• Edição 212
  • 15 de abril de 2010

Microscópio

Alimentação Funcional e o combate à obesidade em discussão



Marlon Câmara

Uma pesquisa publicada em fevereiro de 2010 no boletim da Organização Mundial de Saúde alerta que cerca de 1,5 bilhões de pessoas sofrerão com obesidade em 2015, se a população não mudar o estilo de vida e os hábitos alimentares pouco saudáveis. Esse tema é o foco das apresentações do II Ciclo de Palestras sobre Alimentos Funcionais, que ocorre no dia 16 de abril no Centro de Ciências da Saúde (CCS).  

O evento é realizado pelo Instituto Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (INJC-UFRJ) e tem a coordenação da nutricionista e professora Eliane Fialho. Segundo ela, ao contrário do que se pode pensar, alimentos funcionais são como quaisquer outros, mas que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentam propriedades funcionais e de saúde. “Eles começaram a receber essa definição por apresentarem em sua composição química diversos compostos bioativos que estão associados à redução do risco de desenvolvimento de doença crônica não transmissível, como diabetes, hipertensão, câncer, obesidade, diabetes, entre outros”, esclarece a professora. 

Eliane revela que diversos alimentos são considerados funcionais, entre eles, uvas rosadas, vinho tinto, tomate, couve-flor, alho, brócolis, soja, chá verde e linhaça. “As funções de benefícios são extensas e o mais importante é agrupar esses diversos alimentos e incluir diariamente na alimentação. Como se fala, quanto mais colorido for o prato, mais compostos bioativos apresentará”. 

A nutricionista ainda explica a obesidade e como ela se relaciona à alimentação funcional. “A obesidade caracteriza-se pelo aumento de peso e principalmente pelo aumento de percentual de gordura corporal. Essa gordura normalmente, no obeso, está associada a um aumento da gordura visceral, que está associada a uma maior predisposição para diversas outras doenças, como dislipidemias e hipertensão”. O tratamento contra a obesidade deve se dar com o acompanhamento de um médico, um profissional de educação física e um nutricionista, já que consiste basicamente no aumento do gasto calórico por meio de prática de atividade física orientada e em um bom planejamento alimentar. “Como a alimentação funcional é constituída basicamente de vegetais, o indivíduo que aumentar a ingestão desse tipo de alimento se beneficiará, pois naturalmente irá ingerir menor quantidade de calorias”.  

Além da alimentação inadequada, outros fatores como o sedentarismo, a desregulação hormonal e a predisposição genética podem causar a obesidade. “Uma boa avaliação nutricional é capaz de classificar o indivíduo com sobrepeso e os diferentes tipos de obesidade”. A professora ainda ressalta que a obesidade vem aumentando assustadoramente na população brasileira. “A obesidade pode ser considerada uma epidemia do século XXI, podendo também ser considerada, dessa forma, um grande problema de saúde pública”, diz Eliane. 
 

Palestras 

As apresentações do Ciclo de Palestras trazem explicações e soluções para a obesidade, além de apresentarem diferentes tipos saudáveis de alimentação , e são ministradas por pesquisadores da UFRJ, Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal de Viçosa e Universidade Gama Filho. 

O II Ciclo de Palestras Sobre Alimentos Funcionais acontece no dia 16 de abril no Auditório Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), no Edifício do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Bloco J / 2º andar, localizado na Avenida Carlos Chagas Filho, 373, Cidade Universitária. A programação do evento e outras informações estão no site http://www.ciclofuncionais.hd1.com.br/.