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Edição 247
19 de janeiro de 2011

Notícias da Semana

Universidade assiste Região Serrana

Sidney Coutinho

As primeiras ações da UFRJ para ajudar as vítimas do desastre natural da Região Serrana do Rio de Janeiro ganharam vulto na terça-feira (18/1) com o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) e a Prefeitura Universitária (PU), de onde partiu pela manhã um ônibus com 28 voluntários para realizar doação de sangue no Hemorio.

A iniciativa mais contundente, no entanto, veio do IPPMG. Mais de 40 profissionais foram à Nova Friburgo à tarde para se encontrar com equipes do Ministério da Saúde levando medicamentos e donativos. “A nossa ação foi para levar principalmente o serviço, pois a gente sabe que, em uma situação como essa, não só as pessoas precisam de insumos, mas também de assistência médica. O principal especialista que falta no Brasil, como um todo, é o pediatra”, disse o diretor do IPPMG, Edimilson Migowski.

Segundo ele, haverá novas visitas à Região Serrana e mais pessoas estarão mobilizadas, já que não houve tempo hábil para envolver todo mundo da universidade. “O IPPMG lançou a bandeira e vai envolver a UFRJ como um todo. Levamos medicamentos e também especialistas para o que julgamos importante neste momento, como profissionais de laboratório e virologistas. Mas vamos detectar outros problemas. Se, porventura, a necessidade for outra, a gente vai envolver o pessoal, pois a nossa ideia é dar início, meio e fim às ações para amenizar o sofrimento das pessoas.”

Migowiski informou que a Prefeitura da UFRJ disponibilizou ônibus e caminhões para transportar quantas vezes forem necessárias os donativos e equipes de profissionais. “Esperamos que sejam poucas vezes, pois quero muito que essas pessoas voltem para suas casas, mas, enquanto a demanda existir, estaremos a postos. É claro que não podemos desguarnecer nosso hospital, mas contamos com apoio de profissionais que estavam em férias e até aposentados”.

O IPPMG levou 3 mil kits para tratamento de doenças diarreicas e se prepara para encaminhar o quádruplo da quantidade assim que chegarem novos medicamentos junto com a vacina contra hepatite A. Aliás, o infectologista Edimilson Migowski se revela preocupado com a doença.

“Os problemas começam a surgir agora, pois a exposição foi na semana passada, mas houve o período de incubação. Entre as doenças, preocupa a leptospirose, por causa do contato com a água ou a lama contaminada, mas não é só ela. Diarreias e a hepatite A vão surgir. Aliás, essa última é o calcanhar de Aquiles, porque não houve ainda a possibilidade de vacinação. Está difícil de conseguir a vacina, mesmo nas clínicas privadas, já que ninguém esperava por uma catástrofe como essa e os estoques não são suficientes”, relata Migowski.

O infectologista alerta às pessoas para protegerem as mãos e os pés evitando o máximo o contato com a lama contaminada ao fazer a limpeza na volta para casa. Segundo ele, quanto maior o tempo de exposição e de superfície corporal em contato com a lama maior a possibilidade de contrair doenças.

 

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