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Edição 238
20 de outubro de 2010

Saúde em Foco

Anvisa vai editar novas regras para venda de antibiótico em farmácia

Medida prevista para dezembro visa evitar propagação da superbactéria KPC. Receitas médicas para a compra do remédio serão retidas pelas farmácias

Do G1, em Brasília

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse nesta terça-feira (19) que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai editar novas regras para a compra de antibióticos em farmácias. As medidas, previstas para dezembro, têm por objetivo conter a propagação da superbactéria KPC, que mata, segundo especialistas, pelo menos metade das pessoas contaminadas. Segundo a Anvisa, as receitas médicas para a compra de antibióticos passarão a ser retidas pelas farmácias para evitar a reutilização do documento sem a orientação de médicos.

“Estamos acompanhando de perto [os casos de contaminação pela KPC]. Uma das medidas que chamo atenção, infelizmente no Brasil ainda temos uso indiscriminado de antibióticos. A Anvisa está concluindo uma nova regulamentação a partir da qual o acesso ao antibiótico nas farmácias só vai poder se dar através de receita médica. Claro que temos que analisar questões internas que podem ter levado a falhas na atenção hospitalar”, disse o ministro após cerimônia de assinatura do decreto que cria a Secretaria Nacional de Saúde Indígena. O antibiótico usado de forma indiscriminada baixa a imunidade dos pacientes, o que facilita a contaminação pela superbactéria.

A KPC é a mutação genética de uma bactéria que existe no nosso corpo e que, em geral, é inofensiva. Ao sofrer a mutação, em hospitais, torna-se resistente à maioria dos antibióticos que deveriam destruí-la. Os antibióticos destroem as bactérias normais, mas as mutantes sobrevivem e se reproduzem. O alerta mais recente sobre a presença da KPC no Brasil foi dado em Brasília. Segundo as autoridades de saúde, a bactéria já foi detectada em nove hospitais públicos e sete particulares do Distrito Federal. Este ano, 15 pessoas morreram vítimas da KPC. O primeiro registro da KPC foi no Recife em 2006. Depois, foram registrados casos no Distrito Federal, Paraíba, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.

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