Câncer de mama: Cirurgias Estéticas
por Wang Pei Yi
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Um dos tumores que
possuem as mais altas taxas de incidência no mundo, o câncer
de mama, assusta todas as mulheres, pois acena com a possibilidade da
mastectomia, cirurgia para retirada de parte ou de todo o órgão
para controle da doença. É por isto que conhecer a doença
e os tratamentos são fundamentais para não ver o câncer
de maneira tão assustadora.
Por mais agressivo que seja o diagnóstico, a ameaça de uma
amputação é para algumas mulheres a pior conseqüência
da patologia. Para o professor adjunto do Serviço de Cirurgia Plástica,
Diogo Franco, “o câncer ainda é uma doença que
assusta, embora muitos tipos de câncer possibilitem a cura definitiva.
Quando é associado à mutilação, a repercussão
emocional é muito pior. As mamas são o símbolo maior
da feminilidade, nos aspectos reprodutivo, erótico e social. A
depressão que sucede à mutilação pode atuar
sobre a imunidade e piorar o prognóstico. Quando sabe que sua deformidade
será transitória, a paciente enfrenta com maior tranqüilidade
o tratamento da doença. Em alguns casos, procedimentos reconstrutivos
podem ser feitos no mesmo ato cirúrgico que extirpa o tumor, evitando
o estágio de mutilação”.
As pacientes que procuram a cirurgia reparadora concentram-se em todas
as faixas etárias, apresentando ou não um companheiro fixo.
A reconstrução da forma física alterada é
importante para a própria mulher, independente do fato de ser ou
não vista por outras pessoas, disse o professor Diogo Franco. Ele
acrescenta ainda que “as pacientes devem ser orientadas e esclarecidas
sobre as limitações de qualquer procedimento reconstrutivo,
de acordo com a gravidade da doença. Atualmente, há diversas
técnicas que podem proporcionar resultados bastante satisfatórios”.
Existem vários tipos de mastectomia. A mais temida é a mastectomia
radical, que é a retirada completa do seio incluindo os músculos
peitorais e da axila, não é muito praticada atualmente,
ao contrário do que acontecia há alguns anos. A Reconstrução
de Mama (RM) é uma possibilidade atual de reabilitação
para as mulheres que necessitam da retirada da mama como parte do tratamento
do câncer. Com o grande avanço técnico dos últimos
20 anos, a RM tomou-se mais segura e com resultados satisfatórios
para a expectativa estética e psicológica.
No passado, as mulheres que sofriam de câncer de mama, alcançavam
a cura com a retirada da mama. Hoje, a cura e a reintegração
do aspecto físico com a RM é uma realidade menos assustadora.Esta
mudança no decorrer dos tempos se explica por fatores tais como:
detecção mais precoce do câncer de mama, com exames
mais precisos; evolução das técnicas cirúrgicas
e anestésicas; um número maior de mulheres jovens mastectomizadas;
a importância da sexualidade que a mama representa para a mulher
e, a ajuda do reequilíbrio emocional que a RM oferece.
Hoje, quando um especialista diagnostica o tumor, ele considera uma série
de fatores para decidir, junto a paciente, a melhor ação
a ser tomada. Entre esses fatores estão o tamanho da mama e do
tumor, sua localização, a idade da paciente, a presença
ou não de metástase e outros sinais prognósticos.
Para se localizar um tumor, os médicos utilizam um conceito que
visualiza a mama em quatro partes diferentes: uma linha horizontal divide
o seio em quadrantes superior e inferior, e uma linha vertical subdivide
o órgão em outros dois quadrantes, internos e externos.
Por isso a localização do tumor é importante. Se
a doença ocupar apenas um quadrante da mama é utilizada
a cirurgia conservadora, também chamada de quadrantectomia, que
retira apenas o setor lesado. Se o tumor estiver em mais de um quadrante
ou no centro, atrás do mamilo, não é possível
conservar o seio, uma vez que precisamos retirar completamente as células
doentes.
O tipo de cirurgia mais utilizado hoje é a chamada conservadora,
feita em pacientes que tenham diagnosticado o tumor em estágio
inicial, em que o volume de células atingidas é pequeno.
Isso torna mais fácil o controle no pós-operatório,
uma vez que a possibilidade de disseminação fora da mama
é mais remota.
Quando o tumor está muito grande, com comprometimento da pele e/ou
dos gânglios axilares, é prudente iniciar o tratamento com
quimioterapia por dois ou três ciclos antes da cirurgia, na tentativa
de diminuir o tamanho da doença e permitir a realização
de uma cirurgia menos agressiva, ao mesmo tempo em que aumenta as chances
de cura.
Se por essas razões a mastectomia já foi realizada, a paciente
pode posteriormente decidir pela reconstrução da mama. A
cirurgia de RM dependerá de aspectos como: peso/altura, idade,
estado de saúde, tratamento prévio ou complementar com radioterapia,
outras cirurgias que a paciente já tenha realizado. Habitualmente,
os especialistas sugerem um tempo médio de espera de dois anos.
Depois desse tempo, se a mulher desejar, a cirurgia estética poderá
ser feita utilizando várias técnicas cirúrgicas.
As mais usadas empregam a musculatura da própria paciente (que
é transferida para a região da retirada da mama) podendo
ser da barriga ou das costas. Empregam-se também próteses
de silicone. Muitas vezes é necessário uma associação
tanto com músculo transferido, como com a prótese de silicone.
A RM consegue produzir uma mama esteticamente muito próxima da
normal, com bom aspecto da região que forneceu o músculo.
Em muitos casos, deixa uma barriga menos caída e menos volumosa
do que antes.
Mas como todas as cirurgias reparadoras, a de mama está sujeita
a intercorrências, como infecções e necroses de enxerto,
comprometendo o resultado final. Por isso deve-se discutir todos os detalhes
com o cirurgião e ouvir opiniões de outros especialistas
sobre o assunto para decidir com calma qual o caminho mais seguro a ser
trilhado.
Entretanto a decisão sobre reconstruir ou não a mama deve
partir da paciente, que é a única capaz de avaliar até
que ponto isso é importante para ela. Felizmente, hoje as mastectomias
simples se restringem a poucos casos em que a cirurgia completa é
indispensável. Com a divulgação exaustiva de métodos
preventivos, houve um aumento da preocupação da mulher com
a sua saúde. Como conseqüência, a detecção
precoce da doença cresceu significativamente, o que permite tratamento
conservador, mesmo que complementado com radio e quimioterapia.
O importante é a população feminina se conscientizar
da importância da realização dos exames preventivos
e procurar um médico sempre que tiver dúvidas. A prevenção
ainda é a principal arma contra o câncer, seja de mama ou
de quaisquer outros órgãos.
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