No dia 16 de agosto
teve início o I Ciclo de Conferências do Instituto Virtual
de Fármacos (IVF), entidade ligada à Faperj que visa à
coordenação de ações que facilitem a pesquisa
no setor de fármacos no Rio de Janeiro, e com sede no Centro de
Ciências da Saúde da UFRJ. A primeira conferência,
realizada no auditório da Academia Brasileira de Ciências
por Eloi de Souza Garcia, Superintendente de Desenvolvimento Científico
da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do
Estado do Rio de Janeiro (SECTI), foi marcada pela exposição
de um projeto, chefiado pela secretaria, de mapear e estudar as milhares
de espécies que compõem a fauna e a flora da Mata Atlântica
fluminense.
"Apesar de restarem apenas sete por cento da extensão original,
a biodiversidade da nossa Mata Atlântica dá de dez a zero
na da Floresta Amazônica", disse o superintendente Eloi Garcia,
substituindo o secretário estadual de Ciência e Tecnologia
Wanderley de Souza, que não pôde comparecer, devido a compromisso
de última hora com a governadora.
Um dos objetivos principais seria descobrir novos princípios ativos
a partir das plantas catalogadas, que poderiam dar origem a medicamentos
fitoterápicos.
"Setenta por cento dos medicamentos estão relacionados, de
alguma maneira, com o conhecimento folclórico, com plantas medicinais.
Na China, a medicina tradicional faz uso de 25 mil plantas, baseada num
conhecimento milenar. Estima-se que existam, no mundo, entre 350 e 400
mil espécies de plantas. No entanto, apenas 1,2 mil foram estudadas.
O Brasil, pela riqueza que tem, deveria se preocupar com isso", disse
ele.
A Secretaria aguarda a liberação de recursos que serão
divididos entre 55 grupos de pesquisa espalhados pelas diversas universidades
fluminenses, quando o projeto se iniciar de fato. Mas algumas ações
já estão em andamento.
"150 mil reais já foram liberados pelo governo do Rio. Esse
dinheiro está sendo utilizado na informatização dos
diversos herbários que existem no estado. Só o do Jardim
Botânico possui 60 mil espécies catalogadas - ainda que não
somente da Mata Atlântica - em fichas de papel", disse o superintendente.
Conferências
do IVF serão mensais
O evento consiste
em palestras mensais a serem realizadas no auditório da Academia
Brasileira de Ciências, no Centro. Na abertura, o coordenador do
IVF, doutor Eliezer J. Barreiro, ressaltou a sua importância para
o setor de fármacos. "Esperamos estreitar laços entre
a comunidade acadêmica e a empresarial, ao mesmo tempo em que contribuímos
para a difusão do conhecimento sobre fármacos na sociedade",
disse.
Ele acredita
que o Rio de Janeiro tem vocação para assumir uma posição
de liderança quanto à orquestração das ações
que envolvam o setor no país, citando alguns laboratórios
de grande importância no estado - três militares, o Instituto
Vital Brazil e a Far-Manguinhos, além dos instalados nas universidades.
Para ele, "a
soberania brasileira na área de fármacos deixa muito a desejar".
Barreiro, que é professor da Faculdade de Farmácia da UFRJ,
levantou a proposta de se criar um instituto de fármacos não
somente virtual, apesar dos avanços que o IVF já tem realizado.
Instituto Virtual
de Fármacos - http://www.ivfrj.ccsdecania.ufrj.br/
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