• Edição 092
  • 02 de agosto de 2007

Saúde e Prevenção

Labirintite, tontura, vertigem... tudo gira ao seu redor

Priscila Biancovilli

Um dos sintomas mais comuns em consultórios médicos acomete cerca de 40% da população adulta, em determinado momento de suas vidas. A vertigem é o tipo mais freqüente de tontura, em que a pessoa se sente girando no meio ao redor, ou vice-versa. Quando os sintomas são mais intensos podem vir acompanhados de vômitos, náuseas, suor, palidez e sensação de desmaio.

O labirinto é o ouvido interno, e se constitui pelos sistemas coclear e vestibular. “A cóclea é o órgão responsável pela decodificação dos sons, e o vestibular informa o sistema nervoso central sobre a posição e os movimentos da cabeça”, afirma Shiro Tomita, chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF).

Diversos são os sintomas e sinais da tontura. O senso comum costuma classificar todo tipo de tontura como labirintite, apesar de isso não ser correto. A labirintite, no verdadeiro sentido do termo, é uma inflamação do labirinto. Poucos são os casos de tonturas que têm relação com a doença.

-Aqueles que sofrem de labirintite podem apresentar diversos sintomas. Os mais comuns são desequilíbrio, tontura, vertigem, enjôo e zumbido no ouvido. Os problemas no labirinto podem ser periféricos, ou seja, junto à orelha interna, ou centrais, e se relacionam com as alterações no sistema nervoso -, explica Shiro.

As causas de problemas labirínticos são bastante diversas, e vão desde diabetes, colesterol, distúrbios hormonais, infecções viróticas e bacterianas, a problemas de coluna cervical, e até mesmo tumores. “Outro fator que causa sensação de desequilíbrio é a Doença de Ménière, que promove o aumento do líquido endolina, afetando tanto a audição quanto o labirinto posterior”, afirma o professor.

O tratamento varia de acordo com a causa. “Para detectarmos a causa, o primeiro passo é fazer um exame de otorrino, audição e otoneurológico – estudo do labirinto. Outro exame é a VENG computadorizada (Vectoeletronistagmografia), em que as alterações do labirinto são registradas num gráfico. Às vezes também realizamos estudos por imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética), para detectar a presença de tumores”, enumera Shiro.

Em suma, se um paciente sente tonturas, ouvidos cheios, náuseas e tem a audição diminuída, deve realizar uma bateria de exames, para que o diagnóstico seja completo. A partir daí, inicia-se o tratamento adequado. “A reabilitação vestibular é uma ‘fisioterapia do labirinto’, e inclui movimentos, de coordenação da cabeça e olhos, movimentos do corpo e exercícios para equilíbrio estático e dinâmico. Essa reabilitação serve para todas as causas, e deve ser acompanhada com tratamento específico”, conclui o professor.