• Edição 231
  • 02 de setembro de 2010

Notícias da Semana

Diretora da nutrição toma posse prometendo inovar e arriscar

Geralda Alves

O Dia do Nutricionista (31/08) foi marcado com a posse de Eliane Fialho de Oliveira e Cristiana Pedrosa, como diretora e vice-diretora, respectivamente, do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC/UFRJ). A cerimônia aconteceu na tarde da última terça-feira, no Auditório Hélio Fraca, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). 

Após a assinatura do Ato de Posse pelo reitor Aloisio Teixeira e pela professora Eliane Fialho, a antiga diretora Elizabeth Accioly passou o cargo a nova diretora fazendo uma retrospectiva de seu mandato e agradecendo o apoio recebido da Reitoria e da Decania do CCS durante sua gestão. 

A posse foi carregada de muita emoção, marcando a primeira participação da professora Maria Fernanda Quintela, como decana do CCS. No discurso, ela destacou o empenho da antiga diretora do INJC para instalação do curso de Nutrição no campus Macaé e a abertura do novo curso de Gastronomia, para o próximo ano. 

Após várias homenagens, Eliane Fialho iniciou discurso agradecendo a votação expressiva (80% dos votos) alcançada para o cargo. A diretora fez uma restrospectiva de sua vida acadêmica e profissional, a fim de justificar sua pouca idade para o cargo.  

Passados 20 anos, desde sua aprovação no vestibular da UFRJ, Eliane senta na cadeira de diretora prometendo dar continuidade aos compromissos firmados na direção anterior. E como projeto da nova gestão, a empossada pretende criar uma ouvidoria na unidade. “Vamos ouvir o que o Instituto quer, de que forma cada um, com seus mais diversos conhecimentos, tem a contribuir com a instituição”, deseja Eliane. 

Outra proposta da diretora é instituir o projeto extramuros. “Vamos inovar, arriscar e, quem sabe, criar uma empresa Júnior em Nutrição dentro do campus. Visualizo muitos docentes e discentes trabalhando na divulgação do conhecimento gerado dentro da universidade para fora dela”, disse Eliane. 

  Atualmente o curso de Nutrição é o terceiro mais concorrido do CCS, recebendo por semestre, 45 alunos para ingressar no campus da Cidade Universitária e 20 no campus Macaé. O próximo vestibular marcará o início de um novo curso na área de nutrição, o de Gastronomia, a ser realizado na Cidade Universitária. 

Em relação ao sistema de alimentação no campus Eliane garantiu continuar cuidando da qualidade da comida produzidas no Restaurante Universitário. Eliane questionou se o INJC irá atuar de forma personalizada, dando suporte nutricional aos demais clientes do campus. “Essa é um grande demanda. E por que não ter a atuação do INJC?. Sabemos que a alimentação adequada é um item essencial para a qualidade de vida”, enfatiza a diretora. 

Sob lágrimas que emocionaram também a plateia, Eliane finalizou o discurso agradecendo o apoio recebido por Elizabeth Accioly, aos alunos e principalmente de sua família, presente à solenidade. O reitor deu por encerrada a sessão dizendo está experimentando um sentimento de orgulho, que essa posse reflete a nova realidade que a universidade passa hoje. “O futuro da universidade está à frente de nós. Não em nosso passado.” 

 


Comissão de Direitos do Paciente alerta para o cuidado com o doente

Stephanie Tondo

A comemoração da reunião de número 200 da Comissão de Direitos do Paciente (CDP) aconteceu Na última terça-feira (31/08) no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ). A Comissão, que surgiu em 2001, é constituída por profissionais da saúde e pacientes do HUCFF e tem o objetivo de lutar na defesa dos direitos dos pacientes. De acordo com a cartilha produzida pela CDP, sua missão é “fortalecer a noção de Direito e Cidadania, através de ações educativas, junto à comunidade do HUCFF, implementando o controle social na saúde.”

A comemoração contou com a presença de José Marcus Eulálio, diretor geral do HUCFF, que abriu a reunião, ressaltando a importância da integração entre Hospital e sociedade. Segundo o diretor, é imprescindível que os profissionais da saúde percebam que tanto o paciente quanto a família depositem a responsabilidade do sucesso do tratamento nos médicos, enfermeiras e em todo o corpo social do Hospital. Por isso mesmo, esses profissionais devem ter como preocupação a garantia dos direitos do paciente.

“Isso é ser um profissional de saúde”, afirma Marcus Eulálio. Segundo ele, os alunos têm que enxergar nos profissionais um exemplo a ser seguido. Por último, o diretor aponta para um desafio permanente na carreira médica, que diz respeito a ter que enfrentar tanto o sucesso quanto o insucesso dos tratamentos e saber lidar com ambas as situações.

