Cartas
18.08.2005

AIDS: caminhos de hoje e perspectivas para o futuro

"Na Edição de 30 de junho de 2005, em entrevista dada por mim ao Olhar Vital, que só agora tive a oportunidade de ler, foi cometido um erro grave pelos elaboradores da reportagem. Foi erradamente escrito: "Antes eram assinados, aqui no ambulatório, cinco atestados de óbito por semana de pacientes que morriam em decorrência do vírus. E, nos últimos sete anos, nós perdemos apenas sete pessoas." Na verdade, morriam nas enfermarias do Serviço de DIP cerca de cinco pacientes por semana nos primeiros anos da epidemia. Nos últimos sete anos, entre os pacientes acompanhados diretamente por mim, no meu ambulatório da UFRJ, apenas sete pacientes faleceram. Obviamente, vários outros pacientes, acompanhados pelos diversos médicos do DIP, faleceram, ou por diagnóstico tardio, ou não aderirem ao tratamento anti-retroviral, ou por co-morbidades. Da maneira como foi escrita a reportagem, fica a idéia de que não se morre mais de AIDS. Não é isso. Com bom acompanhamento médico, ótima relação equipe de saúde-paciente e adesão ao tratamento, é possível manter-se bem por tempo indeterminado. Fico com receio que a idéia de "não se morrer mais de AIDS" possa levar as pessoas a relaxarem na prevenção, que no momento, é a única forma existente de impedir a infecção. Gostaria que fosse corrigido este erro."

Luiz Antonio Alves de Lima
Professor Adjunto do Serviço de DIP da UFRJ
Professor Adjunto Faculdade de Medicina

N.R. Lamentamos o equívoco por termos generalizado o sucesso no tratamento realizado diretamente pelo professor Luiz Antonio Alves de Lima em seu ambulatório.