06/10/2005 |
Palestras |
UFRJ
e ANVISA monitoram propaganda de produtos de saúde Produzida por alunos da Faculdade de Farmácia, da Faculdade de Direito e da Escola de Comunicação, o projeto teve início em janeiro desse ano e é coordenado pelos professores Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro e Helio de Mattos Alves. - Todo medicamento possui um risco sanitário intrínseco mesmo os de venda sem prescrição médica, devem ser consumidos com consciência e responsabilidade. Não pode ser apresentado como simples produto de consumo e muito menos ser vendido no mercado livre - defende Daniele Araújo Lima, aluna de farmácia responsável pela apresentação do trabalho. A propaganda e a publicidade de medicamentos vendem os seus produtos como soluções rápidas para problemas que ainda estão por vir. O mau uso de medicamentos representam 30,4% das intoxicações causadas em seres humanos. “E isso pode acarretar sérios danos como incentivar o consumo indiscriminado desses produtos e a auto medicação, que pode levar tanto ao agravo dos sintomas como a intoxicação. Alguns hospitais chegam até a esconder que pacientes retornam a unidade, pelo agravo da patologia, causado pelo uso incorreto de medicamento”, denuncia a aluna. Os dados aplicados na monitoração medicamentosa são coletados nos principais veículos de comunicação do Rio de Janeiro (jornais, rádios, Tvs e revistas) além dos veículos específicos da área de medicina, divulgação de farmácias e drogarias, como também os propagandistas que atuam diretamente com os médicos influenciando em suas prescrições. Segundo dados da
ANVISA, das infrações cometidas pela indústria
farmacêutica, 34% são relacionados à venda sem prescrição
e 66% com prescrição médica. A indústria
farmacêutica ocupou o 13º lugar do ranking dos setores
econômicos que mais investiram em mídia em 200, com gastos
de R$ 379 milhões. Pesquisadores revelam um outro lado observado:
os fabricantes preferem pagar as multas apilcadas pela ANVISA à
ajustar-se as normas legais.
Nesse sentido, a aluna de psiquiatria Mariana Cavaleiro, desenvolveu, sob coordenação da professora Alicia Navarro, um estudo analisando a cobertura dos jornais “O Dia”, voltado para a classe C e D, e “Folha de São Paulo”, cujo público é das classes A e B, sobre o tema. A pesquisa concluiu que o público alvo dos jornais diferenciado influencia no tratamento que cada um dá para o assunto. A “Folha”
aborda um número maior de matérias referentes aos fatores
de risco isolados; sobre tratamento e pesquisa básica. O “O
Dia”, por sua vez, apresentou mais reportagens sobre prevenção
depoimentos de pessoas com câncer de mama. As matérias
do jornal paulista, se caracterizam pelo conteúdo técnico,
enquanto as do informativo carioca têm uma abordagem mais afetiva.
Apresentando os resultados do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) de uma amostra de idosos analfabetos sadios, foi possível produzir a hipótese de que analfabetismo aliado à idade avançada representa um complexo que potencializa a ocorrência da demência. Essa análise
de dados, voltada para a área epidemiológica, foi realizada
por Estevao de Paula. Através dela pode-se concluir que os dados
normativos sobre o MEEM podem ajudar a melhorar o reconhecimento de
distúrbios cognitivos (demência) no Brasil.
O histórico de navegação no site, as mensagens do fórum de discussão, os formulários de resposta e as atividades foram analisados por Vinicius Ramos e Carlos Eduardo Gomes, sob orientação da professora Mirian Struchiner. Todos os participantes
consideraram a internet uma ferramenta fundamental para a cooperação,
ressaltando o potencial dos prontuários eletrônicos, do
intercâmbio de laudos médicos e da telemedicina para a
melhoria da qualidade do atendimento aos serviços. Taxas
de mortalidade das doenças cardiovasculares no Rio, 1980 a 2000 A aluna Ana Delia Pires, única autora deste projeto que foi orientado pelo Professor Antônio José Leal Costa, explicou que uma das razões para a escolha do tema é o fato das doenças cardiovasculares serem a causa mais freqüente de morte no Brasil. O estudo teve o objetivo de analisar o padrão evolutivo das doenças isquêmicas e cerebrovasculares, no Estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 1980 e 2000, considerando os parâmetros da faixa etária, sexo e coorte do nascimento. Para este fim, foram utilizados dados do IBGE e DATASUS do Ministério da Saúde. Foram calculadas as taxas de mortalidade de 1980, 1985, 1990 e 2000, dos indivíduos acima de 45 anos. Após a análise,
foi possível concluir que houve uma redução progressiva
do número de mortes em quase todas as faixas etárias de
acordo com os coortes de nascimento anteriores, isto sugere que mudanças
ambientais podem ter influenciado na queda quantitativa da mortalidade.
