• Edição 224
  • 15 de julho de 2010

Notícias da Semana

UFRJ e MEC decidem construir novo hospital universitário

Aline Durães

“Não resta alternativa a não ser a demolição da parte abandonada do complexo”. É assim que o Ministério da Educação, através de nota divulgada à imprensa por meio de sua Assessoria de Comunicação Social, divulga o destino da “perna seca” do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da UFRJ.

Na nota, o órgão enfatiza que a parte aproveitável da edificação continuará a ser utilizada para atividades acadêmicas, mas antecipa que está discutindo, junto à UFRJ, a construção de um novo edifício para abrigar o hospital universitário. “Nossa população tinha a expectativa de que a ‘perna seca’ do HU fosse recuperada. Mas a manutenção e a reforma do prédio custariam mais do que construir um novo hospital”, explica José Marcus Eulálio, diretor geral do HUCFF.

Segundo José Marcus, a demolição começará o mais rápido possível e a previsão é de que, no início de 2011, o processo já esteja concluído. Em um primeiro momento, haverá a desconexão entre a parte desocupada e a área ativa do hospital. Pretende-se deixar um espaço de 200 metros entre os dois prédios. Depois de separada do restante do HU, a “perna seca” será, finalmente, implodida.

O novo hospital, segundo decisão de uma comissão formada por membros da Reitoria e do HUCFF e por arquitetos, abrangerá parte do terreno atualmente ocupado pela “perna seca” e parte do campo de futebol. “Vamos fazer o impossível para que, durante o período de demolição, o atendimento a nossos pacientes, na área ativa do HU, seja normal”, afirma José Marcus.

Tremor e ruído

A discussão acerca do destino da “perna seca” do HUCFF ganhou força depois da madrugada do dia 21 de junho, quando funcionários ouviram ruídos e sentiram um rápido tremor no prédio. A Direção Geral do HU, técnicos da área de Engenharia da UFRJ e membros da Defesa Civil do Rio de Janeiro inspecionaram a área e constataram abalo estrutural em dois dos pilares que sustentam a parte desocupada do edifício.

Imediatamente, a direção do HU suspendeu as atividades do hospital e iniciou obras de recuperação estrutural dos pilares afetados. Uma semana depois, o órgão estava funcionando normalmente, mas o episódio chamou a atenção da comunidade universitária para a necessidade do debate acerca da “perna seca” do HUCFF.

Já naquela ocasião, o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) da UFRJ, Carlos Levi, admitiu que a universidade cogitava a ideia de demolir a “perna seca”. “A gente vai se debruçar na análise das alternativas para essa área. Vamos considerar a possibilidade de demoli-la”, disse.

Um pouco da história do HU

A construção do HUCFF foi iniciada nos anos 50, mas a inauguração só aconteceu em 1º de março de 1978. O projeto do HU era grandioso. Previa uma área construída de 220 mil m2 e o funcionamento de 1.800 leitos.

Apesar de funcionar numa área que corresponde à metade da idealizada (110 mil m2), o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho concentra os elementos essenciais à promoção e ao desenvolvimento da saúde pública: assistência à população, ensino qualificado e pesquisa científica.

Atuam no hospital mais de 3 mil profissionais, entre professores, médicos, enfermeiros e pessoal administrativo e de apoio. Essa equipe é reforçada por cerca de 200 médicos residentes e mil estudantes de Medicina, entre outros integrantes da comunidade acadêmica hospitalar, que se caracteriza pela multidisciplinaridade.



Conferência Internacional sobre Assédio Moral

Bruno Franco

Termina hoje (15/07) a Conferência Internacional sobre Assédio Moral e outras manifestações de violência no trabalho: Ética e Dignidade dos trabalhadores. O evento que está sendo realizado no Centro Cultural Horácio Macedo, no Centro de Ciências da Matemática e da Natureza (CCMN), é organizado pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc) e terá conferências e apresentação de trabalhos, em três turnos: um pela manhã e dois à tarde.

Na abertura da Conferência (13/07), Margarida Barreto, da Rede Nacional de Combate ao Assédio Moral no Trabalho, pioneira em pesquisas sobre na área, explicou que o assédio moral consiste na prática reiterada e sistemática de atitudes que humilham e desqualificam o trabalhador, denegrindo sua imagem, atacando sua autoestima, fazendo-o perder confiança em sua capacidade de trabalho.

Para Margarida, a causa maior da proliferação de casos de assédio moral está na precarização do trabalho, corolário das políticas neoliberais que dão base ideológica a um capitalismo predatório e ao enfraquecimento da capacidade regulatória do Estado.

Na palestra desta quarta-feira (13/7), também foram discutidas ações em desenvolvimento para a minimização da incidência de assédio moral na universidade. Essa mesa contou com as presenças de Cristina Riche, ouvidora da UFRJ, e Roberto Gambine, superintendente de pessoal (Pró-reitoria de Pessoal / PR-4).


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