável", disse o presidente ontem, ao deixar a Reunião do Conselho Empresarial Brasil-Rússia.

Por iniciativa de Lula, a gripe aviária foi tema da reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no início da tarde de ontem.

Segundo o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, Lula determinou que o aumento da exportação de frangos no mercado russo seja prioridade da política comercial. Os esforços para evitar a chegada da gripe ao Brasil, disse o ministro, estão sendo feitos "para que não haja uma surpresa pior" do que a febre aftosa, detectada em Mato Grosso do Sul.

Até o fim da semana, o Ministério da Agricultura pode divulgar um plano de contingência emergencial para a gripe aviária.

O plano, elaborado pela Secretaria de Defesa Agropecuária, terá como objetivo evitar a entrada da gripe em território nacional. De acordo com técnicos da secretaria, estão sendo definidas quais medidas devem ser tomadas para detecção, diagnóstico e extinção de um eventual foco da doença no território brasileiro.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. De janeiro a setembro, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), as vendas externas do setor somaram US$ 2,5 bilhões.

Desde o aparecimento dos primeiros casos, o governo tem adotado medidas para evitar a entrada da doença no Brasil, como restrição do ingresso de material genético avícola nos aeroportos e nos postos de fronteira com os países do Mercosul.

O Ministério da Saúde deverá apresentar apenas em novembro um plano de emergência para o caso de a doença chegar. Na semana passada, o governo encomendou o antiviral Tamiflu ao laboratório Roche. A quantidade e os prazos de entrega deverão ser fechados nesta semana. O ministério também se prepara para produzir a vacina do H5N1 tão logo a cepa do vírus seja distribuída para laboratórios credenciados.

No plano de emergência, há recomendações sobre como agir no caso de um foco da epidemia: quem vacinar, como deixar de quarentena, como fazer a observação, quantos leitos disponibilizar, entre outros.

O governo argentino também está se preparando. O ministro da Saúde, Ginés González García, afirmou ontem que a pasta vem realizando uma intensa fiscalização sobre a população de frangos. "Estamos preocupados, não estamos assustados."

O Estado de São Paulo
19/10/05

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