O NUPEM passou a integrar,
em 2004, o Mapa da Ciência do Estado do Rio de Janeiro publicado
pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Hoje, aguarda
o resultado da votação do Consuni (Conselho Universitário
da UFRJ) do dia 14 de julho, que deve aprovar a oferta de mais 50 vagas,
divididas em dois períodos, para o próximo vestibular -
2006, no curso de biologia a ser implantado no campus avançado
de Macaé.
Idealizado pelo
Laboratório de Limnologia, do Departamento de Ecologia - IB, o
NUPEM conta com a participação de vários docentes
pertencentes a esse e outros departamentos, que compartilham suas cargas
horárias na UFRJ com suas atividades no Núcleo de Macaé.
Esses professores iniciaram estudos sobre a região, o que proporcionou
ao NUPEM o desenvolvimento de uma abordagem multidisciplinar sobre as
características ecológicas da região.
Fugindo à regra habitual, onde cursos de graduação
desdobram-se em atividades acadêmicas de pós-graduação
e pesquisa e passam a promover trabalhos de extensão, o NUPEM inverte
a trajetória e, a partir de suas pesquisas de campo na Restinga
de Jurubatiba, conquista a confiança da municipalidade e assegura
a posterior implantação de um curso de graduação.
O envolvimento com questões decisivas para o desenvolvimento sustentável
da região, tais como o suporte técnico-científico
para a demarcação do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba
e ações de extensão vinculadas as atividades da Escola
de Pescadores, permitiu a interiorização da Universidade
amparada por laços de integração com a comunidade.
O novo curso de Biologia, oferecido em Macaé, poderá desenvolver
uma nova praxis acadêmica, ou seja, um olhar multidisciplinar sobre
o ecossistema da região.
O curso terá ainda como diferencial, a aplicação
imediata do conhecimento na melhoria das condições de vida
da comunidade do município. Assim, será enriquecido com
aulas práticas que excedem os limites das salas de aula, conjugando
o saber e o fazer, mesclando saberes e fazeres múltiplos, através
do contato com a comunidade, na formação de seus alunos.
Como tudo começou
O interesse pelo estudo sobre os ecossistemas de Macaé levou pesquisadores
do Instituto de Biologia (IB) a iniciarem, na década de 80, excursões
à Macaé para levantar dados sobre ambientes costeiros das
lagoas da região.
Inicialmente, os alunos e pesquisadores eram alojados de forma improvisada,
em barracas à margem das lagoas.
O aumento do número de alunos interessados nesse estudo, e a projeção
dos resultados das pesquisas apresentadas em congressos e artigos publicados
em periódicos nacionais e internacionais, levou os pesquisadores
a pleitearem, junto à reitoria, melhorias das condições
para o desenvolvimento dos estudos. Assim, a UFRJ, através do Instituto
de Biologia, firmou convênio com a Prefeitura de Macaé, garantindo
a disponibilidade de um galpão localizado no Parque de Exposição
Agropecuária do município. Esse, embora não apresentasse
infra-estrutura ideal, representou uma melhoria de condições
para a pesquisa.
O segundo convênio firmado entre a Universidade e a prefeitura contou
com a inclusão de um novo parceiro, a Petrobras, através
do projeto ECOlagoas, que auxiliou na construção de um laboratório,
quatro dormitórios e uma pequena cozinha. Surgia então,
em 1994, o Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé
(NUPEM/UFRJ).
O importante trabalho de repasse dos resultados da pesquisa para melhoria
da vida da comunidade do município, por meio de atividades de divulgação
científica, fez com que o NUPEM se tornasse um Centro de Referência
em Ecologia no Município de Macaé e Região. Assim,
o espaço do Núcleo passou a contar com sala de aula e biblioteca,
além de ter seu laboratório ampliado.
Atualmente, o NUPEM é um centro de excelência na área
de Ciências Biológicas e Ambiental e vem desenvolvendo convênios
e acordos de cooperação internacional, tornando-se uma referência
em pesquisas sobre ecossistemas costeiros brasileiros.
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