Novos amigos: o Viagra e os jovens
Por Taísa Gamboa
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Pressões
sociais, estresse, necessidade de auto-afirmação, preconceito,
ignorância e vaidade. Esses são os principais fatores que
levam um jovem saudável a usar medicamentos como o Viagra, para
a aumentar a potência. Segundo o International Journal of Impotence
Research, a utilização do produto por jovens tem alcançado
um crescimento extraordinário nos últimos anos.
Avanço no tratamento das disfunções eréteis,
os inibidores da 5 fosfodiesterase (5PDE), cuja variável mais conhecida
é o Viagra, têm indicações definidas, e, quando
utilizados corretamente, apresentam resultados positivos. Porém,
a facilidade de aquisição tem favorecido o uso indiscriminado
desses inibidores, causando sério risco a saúde de seus
usuários.
Muitas pessoas, especialmente aquelas que têm uma expectativa fora
da realidade em relação à atividade sexual, utilizam
os inibidores da 5PDE como um artifício para atingir e/ou manter
uma atividade sexual extraordinária, satisfazendo a sua necessidade
de auto-afirmação. Se o meio que jovens freqüentam
exerce uma pressão social ou psicológica no sentido de questionar
sobre a sua virilidade, a solução mais fácil será
a utilização de drogas potencializadoras, como o Viagra.
Entretanto, o uso indevido deste medicamento pode ter efeitos graves.
Entre os jovens é comum a utilização desses inibidores
em conjunto com outras drogas, lícitas (álcool) ou ilícitas
(maconha e ecstasy). De acordo com o urologista do Hospital Universitário
(HUCFF) da UFRJ, professor René Murilo, este fato muitas vezes
é resultado da diminuição do potencial de atividade
sexual que estas drogas causam. Ou seja, para compensar o efeito depressor
das drogas, algumas pessoas lançam mão dos inibidores da
5 PDE.
Segundo o professor René, de acordo com as informações
farmacológicas desses produtos, sua utilização deve
ser corrigida apenas por pessoas com alteração da função
hepática ou renal. O Urologista afirma ainda que esse tipo de inibidor
não deve ser utilizado em conjunto com nitratos ou em pessoas com
insuficiência coronariana, arritmias cardíacas, hipertensão
arterial sem tratamento ou degeneração da retina. É
bom lembrar que muitos dos jovens usuários nem sabem que têm
esses distúrbios. Em alguns casos, o consumo excessivo pode levar
a uma parada cardíaca, às vezes irreversível, levando
à morte.
Os efeitos colaterais são os mesmos em qualquer idade, variando
conforme a coexistência de outras doenças (como as citadas
anteriormente) e a suscetibilidade de cada indivíduo. O médico
da UFRJ ainda corrobora a tese de que, a utilização dos
inibidores da 5PDE não causa dependência ou tolerância,
portanto, não deve afetar o desempenho sexual futuro dos jovens
que os utilizam. Para René, a diminuição do uso indiscriminado
desse medicamento pode ser atingida através da difusão de
informações sobre sexualidade.
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