• Edição 082
  • 24 de maio de 2007

Saúde em Foco

Como turbinar atletas

Visão mais apurada, cicatrização em tempo recorde e menos dor. Esses são alguns dos benefícios que a ciência irá proporcionar aos esportistas em um futuro bem próximo

Fernanda Colavitti

Equipes de cientistas especializados em medicina do esporte de todo o mundo estão desenvolvendo métodos para melhorar a performance dos atletas profissionais e diminuir o impacto das lesões sofridas em treinos e competições. As pesquisas buscam desde técnicas para minimizar a dor e acelerar o processo de cura nos casos de lesões musculares até maneiras de melhorar as performances física e mental dos atletas.

1. Mentes descansadas

Uma pesquisa mostrou que alcançar o estágio 2 (descanso não-profundo) de sono 20 minutos por dia reforça as conexões entre os neurônios que controlam a musculatura e ajuda a capacidade mental e visual. Isso melhora a performance física do atleta.

2. Olhos de águia

Diversos times de beisebol estão testando novos programas de treinamento para melhorar a qualidade da visão dos jogadores. Um desses métodos, o Vizual Edge, utiliza óculos 3-D nos atletas visando aplicar uma série de exercícios de agilidade visual para melhorar a capacidade dos jogadores de mudar o foco visual para rastrear pequenos objetos.

3. Corações seguros

A presença de desfribiladores automáticos em escolas secundárias nos EUA tem aumentado muito. Depois da morte de quatro atletas em treinamento por ataques cardíacos, em 2006, diversos estados do país começaram a implantar o aparelho nas instituições de ensino.

4. Balas energéticas

Em um estudo com 16 ciclistas e triatletas, pesquisadores descobriram que balas de gelatina especialmente desenvolvidas para esportistas são tão eficazes na reposição de eletrólitos (condutores de eletricidade) e vitaminas quanto bebidas e géis específicos para praticantes desses tipos de esporte.

5. Cotovelos à prova de dor

Segundo uma pesquisa publicada na revista especializada The American Journal of Sports Medicine (Revista Americana de Medicina do Esporte) há uma nova alternativa cirúrgica para a tendinite: seu próprio sangue. Os cientistas responsáveis pelo estudo disseram que, retirando o sangue de uma parte saudável do corpo, processando-o para estimular a produção de plaquetas e injetando-as na região do cotovelo afetado, é possível iniciar rapidamente a cura. O resultado teve 93% de sucesso, igual ao da cirurgia.

6. Músculos conectados

Há décadas a eletricidade tem sido usada para atacar a dor muscular, mas cada vez mais atletas profissionais estão aderindo a uma nova forma de tratamento, a microcorrente de freqüência específica (FSM, na sigla em inglês), para acelerar a cura. Os métodos tradicionais de eletroterapia bloqueiam a dor, em parte, por destruir os nervos ao redor da área ferida. O FSM acelera a capacidade de cura do organismo imitando as correntes elétricas que ocorrem naturalmente nas células humanas.

7. Joelhos sedosos

A seda é uma das fibras naturais mais resistentes que existem. E ela também pode ser a melhor maneira de reparar um ligamento rompido. A empresa de biotecnologia Serica, de Boston, EUA, desenvolveu um procedimento no qual o ligamento rompido é reconstruído com uma armação de seda biodegradável. A empresa diz que a cirurgia resulta em um ligamento mais forte do que o reparado pelo método tradicional (adaptar ligamentos do próprio paciente). O objetivo é reduzir o tempo de recuperação de seis para três meses.

8. Ossos biônicos

Para ajudar a curar ossos quebrados mais rapidamente, os especialistas estão se voltando para um novo método de enxerto chamado "Infuse" (algo como implantar). Aprovado pelo FDA (a agência que controla os medicamentos nos EUA) para o uso na tíbia e na espinha, o processo usa uma proteína protetora natural dos ossos chamada BMP, produzida por engenharia genética em grande quantidade. Sua nova forma, chamada de rhBMP, é embebida em uma esponja de colágeno bovino e enxertada no osso quebrado. O processo proporciona mais rapidamente a cura do que o enxerto tradicional.


Link Original: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG77097-7940-190,00.html