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Edição 271
6 de outubro de 2011

Argumento

Desenvolvimento de cartilha de orientação digital na Escola de Enfermagem

Déborah de Araujo

Alunos da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ) desenvolvem um trabalho para a integração da educação em saúde pública com o meio digital. A pesquisa, orientada pelas professoras Ana Maria Domingos e Regina Célia Gollner Zeitoune, intitulada “Desenvolvimento de um software sobre o cuidado ao idoso dependente para cuidadores” foi apresentada no terceiro dia da “Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural” (Jicac-2011).

Há 17 anos, as docentes vêm trabalhando com os moradores da Vila Residencial da Cidade Universitária, atendendo a diversas demandas dentro da área de saúde. Nesse sentido, foi apontado pela própria comunidade o desejo de um plano de orientação para suprir essas necessidades (de saúde) e a solução de suas dificuldades. “Nós temos observado que, na comunidade, a maioria dos idosos dependentes tem cuidadores familiares que não têm orientação para isso”, aponta Ana Maria.

Com o apoio da Associação de Moradores e Amigos da Vila Residencial (AmaVila), as coordenadoras do programa selecionaram os bolsistas. Por meio de inscrição e entrevista, foram procurados alunos que tivessem perfil e interesse condizente com a proposta de trabalho colaborativo, bem como apresentassem alto rendimento no boletim escolar. 

Desde março de 2011 vêm sendo desenvolvidos três softwares: um para a promoção da saúde de pessoas com hipertensão, do qual a professora Regina é subcoordenadora; o software de orientação para cuidadores de idosos, subcoordenado pela professora Ana Maria; e o terceiro para a promoção da saúde bucal.

Apoio da comunidade no desenvolvimento do software

O trabalho de campo começou com a identificação de idosos dependentes de cuidadores entre os moradores da Vila Residencial. Na segunda etapa, os bolsistas realizaram visitas para conversar com os cuidadores a respeito das dificuldades que eles encontram no dia a dia. Segundo as orientadoras, “um roteiro de perguntas foi aplicado aos cuidadores para saber quais as necessidades que eles passam”.

Atualmente, os pesquisadores têm se empenhado para validar o conteúdo e a parte tecnológica desenvolvida no projeto. Contarão com o apoio dos moradores da Vila Residencial para a validação dos softwares como seus futuros usuários.

Um exemplar de cada um dos três softwares, que deverão ser patenteados em breve, será distribuído para cada família da comunidade. A AmaVila também deverá receber exemplares para dar apoio técnico no seu laboratório de informática às famílias que não têm computador em casa.

Como observou Ana Maria, o principal desse trabalho é que surgiu a partir do “empoderamento comunitário”, ou seja, “a questão do trabalho humanitário surgiu da demanda da comunidade da Vila Residencial”, concluiu Regina.

O estudo

A pesquisa “Promovendo a inclusão digital e social de moradores de uma comunidade através de softwares educativos com vistas à promoção da saúde foi possível a partir da aprovação, em dezembro de 2010, do Edital MCT/CNPq nº 49/2010 para Inclusão Digital e Social do Projeto de Extensão Sócio-Digital.


O financiamento do CNPq possibilitou, além das bolsas de coordenação de pesquisa e para estudantes de enfermagem, o oferecimento de seis bolsas para alunos do Ensino Médio moradores da Vila Residencial. “Ao invés de fazermos uma cartilha de orientação com papel, resolvemos promover uma cartilha digital”, esclareceu Regina.

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