Ciência e Vida |
09.03.2006
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As mulheres e o futuro da neurociência Com o intuito de homenagear as mulheres e frisar sua importância nas pesquisas sobre neurociência, a Universidade de Roma “La Sapienza” promove um congresso abordando diferentes tópicos, como a organização cerebral de linguagem em pessoas bilíngües e como se comportam as bases neurais em emoções. Entre as convidadas está a médica brasileira Claudia Domingues Vargas, do Instituto de Biofísica da UFRJ. A médica, que vai apresentar um trabalho voltado para plasticidade cerebral e controle motor, é a única do país a participar do congresso, que acontece de 13 a 16 de março, em Roma. Doutora Cláudia, que fez seu pós-doutorado na França, em Lyon, destaca o porquê de um congresso exclusivamente feminino. “Poucas mulheres atingem esse patamar de conhecimento na área da ciência, devido a barreiras feitas pela sociedade e pelas próprias mulheres. Na ciência o que importa é o que você produz, embora na prática não seja bem assim, veja o número de mulheres que conseguiram se sobressair.” Durante sua estada na França, a pesquisadora pôde estudar como o cérebro reage ao implantarem novos membros em pacientes que sofreram algum tipo de acidente e os perderam. Ela, através de uma técnica chamada estimulação magnética transcraniana (TMS), faz tornar possível a exploração, ativação ou inibição das funções cerebrais. “O grande lance é pensar que o cérebro adulto é plástico, modificável”, explica. A Neurociência tem períodos de florescimento de assuntos, e com o avanço das pesquisas e de tecnologias que possibilitem transplantes, cada vez será mais comum ocorrer uma operação com este fim. Um importante fato ocorreu em novembro de 2005, com o primeiro caso de transplante facial da história, no qual uma mulher que havia perdido o nariz, queixo e lábios ao ser atacada por um cachorro, teve um rosto transplantado ao seu. Com acompanhamento constante e apoio psicológico, pôde-se considerar a cirurgia um sucesso. Doutora
Claudia conta que acompanhou o inicio dessa nova técnica, e afirma
que não é apenas a parte biológica que deve estar
apta. “O cérebro também tem que se readaptar”,
como aconteceu com o primeiro paciente que teve uma mão transplantada
e não conseguiu se acostumar, pedindo que a retirassem.
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