Saúde em Foco
30.06.2005
Descrença em clone humano
Jornal do Commércio - RJ


Apesar dos avanços da ciência, não serão produzidos clones humanos neste século, porque o trabalho é perigoso, complicado e antiético. A opinião é do pesquisador sul-coreano que lidera os estudos com células-tronco e tecnologia de clonagem no mundo. "Não creio que exista qualquer chance de encontrarmos um ser humano clonado nos próximos cem anos, pelo menos", disse Woo-Suk Hwang, chefe da equipe que clonou o primeiro embrião humano para uso em pesquisas.

Durante um debate, Hwang chamou a clonagem humana de "bobagem" e "ciência perigosa". Clonar um ser humano não tem sentido. De maneira simples, não é ético, além de ser tecnicamente impossível", disse.

Hwang atraiu atenção do mundo inteiro, no mês passado, ao anunciar que tivera sucesso em um experimento que cumpria todos os requisitos básicos para uso de tecnologia de clonagem na pesquisa com células-tronco. A equipe do cientista conseguiu cultivar células-tronco a partir de um pedaço de pele retirado de um paciente.

Pesquisadores acreditam que as células-tronco possam ser trabalhadas para fornecer tecido específico e órgãos para uso no tratamento de doenças como diabetes, mal de Parkinson e até lesões na medula.

Hwang ressaltou que sua pesquisa não envolve clonagem humana, mas apenas a utilização de óvulos retirados de mulheres para criar células que nunca poderão se transformar em pessoas.

Restrições
No mês passado, o presidente americano, George W. Bush, expressou preocupação em relação às pesquisas de Hwang e ameaçou vetar um projeto de lei que reduz as restrições ao financiamento federal a pesquisas com células-tronco embrionárias. "Tenho grande preocupação em relação à clonagem. Me preocupo com um mundo em que a clonagem seja aceitável", disse.

Em resposta, Hwang disse no mês passado que, embora respeite a opinião de Bush por seus aspectos religiosos e políticos, a considera uma "política peculiar", que prejudica a pesquisa nos Estados Unidos.