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Edição 265
30 de junho de 2011

Saúde e Prevenção

Voz educada, saúde cuidada

Guido Arosa

Muitos jovens, hoje em dia, criaram o hábito de ouvir música com fones de ouvido. Seu volume alto causa sérios danos à audição e tem ligação direta com o aumento do tom de voz. A falta de cuidado ao falar alto, de maneira prolongada, pode gerar problemas maiores que uma leve rouquidão e fadiga vocal, no desencadeamento de doenças como edemas, nódulos e pólipos. Da mesma forma, existem os profissionais que dependem da voz todos os dias e que necessitam de tratamento acompanhado.

Segundo a professora especialista em voz da UFRJ Ana Cristina Ruas, existem problemas relacionados apenas ao mau funcionamento vocal, dentre eles, o hábito de falar alto, que pode necessitar ser corrigido em terapia com o fonoaudiólogo. Porém, em patologias como pólipo, por exemplo, provavelmente haverá indicação cirúrgica do otorrinolaringologista e terapia fonoaudiológica no pré e pós-operatório. “Uma queixa vocal que persiste por mais de sete dias deve ser investigada. É fundamental procurar um médico especializado”, diz a docente.

Ana Cristina ressalta que escutar música alta pode ser prejudicial dependendo do tempo e constância da exposição ao risco: “Já foi relatado em pesquisa que o uso de fones de ouvido em alto volume, por mais de uma hora em um período de cinco anos, provoca perda auditiva entre 5% e 10%”. Esse nível de surdez pode alterar a produção da voz, provocando fadiga e até doenças que necessitam de maior atenção.

As alterações vocais afetam a vida pessoal, social e, sobretudo, a profissional, gerando ansiedade e angústia. No entanto, não apenas a música alta está relacionada aos distúrbios de fala. Por isso, com mais razão, os profissionais que utilizam a voz como instrumento de trabalho, muitas vezes, necessitam de um treinamento de apoio para desenvolver o seu potencial vocal. Para Ana Cristina, a produção da voz depende de forças musculares e, como qualquer músculo, exige exercício.

O profissional especialista em voz deve, então, trabalhar com seu paciente a musculatura para uso intenso, podendo fazer uma “preparação física” para o fortalecimento dos músculos internos responsáveis pela voz. “Atividades como aquecimento e desaquecimento vocal são essenciais, mas o conhecimento dos cuidados e da saúde vocal também são fundamentais para uma boa saúde vocal”, conclui.

 


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