Em complemento à  fala do diretor geral do HUCFF, a professora Lucila Perrota, diretora da Divisão Médica do Hospital Universitário, comenta sobre a importância de uma relação sincera entre médico e paciente. “A relação médico-paciente é, na verdade, muito mais complexa, pois envolve não apenas o médico, mas toda a Instituição”, afirma a professora. E o que cabe aos profissionais envolvidos com a Instituição – médicos, enfermeiras, assistentes sociais – é criar um vínculo de confiança com o paciente, sem faltar com a verdade.

Segundo Lucila Perrota, os médicos, atualmente, têm muito mais dificuldades para convencer os pacientes do tratamento do que alguns anos atrás. “Hoje em dia, o paciente já vem com um conhecimento sobre o assunto, adquirido através de meios como a internet. O médico deve oferecer o tratamento que acredita ser o adequado, mas, muitas vezes, o paciente não concorda com o tratamento oferecido, por ter obtido informações não tão verdadeiras e precisas. Nada, nenhuma informação, substitui a experiência clínica do médico”, alerta Lucila Perrota.

A professora ressalta também a importância da comunicação entre os profissionais da saúde e as famílias. “É preciso que os profissionais assumam uma postura positiva diante do problema, mas, ao mesmo tempo, não iludam os familiares. Eu tenho um método que é conversar com a família e perguntar o que ela acha que está acontecendo com o paciente. Quando os familiares expõem o que eles entendem que está acontecendo, eu tenho a oportunidade de esclarecer exatamente qual a situação do paciente. Há três palavras muito importantes: esclarecimento, sinceridade e honestidade”, declara a professora.

Lucila Perrota afirma, ainda, que a relação médico-paciente deve ser mais ampla que um simples diagnóstico. “Os profissionais da saúde devem se preocupar com a situação emocional e psicológica do paciente, com seu conforto, sua segurança diante da situação.” A professora comenta sobre um projeto de implantar a ideia de enfermarias menores, que já é realidade em muitos países. A medida, além de deixar os pacientes mais confortáveis e menos constrangidos, diminui o risco de infecção hospitalar.

Por fim, a diretora da Divisão Médica afirmou que a comemoração deve ter como finalidade fortalecer a Comissão dos Direitos do Paciente, apontar melhorias para o Hospital Universitário e pensar em situações que satisfaçam tanto os profissionais da saúde quanto os pacientes.

Em seguida, Éber Redua, ex-paciente do HUCFF e autor do livro “Doença Renal não é o fim”, relatou o histórico de sua doença, que teve início com uma diabetes aos 17 anos e resultou em pouco mais de três anos de hemodiálise. Cansado da angústia e do sofrimento provocados pelo tratamento, Éber decidiu entrar na fila para o transplante renal. O paciente realizou o transplante em 2003 no HUCFF, após três cirurgias, obteve sucesso e, hoje, vive uma vida normal.

Éber ressaltou a importância da clareza e da firmeza dos médicos em seu tratamento e agradeceu a toda a equipe do Hospital Universitário que o apoiou. Segundo ele, o sucesso de seu tratamento dependeu da excelência da equipe médica, do apoio de sua família e de sua fé na possibilidade de recuperar a saúde. “Todo ano nós fazemos uma festa de aniversário na data do transplante”, brinca. Foram publicados 10 mil livros, que estão sendo distribuídos gratuitamente por Éber e sua família para doentes renais em diversos hospitais.

Para concluir, Maria da Conceição Lopes Buarque, assistente social e fundadora da Comissão de Direitos do Paciente, ressalta o trabalho realizado pela Comissão, que tem trabalhado para criar e solidificar indicadores que garantam a qualidade no atendimento aos pacientes do HUCFF. 


1º Laboratório público de Polissonografia do Rio é inaugurado na UFRJ

Michelly Rosa

Na última terça-feira (31/08), foi inaugurado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) o LabSONO, primeiro laboratório de polissonografia em rede pública no estado do Rio de Janeiro.

O laboratório, criado em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Saúde (Finep), é resultado de projeto do Serviço de Clínica Médica do HUCFF, junto ao Instituto de Doenças do Tórax (IDT-HUCFF), que há dois anos tenta oferecer aos mais de 400 integrantes do Programa de Hipertensão do hospital o diagnóstico preciso de uma possível apneia do sono.

O projeto é coordenado por Elizabeth Muxfeldt, médica do Serviço de Clínica Médica do HUCFF, e Gleison Guimarães, médico do Serviço de Pneumologia e Medicina do Sono e responsável pelo laboratório.

A polissonografia facilita o diagnóstico de apneia do sono, doença que provoca contínuas paradas respiratórias durante o sono e que pode agravar ou causar problemas de hipertensão. “A apneia causa estresse decorrente da menor oxigenação do cérebro, da pressão negativa e dos micro-despertares  durante o sono, o que pode causar ou potencializar casos de hipertensão”, explica o médico.

Com a confirmação do diagnóstico e da gravidade da doença, os médicos do programa podem realizar tratamento adequado para cada situação. Nos casos moderados e graves em adultos, o CPAP (aparelho com máscara que produz pressão positiva no paciente evitando parada respiratória) pode ser a melhor opção, porém há outras soluções, como a cirurgia, muito utilizada em casos de apneia em crianças. 

