Microscópio |
09.03.2006
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A Mulher à frente da Ciência Por Mariana Elia e Mariana Granja Explicando que essa data existe para lembrar a morte de cento e trinta operárias, em 1857, e mostrando a diferença com o mundo de hoje, a professora adverte: há uma falsa impressão de igualdade, “nós temos a impressão de que não vivemos esses problemas”. A proibição de mulheres muçulmanas de se consultarem com médicos homens, levando muitas à morte devido à carência de profissionais do sexo feminino, foi um dos exemplos citados pela professora. Outra questão lembrada por ela é que, mesmo com 41% da população economicamente ativa sendo de mulheres, elas ainda ganham menos que os homens. A pesquisadora aponta que há mais mulheres sendo educadas em nível primário, secundário e na universidade, e também são maioria ganhando bolsas de estudo do CNPq, mas em contrapartida sua presença em bolsas de mestrado e doutorado cai vertiginosamente para 30%, junto com sua pequena presença em altos cargos, como Comitês Julgadores para liberação de bolsas. Assim Rosália explica a idéia de que há um “teto transparente”, do qual as mulheres não passam, e questiona, com ironia: “após o doutorado, elas emburrecem? É uma possibilidade...”. A constatação de que há igualdade de sexos até certo ponto, e depois há um declínio, não é exclusivamente brasileira. Na Suécia foi visto que uma mulher precisa ser duas vezes e meia mais produtiva para ganhar o equivalente a um homem, e nos Estados Unidos da América, na conceituada Universidade de Harvard, houve a explicação, por parte do antigo reitor, de que as mulheres são menos capacitadas para as ciências exatas por uma razão inata biológica. Para trinta e dois homens contratados, essa universidade admitiu somente quatro mulheres. “Considerar que comportamentos são unicamente dependentes das questões genéticas é um absurdo”, fala a professora Rosália. Segundo ela nos EUA há uma comissão para evitar injustiças e incentivar profissionais do sexo feminino, principalmente nas áreas em que há menos procura de mulheres e mais preconceito, como a área de exatas, por exemplo. Na Europa, o parlamento criou uma comissão permanente para acompanhar as estatísticas e gerar políticas ativas, caso necessário. - Temos que nos conscientizar de que há um problema, que deve ser resolvido de forma educativa - afirma a professora, pois “é importante que as mulheres façam parte de posições decisórias também”. Para finalizar a professora ainda advertiu sobre a importância de mudar essa situação. Segundo ela, é necessário o trabalho em conjunto para ensinar o que é correto à nova geração, e para melhorar o Brasil. Homenageando as mulheres que trabalham no CCS, o Decano João Ferreira chamou uma a uma as diretoras das unidades do centro, entregando flores, e também suas secretárias e demais profissionais. |
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