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Edição 075
12 de abril de 2007

Por uma boa causa

O esporte mais amado no Brasil ganha uma nova face

Tainá Saramago

Dentro de 99 dias começam os jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. As atividades contam com a participação estimada de 5.500 atletas dos 42 países do continente americano, disputando 28 modalidades esportivas. Destas, quatro são estreantes, como o Futsal, Maratona Aquática, Bicicross BMX e Wakeboard.

Para abordar esse assunto, o Olhar Vital dá início a uma série de reportagens no mês de abril, com especialistas da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD)da UFRJ. Para essa edição destacamos o Futsal.

Um tipo de futebol jogado em quadra, com cinco jogadores em cada time e com uma bola mais pesada. O Futsal foi criado em 1940, em São Paulo, e era jogado em quadras de basquete. Alguns anos mais tarde, as regras foram homologadas e, em 1955, foi organizada a primeira competição da modalidade no Rio de Janeiro, denominada Torneio de Apresentação. A partir daí o futsal cresceu e evoluiu muito, mas o grande passo para sua internacionalização foi quando a FIFA, em 1989, começou a administrar o esporte em âmbito mundial.

Desde então, a entidade realiza os Campeonatos Mundiais. Depois de sua inclusão nos Jogos Sul-Americanos, disputados no Brasil em 2002, o futsal obteve outra grande conquista ao entrar no programa dos Jogos Pan-Americanos de 2007. O futsal, que teve média diária de público de 6.000 pessoas nos Jogos Sul-Americanos do Brasil, em 2002, ainda pleiteia a inclusão no programa olímpico.

Segundo a Fifa, esse esporte já tem 1,1 milhão de praticantes ao redor do mundo. A seleção brasileira tinha a hegemonia nos torneios mundiais até a rival Espanha conquistar os dois últimos títulos.

― O Brasil é o maior exportador de jogadores de futsal do mundo. A seleção italiana, vice-campeã mundial, conta com 13 jogadores brasileiros naturalizados italianos, sendo que a seleção tem um total de 14 jogadores. A Espanha, atual campeã conta com dois brasileiros naturalizados espanhóis no seu time titular. E o melhor jogador do mundo de futsal é brasileiro, o Falcão, que é um tipo de Ronaldinho Gaúcho do Futsal ― afirma Luis Antônio Verdini, professor de Futsal da EEFD.

É bom lembrar também que Pelé, Zico, Sócrates, Casagrande, Edinho, Rivelino, Paulo César, Reinaldo, Robertinho, Artuzinho, Juninho, Caio, Denílson, Leonardo, Ronaldinho, dentre outros consagrados "astros" do futebol creditam grande parte de seu sucesso ao aprendizado obtido no Futsal, onde iniciaram a vida desportiva. O jogador que vem do Futsal tem um drible fácil e curto, aperfeiçoado pelo pequeno espaço em quadra. Ele aprende a conduzir a bola perto do corpo, aprimora o domínio raramente errando um passe, além de ter um sentido de marcação muito desenvolvido. Por isso esse deveria ser um esporte valorizado mundialmente, ou pelo menos tanto quanto o futebol de campo.

Apesar da inclusão do Futsal nos Jogos Pan-Americanos de 2007, ele ainda não é um esporte totalmente reconhecido. “Ao contrário do que muita gente pensa, existem muitos empecilhos políticos que ainda dificultam a caminhada do Futsal. Nem no Pan ele é um esporte fixo ainda. A sua estréia é de caráter experimental, por enquanto é apenas um esporte de exibição. Mas temos esperanças de que ele se tornará um esporte fixo e que um dia será um esporte olímpico.”, torce Verdini.

E no ano do Pan, a Confederação Brasileira de Futebol de Salão apresenta novidades nas regras do futsal brasileiro. Alterações foram implementadas visando a uniformização das normas em conformidade com as da Fifa. Os tamanhos mínimos das quadras serão determinados conforme a competição e a categoria. O mínimo determinado para competições nacionais será de 34 metros de comprimento e 17 metros de largura para as categorias que vão do sub-15 ao sub-20. Para competições nacionais na categoria adulta a quadra de jogo terá de ter pelo menos 36m x 18m; na Liga Futsal, masculina e feminina, o tamanho mínimo da quadra será de 36m x 18m, mas os tamanhos máximos permanecem em 42m x 25m; as faltas indiretas não serão computadas como faltas acumulativas; as faltas indiretas, mesmo após a quinta falta coletiva, permanecem sendo cobradas em dois lances; não haverá mais contagem de faltas individuais, com isto o atleta não será mais excluído do jogo por acúmulo de infrações. Outra novidade é que membros de comissões técnicas poderão usar bermudas, desde que seja uniforme da equipe; eles não receberão mais cartões amarelo e vermelho, quando necessário, serão excluídos do jogo e o árbitro fará o relato da expulsão; o cartão amarelo aplicado como punição disciplinar não contará como falta acumulativa.

A UFRJ possui times de futsal masculino e feminino. Atualmente participa da seletiva para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). “Mas é muito difícil concorrer no mesmo patamar das Universidades Particulares. Aqui, nós formamos os jogadores, já nas Particulares existe a questão das bolsas de estudo. As Universidades particulares oferecem bolsa para atletas formados jogarem por elas. Atletas que já entram prontos para jogar, diferente do que fazemos aqui na UFRJ.”, conclui o professor.

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