Agência de Notícias da UFRJ www.olharvital.ufrj.br
Edição 263
09 de junho de 2011

Por uma boa causa

Condiloma: para os homens, a doença invisível


Luana Severiano

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) acometem os dois sexos, e a sua principal via de transmissão é o contato sexual, o que inclui tanto o ato sexual em si como as preliminares. As possíveis diferenças entre os gêneros com relação às DSTs são duas: o pronto diagnóstico no caso masculino, visto que o órgão genital é externo, e os sintomas, que a depender da doença podem ser mais ou menos visíveis em um dos sexos, como é o caso do Condiloma – a primeira DST da série do Por Boa Causa deste mês, sobre “Doenças Sexuais Masculinas”.

O Condiloma acuminado ou verruga genital é uma doença sexualmente transmissível causada por alguns subtipos de HPV (vírus papilomavírus humano). A infecção ocorre através do contato direto do órgão genital com a pele durante sexo oral, anal ou vaginal com um parceiro infectado. “As lesões do Condiloma podem aparecer em qualquer lugar do corpo”, afirma o urologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), René Murilo de Oliveira. 

As partículas virais penetram na pele e na mucosa através de abrasões microscópicas na área genital que ocorrem durante a atividade sexual. Uma vez que o vírus entra na célula, pode ocorrer um período latente, de meses ou anos sem sintomas, somente diagnosticado por exames específicos como citologia, colposcopia e biopsia. Quando ativo, o vírus pode se manifestar através de lesões sutis ou através de lesões verrugosas, nesse caso, popularmente conhecido como "crista de galo".

O Condiloma acuminado atinge, aproximadamente, a mesma quantidade de homens e mulheres, porém em homens os sintomas geralmente são menos óbvios, o que se traduz em um problema. Se o infectado não sabe que tem a doença, a probabilidade de ele transmiti-la por ignorância é maior, e, nesse caso específico, mesmo sem a penetração, a transmissão pode acontecer. Segundo o urologista, “o contato do órgão genital com as lesões já é o suficiente pra a infecção, só preservativo não é o suficiente para evitar a transmissão”.


Para Oliveira, doenças como o Condiloma, o uso do preservativo não é o suficiente. “Não há como cobrir o todo o corpo na hora do contato sexual”. Assim, a melhor forma de se prevenir contra doenças desse tipo, segundo ele, é evitar a promiscuidade, ou seja, ter muito parceiros. Além disso, visitas periódicas a médicos como urologista, para prevenção, também são aconselháveis. No caso dos homens, como, às vezes, a presença da infecção é mais visível, o médico aconselha: “quando algo de diferente for percebido, o melhor é ir a um profissional, um urologista, um infectologista ou o profissional do posto de saúde e evitar auto medicação”.

 


Anteriores