História Viva
25.08.2005
Por uma vida mais colorida
por Eric Macedo


O material impresso distribuído aos pacientes do setor de nutrição da Maternidade Escola da UFRJ deixaram, há pouco tempo, de ser em preto e branco. Ficaram mais alegres, mais atraentes, cheios de cores e desenhos. Quem tomou a iniciativa de fazer a mudança foi a nutricionista Tereza Cristina d'Ambrosio, pintora nas horas vagas e entusiasta da necessidade da cor para uma melhor qualidade de vida. "A vida das pessoas é muito preto e branco", disse ela, em entrevista ao Olhar Vital.

Tereza dá como exemplo o Boletim de Orientação Alimentar, que mudou completamente de aparência. É o boletim que regula quais alimentos e em que quantidade a grávida deve ingerir. "Vendo uma tabela bonita, com fotos dos alimentos, as pessoas se sentem menos mal de estarem entrando numa dieta, que nunca é fácil para ninguém. E, ao mesmo tempo, fica menos complicado para as pessoas entenderem algo que é bom de se olhar", explicou Tereza.

A nutricionista começou a perceber a importância das cores quando, durante a segunda gravidez, entrou para um curso de desenho, ávida para passar logo para a pintura. "Eu quis pular todas as outras técnicas, porque queria pegar logo no pincel, mexer com as tintas. Eu precisava externar o que eu estava sentindo", conta.

"Até os doze anos, eu queria estudar arquitetura. Gostava de desenhar, fazer projetos de planta baixa. Na época isso me fazia bem, mas com o tempo eu acabei deixando de lado", continua. Entrou na faculdade de nutrição e só depois de muitos anos voltou a pensar no assunto. Hoje, a pintura tem um papel fundamental na vida da nutricionista.

"Eu sempre quis meditar e a pintura se tornou, para mim, uma forma de entrar em transe. Esqueço de tudo enquanto estou pintando, fico totalmente concentrada", diz ela. Tereza já expôs na própria maternidade, durante um evento que revelou o talento de funcionários, mas diz que não consegue vender suas obras. "Eu gosto de tê-los para mim", conta.

Para Tereza, o contato com a arte mudou seu comportamento no trabalho na sua relação com os pacientes. "Depois que eu comecei a pintar, a forma como eu atendo as pessoas aqui mudou muito. Fiquei mais tranqüila, mais sensível, mais humana", diz.

Ela acredita que é importante para o profissional de saúde ter como válvula de escape algum tipo de arte. "Com o tempo, muita gente acaba ficando insensível frente à dor dos outros, como um modo de se defender", diz. Para ela, os profissionais mais humanos são, geralmente, aqueles que têm alguma atividade em que possam se expressar, fora do campo profissional.

A nutricionista lembra que uma alimentação saudável passa pelo balanceamento de cores num prato. "Quando um filho meu, por exemplo, pega comida em um restaurante self-service, eu normalmente peço para dar uma olhada no colorido do prato. Se tiver só duas cores, está errado. Tem que ter pelo menos quatro", diz ela.

O setor de nutrição da Maternidade Escola cuida para que a alimentação da gestante se faça de forma a criar menos riscos para a criança, prevenindo complicações comuns como a falta de vitamina A, a diabetes e a hipertensão. Tereza diz que essa dieta define a saúde do bebê até a vida adulta. "Além disso, estimulamos sempre o aleitamento materno, orientando as mães depois do parto", diz ela.

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