Laboratório

O LabSONO é equipado com quatro quartos que contam com recursos de controle e medição desde o ronco aos movimentos das pernas. Além disso, todos os quartos são monitorados por câmera. “O paciente passa uma noite aqui sendo monitorado para verificar se há relação entre a hipertensão e a apneia, o resultado sai em torno de um mês após o exame”, esclarece Gleison.

A reunião de inauguração contou com a presença de médicos, funcionários e residentes do HU, além da visita do diretor do hospital, o médico José Marcus Eulálio. Para Gleison, a fundação deste laboratório é uma grande conquista ao hospital.

“A apneia é uma doença subdiagnosticada e subtratada principalmente pela dificuldade no acesso ao exame, ter num hospital público este benefício é um grande avanço e ser um dos criadores do projeto me deixa lisonjeado,” analisa Gleison.   


Apresentação de Francis Himes homenageia o centenário de Carlos Chagas na UFRJ

Jamille Bastos

Depois de uma série de palestras emocionantes com transmissão simultânea para alunos da UFRJ, a homenagem ao centenário de Carlos Chagas Filho seguiu com a apresentação de um amigo íntimo da família Chagas. O dia foi marcado pela presença do compositor e pianista Francis Hime, que tocou, para uma plateia de cerca de 500 pessoas, um repertório que foi desde sua primeira composição até grandes parcerias, como as que fez com Chico Buarque, Elis Regina e Vinícius de Moraes.

O músico citou várias trilhas sonoras que produziu para filmes, dentre eles Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto. Francis Hime homenageou o cantor e compositor Antônio Carlos Jobim, tocando Suíte Carioca, que é uma junção de músicas que falam da paixão de Tom pelo Rio de Janeiro.

As canções que mais empolgaram o público foram as conhecidas parcerias de Tom Jobim com Vinícius de Moraes como “Eu sei que vou te amar” e “ Chega de saudade”. A apresentação aconteceu na tarde desta quinta-feira (02/09), no Centro de Ciências da Saúde (CCS-UFRJ), Cidade Univesitária.


Curso internacional de biofísica reúne mais de 400 participantes

Michelly Rosa

Estudantes e profissionais do Brasil e outros países se reúnem em massa durante o “III Curso de Pós-Graduação em Biofísica” e o “I Simpósio Brasil-África de Biofísica”, realizados junto a “I Semana de Biofísica”, que faz parte das comemorações pelo centenário de Carlos Chagas Filho.

O evento, que vai até o final desta semana, aborda diversos temas na área de biofísica, com objetivo de promover a interação, a troca de experiências e a atualização entre jovens estudantes da área Biofísica.

No primeiro dia, Paulo Beirão, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCFF/UFRJ), ministrou junto com Gabriela Amodeo, pesquisadora da Universidade de Buenos Aires, na Argentina, o Simpósio I sobre Transporte de Membranas, com esclarecimentos sobre a participação da Biofísica nos estudos dos mecanismos de ação das toxinas e no transporte de água ns plantas.

Segundo Mariana Gonçalves, estudante de Biologia na Unirio, o curso oferece bagagem para cada área de especialização em Biofísica, além de servir como complemento.

Nos dias seguintes do curso, além dos simpósios, foram promovidas mesas redondas e apresentações de pôsteres com trabalhos de alunos participantes do evento no hall do auditório. Como Verônica da Silva Ferreira, aluna da faculdade Biofísica na UFRJ, que divulgou trabalhos na área de Bioenergética durante a apresentação dos pôsteres. “O curso auxilia na atualização dos conhecimentos adquiridos na graduação e, aqui, nós temos a oportunidade de ampliar o conhecimento na área, além de apresentar nossos trabalhos a partir de cada especialização”, relatou a aluna. 

“O curso dá acesso a outras pesquisas, novas áreas a serem exploradas e áreas que já me interessavam antes. Mas há a necessidade de uma noção básica de biofísica para o acompanhamento das aulas”, revela Michelle Louise, aluna de Biomedicina na UFRJ.

O evento contou também com a presença de estudantes estrangeiros, como Anley Tefera, nascido na Etiópia e estudante de Biofísica na Universidade da Califórnia: “Um evento internacional como esse é extremamente importante, pois, na África, por exemplo, a área de Biofísica é muito restrita.”

Ainda segundo Anley, outro grande benefício do curso é a atualização na área, através do conhecimento de novas pesquisas, descobertas de soluções surpreendentes, novos medicamentos e técnicas diferentes. “Além dos conhecimentos, os amigos que se formam aqui e podem seguir para toda a vida e isso é muito legal”, afirmou o estudante.

Até o dia 1 de setembro, 439 pessoas já participavam do curso. O encontro, que vai até a próxima sexta feira, recebe inscrições no mesmo dia e oferece ainda mais cinco simpósios sobre temas como Biofísica do Ambiente e Microscopia aplicada na Biofísica. Os interessados podem procurar a secretaria do evento para participar.