Ainda foi possível observar que existe uma maior mortalidade
em idades mais avançadas e que em todo período de estudo,
o índice de morte do sexo masculino é superior ao feminino.
O estudo piloto, de autoria da aluna Ana Carolina Machado e Denise Freitas, trata da migração das células tronco (CT) em camundongos fêmeas BALB-C adultas, com isquemia cerebral. Foi orientado pela professora Rosalia Mendes Otero da FM e também eleito o melhor da Sessão Professor Edson Saad, e concorrerá com mais 24 trabalhos o título de melhor dentre cerca de 800 projetos inscritos do CCS. O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral acomete uma das artérias que irrigam o cérebro danificando a área por ela irrigada. O cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam no interior do tecido cerebral para levar oxigênio e as substâncias nutrientes necessárias para seu o funcionamento adequado. Quando uma delas sofre oclusão, o território que deveria ser irrigado entra em processo de anóxia, ou seja, de falta de oxigênio ocasionando a morte de muitas células e neurônios. Esses eventos caracterizam o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), justamente o tipo apresentado pelos camundongos do estudo, que receberam o transplante de células tronco. O objetivo do projeto foi analisar a evolução da migração das células tronco para o local da isquemia cerebral, a partir da circulação periférica, pois as células foram injetadas na veia da cauda dos roedores. Também pretendia acompanhar a migração em diferentes dias após o AVCi e verificar se na fase crônica as CT conseguiriam chegar na lesão e se manter no local. Cabe ressaltar que a isquemia cerebral foi induzida por eletrocauterização de um ramo distal da artéria cerebral média. Para viabilizar a visualização da área lesionada, foram obtidas fatias com dois milímetros de espessura do encéfalo que foram submetidas à reação histoquímica por 20 minutos. Já as CT são obtidas da própria medula óssea dos animais. As CT foram transplantadas
nos dias 1, 3, 5, 7 e 14 após a confirmação da
isquemia e foram analisados 24 horas depois da injeção.
Foi constatado que as CT estavam localizadas somente na borda da lesão
isquêmica, comprovando assim a adequação do modelo
utilizado para o acompanhamento de migração de CT. A
importância da nutrição em hepatopatas A ingestão dietética diminuída em hepatopatas, seja por complicações inerentes a doença ou tratamento, assim como por hábitos alimentares adotados após o diagnóstico da doença, é considerada uma das principais causas de depleção do estado nutricional destes pacientes. Avaliar o grau de conhecimento de nutrição e sua associação com a modificação do hábito alimentar e gravidade da doença hepática, além de fornecer subsídios para o atendimento nutricional adequado a estes pacientes. Estes foram os objetivos da pesquisadora Gabriela Chavez, do Instituto de Nutrição, que entrevistou 44 hepatopatas pacientes do Hospital Universitário da UFRJ. Sua análise permitiu observar que o nível de escolaridade não relacionou ao grau de conhecimento sobre nutrição. Independente do tipo e nível da doença, a maioria dos pacientes relatou ter reduzido o consumo de alimentos fontes de gordura e proteínas de origem animal. A baixa ingestão desses
nutrientes contribui para o agravamento do estado de enfraquecimento
nutricional e influencia diretamente na menor absorção
de vitamina A, cuja deficiência tem sido associada ao aumento
do risco de desenvolver carcinoma hepatocelular (CHC). Essas observações
contribuem para subsidiar a prática assistencial relativa à
valorização da condição nutricional nesses
pacientes.
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